Encurralada

Capítulo 05

Não consegui correr nem dez anos e Scott já me segurava pelo braço e me virava em sua direção para encara-lo, minha respiração estava entrecortada.

Droga eu devia ter ouvido Sara e parado de ser sedentária, mas ficar no sofá comendo pizza era muito melhor que sair pra correr.

Scott me olhava como se despisse minha alma, e eu não gostava disso nem um pouco, ele era perigoso tive muitas experiências no passado para saber disso, mas porque ele fingia não me conhecer? Eu devia admitir ele era um ótimo ator, ele conseguia fingir perfeitamente que era um bom rapaz.

Despertei do meu transe quando vi Scott aproxima seu rosto do meu com os lábios entreabertos.

Merda, merda, merda.

Ele vai me beijar.

Faça alguma coisa Cassie.

- Que diabos você pensa que está fazendo? – gritei batendo no seu peito.

Scott se afastou e passou as mãos pelos seus cabelos ruivos e respirou fundo.

- Eu não, o que você tá fazendo Cassie, - andava de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos como se tentasse se controlar, Scott parou de andar e se colocou na minha frente, - Eu só queria conversar com você, mas olha só quando eu me aproximei você bancou a louca e saiu correndo como se tivesse visto o próprio diabo, - falou de forma zombeteira.

- Você me chamou de louca?

Deu de ombros.

- Talvez eu tenha visto, - falei de forma zombeteira.

Eu já estava cansada dessa conversa sem sentido, dei uma ultima olhada para Scott e comecei a seguir em direção à casa da minha avó, quando senti a mão de Scott no meu braço de novo.

Ele tinha que parar de me tocar, eu sentia coisas estranhas na minha barriga quando ele me tocava.

- Dá pra você me soltar? – o olhei levantando uma sobracelha.

O seu toque não parecia o mesmo, suas mãos eram calejadas há dois anos, talvez ele usasse creme para as mãos.

- Quem usou creme para as mãos? – me olhou com curiosidade.

Não consegui me concentrar na sua pergunta por que o bastardo resolveu cruzar as mãos acima da cabeça se espreguiçando, só agora eu havia notado uma tatuagem na parte interna do seu braço direito, havia tatuagens também nos dedos das mãos.

Para de encarar Cassie, disse uma voz interior.

- Eu falei isso em voz alta? – perguntei sem jeito.

- Falou... - assentiu, - De quem você estava falando? – me deu um sorriso alegre me presenteando com duas covinhas.

- De ninguém, tchau Scott, - me despedi e subi a rua indo em direção a casa dos meus avós.

- Hey Cassie, - correu até me alcançar e comecei a andar ao meu lado, - Eu te acompanho.

Parei de forma abrupta e o encaro, eu devia ter errado.

O encaro com uma cara de poucos amigos.

- Claro que não, vá embora, eu não preciso de seguranças, - voltei a andar.

- Então eu só vou andar a seu lado.

Esse bastardo só podia ser louco ou surdo ou os dois, ele estava me deixando nervosa e furiosa, era um misto de emoções que só ele conseguia me fazer sentir, eu me sentia como uma bomba prestes a explodir.

Eu não ia deixar ele me desestabilizar, eu ia agir como se não me importasse.

- Tanto faz, - dei de ombros.