Meu pai e eu brigamos, outra vez. Tudo porque pedi meu celular de volta e aleguei que seu método de me punir, por ir péssima na prova, é ridículo. O que é mesmo. Apenas o sermão que ele me passa quase todo santo dia está de bom tamanho.
"Você passa muito tempo no celular, filha"
"A internet tira sua atenção"
"Está dando prioridade as coisas erradas"
E mais um monte de blá, blá, blá.
Ele pensa que minhas péssimas notas em matemática são por conta do meu celular. Nada a ver! Eu apenas não sou boa na matéria e entendo bulhufas das explicações dos professores. Principalmente da Cláudia de álgebra. Geometria eu até que me safo, mas no final não adianta muito porque minha nota não fica azul.
Entretanto, eu preciso ter o boletim azul nesse primeiro semestre ou estarei mesmo na recuperação de julho, ou seja, sem férias e o pior, sem Salvador. Por isso, o reforço com o Dinho será minha melhor opção.
No primeiro dia da aula de reforço, nós nos reunimos na biblioteca para estudar. Dinho explica super bem e ainda tem Luciano para auxiliar na aula. Eu havia compreendido um pouco da matéria e isso me encheu de esperanças de tirar notas azuis nas provas.
Após um dia cansativo, chego em casa praticamente me arrastando pelas escadas do meu prédio. Tudo o que mais desejo é tomar um banho relaxante, cair na cama e, quem sabe, hibernar.
Ao entrar no apartamento, não é nenhuma surpresa dar de cara com meu pai deitado no colo da minha mãe enquanto ela lhe fazia o seu famoso cafuné.
A sala está quase escura, a tevê ligada e barulhos de tiros preenchem o pequeno cômodo. Ao me notar, minha mãe abre um largo sorriso.
— Filha, ai que bom que você chegou. Já estava ficando preocupada.
— Está tudo bem. Demorou lá na escola.
Ajeito a mochila e me inclino para beijar minha mãe no rosto.
— Como foi a aula de reforço? — Digo que foi normal.
— Vai tomar um banho, filhota, depois vem jantar.
— Tá.
— E o meu beijo?
Papai me para vendo que eu não o havia cumprimentado. Ainda estou chateada com ele. Mas papai não se importa, ele nunca o faz. Apesar de brigarmos ás vezes, ou bastante ultimamente por causa do meu celular, papai não é de guardar 'rancor'. Ele me beija e abraça mesmo quando eu estou com raiva.
Como agora, ao reparar minha cara emburrada e mesmo assim me puxa para um abraço apertado e um beijo no topo da cabeça. — O pai te ama, tá boneca?
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Esse Tal de Amor - RETIRADA em Agosto/2018
Teen FictionLivro físico pela editora Upbooks! Ficção Cristã Adolescente --♥-- "Tenho quinze anos e ainda não beijei na boca. Isso é tão humilhante! Em níveis épicos! Que garota com quinze anos, breve dezesseis, ainda não beijou na boca? Prazer, a atrasada a...