Prólogo

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Olá!!!!

Se estás aqui, então quer dizer que leste o Cidade Oculta e decidiste a sua continuação merecia uma oportunidade de mostrar o que vale. 

Estou muito feliz de vos ter aqui, meus amores.

Ora bem, vou passar a explicar o motivo desta mensagem pré-capítulo.

Como devem saber, a semana passada comecei uma nova história chamada de Pangeia. Pois bem, decidi tentar escrever duas histórias ao mesmo tempo e para que isto não fique uma balburdia para mim e uma confusão para vocês, decidi que iria publicar um capítulo à vez. E o que é que eu quero dizer com "à vez", quero dizer que, depois deste capítulo, só daqui a duas semanas é que haverá um novo. Todos os sábados tentarei publicar um capítulo novo para cada história, alternadamente.

E agora.... O capítulo!






O céu estava cinzento. As nuvens carregadas anunciavam o prelúdio de uma tempestade.

Klavus olhava o céu, tristonho. Teria dado tudo para que o seu povo não tivesse de passar por aquilo. Klavus olhou por cima do ombro, para os seus homens.

Muitos eram ainda muito jovens, e isso dava ao rei arrepios.

Porque é que tinha de ser assim?

O ribombar de um trovão espalhou-se pela colina verdejante segundos depois da luz cortar o céu cinzento.

O seu cavalo resfolegou por baixo de si mesmo.

- Pronto, pronto. – Passando uma mão calmante pelo pescoço do poderoso animal, Klavus tentava acalmar o bicho.

Contudo, também ele se sentia inquieto.

Por uma última vez, pensou na esposa, resguardada no interior do palácio e na sua filha.

Jade.

Pensou naquele rosto belo, naquele cabelo cor de fogo. Nos olhos verdes apaixonados.

Mais uma vez, olhou para trás. O jovem atrás de si inspecionava, pela milionésima vez, a sua espada.

Sentindo que o observavam, o rapaz levantou a cabeça e, com os seus olhos azuis fortes, olhou nos olhos do rei.

Por favor, meus Deuses, não permitam que o miúdo morra...

O jovem sorriu-lhe timidamente, numa tentativa de lhe transmitir conforto. A admiração era latente nos seus olhos jovens. E isso deixava o rei ainda mais tristonho.

- Meu senhor?

Klavus olhou para o lado, para o seu segundo comandante que se aproximava a cavalo.

- Sente-se bem? – Perguntou o segundo comandante.

- Ninguém se sente bem numa guerra.

O segundo comandante baixou o olhar, como se tivesse vergonha das palavras que lhe tinham saído da boca, despoletando a resposta do rei.

Klavus voltou a pousar o olhar no miúdo. Este conversava agora com outros soldados. O seu rosto belo estava cerrado numa máscara de seriedade e respeito.

Suspirando, Klavus reposicionou-se na cela e olhou em frente, para o fundo da colina.

- Markus...

O segundo comandante relanceou os olhos pelo seu rei, ansioso.

- Meu rei?

- O que sabes sobre o miúdo?

O rosto do homem tornou-se uma máscara de confusão.

- Que miúdo, meu senhor?

Klavus limitou-se a apontar por cima do ombro, para o belo jovem de olhos azuis. Quando o segundo comandante olhou disfarçadamente para o rapaz, o princípio de um sorriso repuxou-lhe os lábios.

- O Samuel, meu senhor?

- É esse o seu nome?

O homem assentiu.

- O que sabes sobre ele? – Questionou o rei.

- Coisa pouca meu senhor. Sei que é filho da aia de sua majestade, sua esposa, e do ferreiro do reino. É um miúdo calado, está sempre sozinho ou com um amigo. Não é de causar confusões, meu senhor. É também um menino corajoso. Alistou-se para as provas de admissão do exército real assim que teve idade para isso e, se o meu senhor me permite comentar, ele é bom. Aliás, é um dos melhores da sua turma.

- Mas é demasiado novo para ver as repercussões de uma guerra. – Disse o rei, rigidamente.

- Concordo consigo, meu rei. Mas estes tempos não são bons nem para aqueles que estão por nascer.

Klavus fechou os olhos durante um minuto. Aquele rapaz era importante e caberia a Klavus zelar pela sua segurança. O miúdo, Samuel, tinha de regressar são e salvo para o lugar onde pertence.

O vento trouxe o pó e o grito de chegada do inimigo. Os olhos de Klavus abriram-se com o som. Uma gota de chuva caiu-lhe em cheio na cana do nariz.

Klavus olhou o céu.

E que a guerra comece.

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