01 - Sete - Parte 3

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  Em outro quarto, Olívia deixa o seu cabelo liso, ruivo e longo cair sobre os seus ombros ao se sentar na cama para tentar entender o que está acontecendo.
Este lugar não é normal. A professora de educação infantil de Chicago que acabou de se tornar noiva conclui. Este lugar não é normal. Lampeja em sua mente mais uma vez. A porta losangular amarela, aquele maquinário ao lado do seu leito... Noiva... Cai a ficha de que ela tinha acabado de se noivar. Desesperada, passa a procurar naquele quarto, o anel que não está mais em sua mão. Ela é interrompida pelo bipe que precede a abertura da porta.
— Olá, querida — é o que aquela senhora de cabelos grisalhos presos, de olhos grandes e vivos, vestida de uma túnica azul marinho, diz ao entrar. Todas as outras seis mulheres também ouvem isso e ao mesmo tempo. Pois é. Devido a uma habilidade que lhe permite essa simultaneidade, aquela senhora está em sete quartos, ao mesmo tempo, proferindo o mesmo discurso. — Fique calma, porque tudo, eu vou explicar agora mesmo — com uma voz cansada e calmante, aquela mulher anuncia e depois se senta ao lado de todas as camas.
— Por favor! Porque, olha, isso tudo aqui tá uma droga. O que vocês vão fazer comigo depois de invadir o meu apartamento e me desacordar? Tô bem, tô mal? Vou morrer? Que aparelhos são esses? E aquela porta esquisita? Você, definitivamente, se parece com alguém que vai me envenenar e me matar depois de pedir que eu diga o meu último desejo! Você vai me matar, né? — Anne metralha todo esse falatório. A outra, a senhora, dá uma risada para a hacker finlandesa. Mas, para Micaela e as outras nos outros aposentos, ela já começou a dizer o que está prestes a contar para garota da Finlândia, caso ela pare de falar e deixe. Eis o que Dulan explica para todas — e para Anne, com um certo atraso.
— Você passou mal, desmaiou e foi trazida para cá. Nós a trouxemos. Meu nome é Dulan. E eu estou cuidando de vocês desde que...
— Vocês? — em outro leito, Alice, a celebridade brasileira a interrompe. Dulan percebe a falta de clareza e logo acrescenta para todas:
— Ah, sim! Há mais seis mulheres aqui como você.
  Mesmo em quartos diferentes, todas ficam paralisadas com essa declaração, pois elas sentem que ela é o indicativo de que algo sério e muito estranho está ocorrendo.
— O que está acontecendo? — Martha questiona sóbria, ainda deitada em seu quarto.
Dulan toma um pouco de fôlego e confessa para a jovem de Joanesburgo e as outras
seis:

***

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