Férias e Convites Inesperados

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— Anne? Acorda. — Mamãe me cutucou.

—Hm? — murmurei, mais dormindo do que acordada.

— Levanta. Vamos jantar.

— Ok... já vou. — Me sentei na cama, notando que já estava escuro. Levantei e fui jantar e ajudar com as louças, então voltei para o quarto.

Não quero fazer nada, mas também não tem nada pra fazer.

Liguei o notebook e de forma automática, abri a pasta com as fotos da escola, abrindo diretamente as do jardim, onde Lysandre estava. Droga, qual meu problema?

— Anne? — Mamãe chamou, dando um toque na porta. — Vamos ver um filme, quer ver?

— Claro. — Abaixei a tela do notebook e desci, esperando conseguir me distrair.

Mamãe escolheu o filme, nem eu ou papai pudemos opinar. Mamãe wins, como sempre. Ela escolheu um filme chamado "Para Sempre".

Romances têm um poder incrível de fazer você querer estar apaixonada e eu não sabia se foi bom ou ruim ter assistido. Só soube dizer que fez com que eu pensasse mais nele me olhando hoje.

...

O fim de semana passou morto, mas pelo menos passou logo. Coisa estranha eu ter gostado disso.

Indo para a escola, olhava para os lados e para trás, esperando encontrar o dono dos cabelos platinados. Quando cheguei, parei na entrada.

Será que ele está no jardim? Provavelmente...

Meu estômago se mexeu involuntariamente e continuei o caminho para a sala. Sentei e me debrucei sobre a mesa. Um tempo depois, escutei alguém entrando.

— Ei. — Alguém cutucou minha cabeça. — Viu o Lysandre por aí?

— Não. — O som da minha voz saiu abafado.

— Obrigado pela ajuda — falou, de forma irônica.

— De nada.

Peguei um caderno e comecei a rabiscar.

Você é uma idiota, pare de agir assim. Tenho que tratá-lo normalmente, e agir normal também, o máximo que eu conseguir. Certo? Vamos lá. Normal...

— Bom dia.

Normal, Anne, normal.

— Bom dia, Lys. — O olhei. — Hm... Castiel estava te procurando.

— Me procurando? Mas eu estava no jardim... A menos que ele tenha ido quando fui ao banheiro... — Sentou-se.

— Pode ser. — Dei de ombros, voltando a rabiscar.

Lysandre parou de se mexer e eu tive a sensação de que ele estava me observando. Arriscando, dei uma olhada para ele, confirmando o que eu senti.

— O-o que foi? — perguntei baixo, sem querer.

— Você está bem? Me parece desanimada.

Senti-me corando. — N-não é nada... Estou pensando nas férias... — Dei a primeira desculpa que me passou pela cabeça.

— E o que há de errado?

— É... Meus amigos estão longe agora. Eu não conheço a cidade, acho que vai ser entediante. — Ri, sem graça.

Ele apoiou os cotovelos nas pernas. — Nós podemos resolver essas questões, só não poderei substituir seus amigos. — Sorriu, gentilmente.

Ah, Lysandre...

Duas CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora