Capitulo 01

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Meu relógio digital indicava que era 06h30min da manhã, faltava 1 hora para o despertador tocar para que eu pudesse levantar para mais um dia de trabalho, eu trabalhava em uma floricultura junto com a minha amiga com quem eu dividia um pequeno apartamento, Sara.

Sara era quatro anos mais velha que eu, fazia pouco mais de 6 meses que eu havia feito 20 anos, nos conhecemos em um curso de florista, começamos a conversar e foi uma ligação de almas, 3 meses depois começamos nosso pequeno negócio, uma pequena floricultura, era pequena mas dava para gente se virar pagando as contas e o aluguel do nosso apartamento.

Sara era como eu órfã, mas diferente de mim Sara não teve avós amorosos com quem ela pudesse contar para contar com seu bem estar, ela viveu em lares adotivos até os 18 anos, desde então Sara tem se virado para viver trabalhando em vários empregos, ela economizava tudo o que ganhava para comprar um lugar onde pudesse viver, até que nos conhecemos há 2 anos, desde então eu e meus avós temos sido a única família que Sara tem.

Meu celular tocou no meu criado mudo e vejo que é vovô, como sempre ele acorda bem cedo, com um sorriso no rosto atendo.

- Oi vovô.

- Olá pequena Cassie, - responde com uma voz cansada - Espero não ter de acordado.

- Tudo bem vovô eu já estava acordada, aconteceu alguma coisa?

- É a sua vó pequena Cassie. - meu coração para por um segundo, lagrimas começam a se formar nos meus olhos.

- Ela está bem vovô? - pergunto com uma voz chorosa que eu quase não reconheço, "Por favor, Deus que ela esteja bem, eu não posso perder minha vó". Oro mentalmente.

- Sim pequena Cassie, mas ela precisa de você, nós precisamos de você. - responde com uma voz triste, vovô sempre foi um homem forte, a ultima vez que eu o vi chorar foi no enterro dos meus pais eu preciso está perto dele e apoia-lo, é nessa hora que eu decido que vou deixar meu passado de lado e voltar para a minha cidade natal e irei passar uns dias com meus avós.

- Eu estou indo para aí vovô, - levanto da cama indo em direção ao guarda roupa e pegando uma mala - Cuide bem dela até eu chegar, chego aí o mais rápido que puder, - tento acalma-lo com minhas palavras, enquanto falo jogo roupas aleatórias na mala.

- Nós te amamos pequena Cassie, - vovô falou antes de desligar o telefone, eu sabia o quanto ele estava sofrendo meu avô amava minha avó se ele a perdesse ela ficaria sem chão.

- Também amo vocês, - falei pra mim mesma, eu nunca pensei que fosse voltar para o Delta, mas eu tinha que voltar pelos meus avós eu precisava ser forte eles precisavam de mim.

****

Sai do meu quarto com a minha mala, fui até o quarto de Sara e a porta estava aberta, ela não estava no quarto, foi quando eu ouvi o barulho de algo caindo na cozinha.

- Droga, - Sara sussurro, - Merda de cafeteira, - ela estava de costas pra mim, Sara era muito bonita, loira, pele clara, olhos de um tom verde/cinza, era da minha altura 1,60 para muitos ela podia parecer delicada, mas Sara era uma guerreira e eu a admirava por isso.

- Uhm, - pigarreei interrompendo a sucessão de xingamento que Sara expressava contra a cafeteira.

- Oh, Bom dia Cassie May, - revirei os olhos para aquele apelido que ela meu deu uma semana depois que nos conhecemos, - Nós precisamos trocar essa droga de cafeteira.

- Sara, - usei um tom impaciente e ela se virou e me fitou.

- Vai viajar Cassie May? - olhou para a minha mala e me fitou com uma expressão confusa.

- Sobre isso Sara, eu queria que você me cobrisse no meu turno na floricultura por pelo menos uma duas semanas vovô me ligou e vovó não está nada bem eu preciso ir Sara eu preciso, - falei tudo de uma vez sem dá espaço para respirar eu estava muito nervosa eu só precisava vê minha vó, nem percebi que lagrimas molhavam o meu rosto, até Sara se aproxima e seca-las.

- Ei Cassie May, - Sara me abraçou, - Tudo vai ficar bem, eu vou tomar conta de tudo, - me abraçou e me deu um beijo na bochecha.

- Obrigado Sara você é a melhor, - peguei minha mala indo em direção a porta, - Amo você Sara, - falei antes de ir.

- Também amo você, me ligue se precisar de alguma coisa, - a ouvi falar antes de fechar a porta, desci as escadas e fui até a minha caminhonete que estava em frente ao prédio onde morávamos.

****

Foi uma viagem de 02h: 30 minutos de De Soto Louisiana onde eu e Sara morávamos até Delta Texas onde meus avós moravam, vi o posto de gasolina de Beau logo que entrei na cidade, Delta era uma cidade todo mundo se conhecia, parei para abastecer e não resisti à tentação de entrar na loja de conveniência.

Abri a porta da loja e ouvi o sininho tocar me veio o sentimento de nostalgia, lembrei-me de quando era apenas uma criança e vinha comprar doces e balas depois de escola.

- Olha se não é a pequena Cassie, - Beau falou com um sorriso no rosto.

- Hey Beau, tudo bem? - perguntei de forma nervosa.

- Tudo bem pequena Cassie e você? Então o que vai querer hoje? - perguntou como se eu viesse todo dia à loja.

- Hm, eu vou bem, - fui até o freezer e peguei uma garrafa de água.

- Quanto deu Beau? - peguei uma nota de cinco dólares no bolso de trás da minha calça jeans.

- É por conta da casa, - me olhou de forma divertida.

- Uhm, - limpei a garganta, - Obrigado Beau, - me despedi indo em direção a porta.

- Ei pequena Cassie, - Beau me chamou, parei e olhei para trás.

- Você parece diferente, - falou com uma voz triste.

- Eu estou Beau, eu estou, - me despedi com o aceno e sai pela porta.


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