Capítulo 1 ( nova versão)

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— Rochelle!

Sim, esse é meu nome. Você ouviu direito. E não, eu não gosto dele nem um pouco. Minha mãe devia estar muito emocionada quando segurou em seus braços um bebê roliço, pardo, cabeludo e pensou: — uhnn... tem cara de Rochelle. Com certeza, foi culpa da emoção. Minha mãe estava numa bolha mágica com o neném desejado, não posso culpá-la, diretamente, pelo meu bizarro nome.

— Rochelle Oliveira Cavalcante!

A professora Cláudia torna a me chamar e dessa vez usando meu nome completo como se houvesse outra Rochelle na turma. Quase rio. No mínimo, um por cento de chance por país ou, quem sabe, continente.

Saio do meu lugar, na fileira do meio da sala, arrastando meus pés pelo corredor de carteiras cinza até me encontrar de frente para a mesa atolada de papéis da professora. Por cima do nariz, ela conserta os óculos de armação antiga e me lança um olhar reprovador.

Oh-ou. Esse olhar não é bom.

— Não foi bem na prova, Rochelle, outra vez. — Professora Cláudia suspira e sacode a cabeça negativamente.

Sabia que o olhar dela não refletia coisa boa.

A professora estende a folha de papel em minha direção. Pego rapidamente correndo meus olhos pela prova... Ai, droga!

— Se não melhorar suas notas nas próximas provas, você irá direto para a recuperação de férias.

Sinto minha espinha gelar.

A palavra recuperação significa muita coisa para mim. A primeira era: meus pais iriam me matar, obviamente, e a segunda: diga adeus a viajar nas férias de julho com minhas amigas para Salvador.

Tenho uma viagem em jogo para ficar em recuperação.

Sem chance na terra disso acontecer.

— Quatro professora? — Miro o teste com minha nota em vermelho dentro de um círculo mal feito. — A senhora tem certeza que corrigiu direito? Poxa, quatro é muito ruim. Nem um pontinho a mais, hein? — insisto, como sempre, ao receber nota vermelha. Tento arriscar uma pressãozinha nos professores. Mesmo que não funcione, o importante é tentar.

— Se eu revisar sua prova de novo, Rochelle, é bem capaz de sua nota diminuir. É isso mesmo... — frisa — que você quer?

É, pelo visto não colou e ainda podia piorar para o meu lado. Quem criou o ditado 'pior do que está não pode ficar', não sabia que podia sim ficar muito, muito pior.

— Er.. não. Quatro está ótimo. — Abro um sorriso sem dentes.

— Estude Rochelle — adverte. — E muito, se não quiser ir parar na recuperação. Agora, vá se sentar. — Professora Cláudia me dispensa, gesticulando com a mão, voltando a ler as outras provas.

Esse Tal de Amor - RETIRADA em Agosto/2018Onde histórias criam vida. Descubra agora