Capítulo 5: Você pode culpar o álcool.

11 4 0
                                    

  A caminhada até a casa de Dake fora, até certo ponto, silenciosa. Até Viollet, que era, por vezes, uma tagarela, não fazia nenhum esforço para começar uma conversa. Ela começava a pensar que Dake havia se arrependido de tê-la chamado para uma última bebida em sua casa, enquanto, na mente do rapaz, havia uma confusão de pensamentos.Viollet era anos mais jovem que ele, seria errado fazer ou tentar qualquer coisa com ela, porque ele estaria se aproveitando da garota. Mas ele não estava pensando em levar aquilo para outro nível, estava? Para interromper todos os pensamentos obscenos que surgiam em sua cabeça, Dake pigarreou, atraindo a atenção de Viollet, que andava olhando para suas botas.
— Então...
— Então...? — Viollet repetiu, parando para olhar Dake, que mexia nervosamente no cabelo. — O que foi?
— Não, nada. — O rapaz disse, enquanto seus olhos diziam outra coisa. Viollet arqueou uma sobrancelha, descrente.Dake suspirou fundo, mas nada falou.
— Eu sei. Você provavelmente está arrependido de ter me convidado para ir a sua casa. — A Ruiva falou, fitando os belos olhos Azuis do homem a sua frente. — Ei. — Viollet tocou o braço de Dake, que se arrepiara por baixo do casaco pesado que vestia. — Tá tudo bem, Pitcher.
— Não. — Dake segurou na mão da garota, que ainda o encarava, totalmente atenta. — Não me arrependi de nada.
A rua onde as casas de Viollet e Dake se encontravam estava deserta e escura, com exceção de poucas janelas acesas. Os dois andavam lado a lado, as mãos dadas, e nenhuma palavra era dita. O silêncio era confortável para os dois, então não necessitavam as palavras. Os únicos ruídos emitidos eram dos passos de ambos, até que, impacientemente, Viollet suspirou.
— Eu... Eu não posso fazer isso. — Dake encarou a garota, que havia coberto o rosto com as mãos. O rapaz a olhava, confuso, esperando uma explicação e, como se pudesse ler os pensamentos dele, Viollet despejou as palavras rapidamente: — Eu acho melhor eu ir para a minha casa. Já está tarde, Dake, e eu não quero preocupar meus pais.
Dake sorriu para a menina e passou um braço sobre seu ombro, apertando-a contra ele.
— Se é isso que você quer... — O rapaz sorriu, olhando-a pelos cantos dos olhos e Viollet não pôde deixar de sorrir para ele. — Mas eu ainda vou ficar te devendo a nossa saideira.
Após alguns minutos de silêncio, Viollet suspirou profundamente e se virou para Dake, que se encontrava um pouco confuso.
— Quer saber? Vou querer minha saideira hoje. — Dake sorriu para as palavras da garota e balançou a cabeça, concordando. — Não sei quando vou ter espaço pra você na minha agenda superlotada, então é melhor desse jeito.
Dake ria escandalosamente enquanto cambaleava pela rua, perdendo o equilíbrio e quase caindo, levando Viollet com ele.
— Ainda bem que estamos quase chegando... — Dake comentou entre sessões de risos frouxos.
A casa de Dake ficava logo no final da rua, exatamente na frente da casa de Viollet. O rapaz parou em frente à porta de sua casa, procurando as chaves em seu bolso, enquanto Viollet mantinha-se apoiada no muro que ladeava a pequena varanda. Um baixo clique indicava que a porta estava destrancada, Dake girou a maçaneta e fez sinal para Viollet entrar primeiro.
Os olhos de Viollet corriam pela sala, procurando por indícios de que Stacey realmente havia ido embora, mas pouca coisa havia mudado desde a ultima vez em que estivera ali. Algumas fotos haviam sido removidas de seus lugares, mas aparentemente era só isso que havia mudado.
— Ei, senta aí. — Disse Dake, apontando para o sofá de couro branco bem no meio da sala de estar. — Você quer beber alguma coisa?
Viollet caminhou e se jogou no sofá, como fazia em sua casa, olhando para o rapaz. Fingindo pensar por alguns segundos, a garota finalmente se pronunciou:
— Tem alguma coisa com alto teor alcóolico aí?
Dake soltou uma risadinha e adentrou na cozinha, voltando alguns segundos depois com uma garrafa de uísque e dois copos. O rapaz sentou-se ao lado de Viollet e, por longos segundos, ficou fitando-a. Seus olhos corriam pelo rosto, pelo colo, pelas mãos e pelas pernas da garota. Viollet não sabia o que fazer com suas mãos, portanto não parava de mexê-las, então para fazer-se útil, a garota decidiu encher os copos com o uísque. Entregou o primeiro copo cheio para Dake, que ainda a olhava fixamente enquanto bebericava seu uísque, e encheu o segundo copo rapidamente, bebendo o líquido todo em uma golada.
— Uau.
— O quê? — Ela perguntou, distraidamente.
Dake apenas suspirou, se aproximando lentamente da garota. Viollet podia pressentir o que iria acontecer a seguir, mas não fez nada para impedir a proximidade entre os dois. Logo as mãos quentes de Dake acariciavam os braços gélidos da garota, descendo até sua cintura, apertando-a gentilmente. Seus corpos estavam tão próximos que Viollet conseguia sentir o calor que emanava do corpo do rapaz, assim como também conseguia sentir o cheiro de Dake, uma mistura de perfume e álcool. Um cheiro que dominava os sentidos de Viollet, levando-a a loucura. Os lábios dele tocavam levemente a pele sensível do pescoço da garota, arrancando suspiros e causando arrepios, subindo pelo maxilar e parando no canto dos lábios de Viollet, que tentava absorver o máximo possível de tudo isso. Viollet tinha os dedos emaranhados nos cabelos de Dake, que pedia passagem com sua língua, iniciando um beijo intenso, urgente. Assim que o clima esquentava, Dake se afastou um pouco e retirou sua camisa rapidamente, voltando a beijar Viollet. Suas mãos ágeis procuravam cegamente o zíper do vestido da garota, que agora passava uma perna para a lateral do corpo de Dake, sentando em seu colo de frente para ele. Enquanto as alças do vestido de Viollet escorregavam pelos seus braços, Dake beijava seu pescoço, passando os lábios lentamente por seu colo e voltando para sua boca.
Então, como se tivesse acordado de um transe, Dake partiu o beijo e se afastou, respirando ofegante. Viollet abriu os olhos lentamente e arregalou-os, completamente incrédula. Ela olhou para seu colo descoberto, seu sutiã de renda totalmente à mostra, e para o peito nu de Dake, seu abdômen definido, e desceu do colo do rapaz, escorregando de volta para seu lugar no sofá.
— Oh, meu Deus! — Viollet exclamou, enquanto arrumava seu cabelo e fechava seu vestido, levantando-se do sofá. — Eu... Ai. Meu. Deus.
Dake continuava imóvel, não conseguia crer que quase havia ido longe demais com a filha de um de seus amigos. Viollet murmurou alguma coisa para o rapaz, que apenas assentiu, mesmo não tendo prestado atenção na menina, e então ela saiu pela porta.
Quando ele conseguiu se levantar, poucos minutos haviam se passados desde que Viollet foi embora. Caminhando até a porta para trancá-la, Dake viu-a pelo pequeno olho-mágico e sorriu para si mesmo. Viollet olhava para sua frente, imersa em pensamentos. Dake abriu a porta e saiu, sentando-se ao lado dela na pequena escada na entrada da casa.
— Ei...
— Oi. — Viollet disse, ainda olhando para frente. Um longo suspiro se fez audível, então a garota se virou para olhar Dake. — Eu não consegui ir embora.
— É, eu percebi. — O rapaz riu, passando o braço pelo ombro da menina. — Desculpa por... — Dake pigarreou. — Você sabe.
— Não precisa de desculpar, de verdade. O que aconteceu aqui hoje foi só o efeito do álcool, tá tudo bem.
— Eu não acredito que tenha sido só o álcool... — Ele disse, encarando Viollet com seus lindos olhos Azuis e um sorrisinho sacana de lado. — Mas se você quiser, você pode culpá-lo. — Dake falou, dando uma piscadela.  

O Último de Nós.Onde histórias criam vida. Descubra agora