Nova Iorque 27 de Maio de 1860:
Já era tarde e a luz fraca dos postes que circundavam as docas da cidade estavam quase que apagados, a neblina tomava conta de todo o píer onde estava atracado o SS Saint Rose. A figura, esbelta, de pele branca e longos cabelos negros, surgia do nada, despontando do começo do cais, suas vestes eram do mais caro tecido, brincos de diamante e colares de pedras preciosas, a mulher caminhava vagarosamente, e quando se aproximou foi avistada por um dos marinheiros, um dos funcionários das caldeiras do SS Saint Rose:
_A esta hora da noite uma mulher sozinha andando pelas docas? Qual o seu preço?_ exclamou, sua voz era rouca e seu cheiro de uísque deixava claro que estava completamente embriagado, a mulher, no entanto, ignorou-o e seguiu andando em direção ao navio_ Ei querida podemos visitar a minha cama o que acha?
_Mas você é realmente capaz de me satisfazer?_ disse ironicamente. A mulher permaneceu virada de costas para o marinheiro, seu sorriso era marcante, lábios carnudos e dentes brancos como a neve, seus olhos pareciam brilhar.
_Vou te fazer ir ao paraíso minha querida!_ o homem levantou-se e soltou a garrafa de uísque no chão, ajeitou o membro semiereto nas calças e se aproximou_ Que tal experimentar em querida?
_Hoje eu vim aqui apenas para provar você marinheiro_ respondeu a mulher puxando-o para dentro do navio.
Assim que chegaram à pequena cabine onde dormia o homem e mais cinco funcionários a mulher pareceu um pouco enojada, mas ainda sim ajeitou-se em uma cama minúscula enquanto o marinheiro retirava as calças_ Rápido querido!_ disse ela arrancando o vestido vorazmente, deixando a mostra apenas suas peças intimas, relevando um corpo escultural, seios fartos, pernas grossas_ Não vai me deixar esperando não é mesmo?_ rapidamente o homem pulou na cama e retirou o que ainda lhe restara de suas roupas. Ele subiu com seu corpo grande e obeso em cima da delicada mulher, seus pelos corporais e seu tamanho lembravam-na um enorme urso. O farto movimento de vai e vem fazia a cama ranger e aos poucos o barulho foi se intensificando, os gritos da mulher só eram abafados pelos urros do marinheiro que parecia se deliciar com o prêmio da noite.
Alguns minutos depois o homem foi tomado de uma dor terrível, sua boca começou a espumar e seus olhos reviravam, seu corpo se tornou duro como pedra e então a mulher o empurrou no chão, fazendo-o cair como um saco de batatas:
_Você foi realmente um péssimo amante sabia?
_O... O que... É... Isso_ balbuciou o homem, paralisado de medo e engasgando com a espuma, pode sentir que suas veias não tinham mais sangue e sim chumbo, seus pulmões estavam aos poucos se enchendo de agua e a dor era interminável_ Me... Me... Solte!
_Não querido_ disse abaixando-se e acariciando-o gentilmente_ Você é parte importante no meu plano! O meu filho precisa de você para desempenhar as suas tarefas!
_Filho?
_Oh sim! Já me ia esquecendo_ a mulher levantou-se e retirou um pequeno frasco de agua do mar_ beba isso querido_ disse levando o frasco na boca do homem_ Água do mediterrâneo para trazer de volta o meu filho amado, mas não é só isso_ a mulher então cortou o próprio pulso com os dentes e deixou que seu sangue escorresse pelos lábios do marinheiro_ O sangue de um demônio abrirá o inferno! Acorde meu filho, acorde, Leviatã!
O homem então sentiu uma dor ainda maior, como se algo lhe estivesse rompendo as entranhas, seus olhos, boca e nariz começaram a sangrar, suas mãos se contorciam e sua barriga esticava de uma maneira completamente anormal. Enquanto isso a mulher apenas observava o sofrimento, seus olhos estavam em um amarelo vivo e forte. Após alguns minutos de agonia o homem parou de se contorcer, seus olhos permaneceram inertes, seu corpo estava mole, desfalecido, a mulher então se aproximou do corpo caído e sussurrou em seu ouvido_ Acorde querido_ apenas um estouro pode se ouvir, vindo de dentro do abdômen do marinheiro, sangue fluía da boca, urina e fezes se espalharam pelo chão, lentamente ele se levantou, tinha agora um semblante maligno, olhos negros e uma voz rouca e grave:
_Minha mãe, enfim estou entre os humanos novamente!_ o demônio começou a tatear seu corpo provando o gosto da tão almejada liberdade.
_Tanto tempo desde a sua ultima visita aos humanos não é mesmo Leviatã? Tenho um ultimo serviço para você! Depois você pode fazer o que quiser com esse cão!
_Sim senhora!
_Espalhe a peste pelo navio e não deixe ninguém sobreviver, prenda os ventos e depois libere tempestades impetuosas! A bruxa e a médium não podem chegar a Londres, não juntas e não ainda! Mate todos, extermine-os se quiser, só não toque na bruxa, Katherine é o nome dela, apenas leve-a até a minha casa quando terminar com todo o resto! Se executar perfeitamente a sua missão eu lhe darei quantos corpos quiser, para poder se saciar! _Disse acariciando gentilmente o rosto da criatura.
Tão rápido quanto surgira na neblina a mulher desapareceu diante dos olhos do leviatã, porém, o cheiro de enxofre ficara em todo o ambiente por horas até que se dissipasse por completo. O homem parecia se deliciar com o aroma forte exalado pela presença de Lilith.
PS: espero que estejam gostando da história pessoal, parece que outro demônio está vindo com toda a força atrás delas... Não percam os próximos capítulos
L$s=Ŷ
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Anjos de Guerra
HorrorQuando os Céu e Inferno entram em uma disputa pelo próprio controle do universo, a vidente Constance e sua amiga Katherine se veem inteiramente ligadas a essa disputa. Constance é uma mulher misteriosa, nascida em uma família de diplomatas espanhóis...