Chapter 26: Caindo de amor

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Continuamos conversando por muito mais tempo e o que Sean havia dito era completamente verdade, me senti muito à vontade naquele lugar. Ele atacava a pizza, assim como eu, e não parava de falar e sorrir. O senhor Bertuzzo em um momento nos ofereceu um vinho e disse que era um dos melhores que ele tinha - isso foi Sean que me disse já que eu não entendia absolutamente nada que aquele senhor falava - e confesso que realmente foi o melhor que bebi em minha vida.

O clima também colaborava. O sol aquecia o dia iluminando as flores e as crianças que brincavam felizes na rua, deixando a vista do jardim a nossa frente cada vez mais bonita. Tudo estava tão bom, tão gostoso, que fiquei com um pouquinho de medo de que acabasse. Depois que terminamos de comer Sean me convidou para ir ao jardim, então descemos alguns degraus na parte lateral do restaurante para chegar lá.

No caminho passamos por um corredor pequeno com pequenas pedrinhas no chão e todo rodeado por uma cerca alta de madeira. Ao fim nos deparamos com um portal de madeira, Sean passou na minha frente e o abriu, indicando o caminho. Dei alguns passos um tanto insegura, porém no momento em pude contemplar a deslumbrante vista a diante não me contive. Não era apenas um jardim, parecia mais um pequeno pedacinho do céu!

Tinha tantas flores que quase não dava para ver o chão. Eram de todas as cores e tonalidades possíveis, brotando do chão, penduradas ou colocadas em grandes vasos de barro e até mesmo cobrindo as paredes laterais do restaurante. Continuei andando pelo pequeno caminho de pedras até o centro do pequeno paraíso. O cheiro de lá era tão incrível, parecia lavanda só que um pouco mais doce, praticamente uma explosão de cheiros.

- Como disse, - inicia Sean atrás de mim. – a senhora Bertuzzo amava flores.

Olho para trás e esboço um grande sorriso. - Sim... É lindo demais. – Volto a admirar o jardim e percebo que um pouco mais a frente tem um pequeno laguinho, perto de uma estátua de uma mulher que segurava uma bacia cheia de frutas toda em pedra.

Meus pés então ganham vida e me levam até lá. Sean está a todo o momento atrás de mim ou ao meu lado, concentrado apenas em minhas reações.

Quando chego perto do lago vejo que tem alguns peixes, mas não daqueles pequenos que a gente vê por aí. Estes aqui eram grandes, de várias cores e suas nadadeiras se movimentavam como finos véus de seda. Volto minha atenção a Sean, que como já sabia não olhava para nada além de mim. – Eles são tão coloridos que parecem de mentira. – Falo encantada voltando a olhar.

Sean se aproxima um pouco mais e fica ao meu lado. – Sim, - sorri e olha para o lago. – são carpas. Eu vinha aqui quase sempre depois que cheguei aqui em Manhattan. É um bom lugar para descansar.

- E como! Muito obrigada por me trazer aqui, parece um pequeno pedaço do céu de tão lindo que é. – agradeço emocionada.

Sean sorri como os lábios fechados, relaxado.

- Não é necessário agradecer. - Aquele olhar tenso e compenetrado se foi, e até seus olhos estão sorrindo para mim agora. – A beleza deste lugar combina em excesso com a sua. Vendo a senhorita aqui de fato acredito que seja um breve pedaço do paraíso.

Oh, meu pai! No momento em que Sean termina de falar coro imediatamente. Confesso que tê-lo aqui é o céu, muito bom, mas...

Mas...

...Mas o que mesmo?

Olho para meus pés para esconder o grande sorriso em meus lábios. Olhando para baixo percebo que Sean se aproxima de mim. Sinto sua mão em meu queixo, o levantando para que eu olhasse para ele. Ele está sério, mas não irritado ou tenso, apenas concentrado em mim. Paro de sorrir no instante em que miro seus negros olhos, a intensidade que vejo lá é tamanha que chego a tremer de ansiedade. Contudo não temia, era como se eles me chamassem, cada vez mais, me levando até ele lentamente.

Sempre sua Luce (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora