Eu havia acabando de sair da loja de conveniência quando eu o vi, ele estava diferente de dois anos atrás, mas eu tinha certeza que era ele, ele olhava para os lados como se estivesse perdido, como se nunca tivesse pisando os pés em Delta, mas eu sabia a verdade, ele tinha um mapa em suas mãos, foi quando ele me viu, meus sangue gelou e obriguei meus pés que pareciam estar presos ao chão a se moverem, dei meia volta e andei o mais rápido que consegui até minha caminhonete, mas não foi rápido o suficiente pois ouvi sua voz me chamando.
- Oi, - ouvi sua voz, mas não parei.
- Oi, moça, - acelerei o passo, sua voz parecia cada vez mais próxima a mim, - Moça, por favor,- foi quando eu senti sua mão tocando meu braço.
- Por favor, não me toque, - falei com a voz mais fria que consegui naquele momento, mas por dentro eu estava apavorada se ele se lembrasse de mim eu estaria perdida.
-Uhm, desculpa- ele limpou a garganta e soltou meu braço, - Eu gostaria de uma informação, - ele falou com uma voz rouca, ele parecia um pouco desconfortável com a minha animosidade com ele.
Tive que me virar para vê-lo melhor, será se ele me reconheceria? Eu já não era aquela mesma Cassie do passado desde minha roupa a meus cabelos eu havia mudado, eu não era mais aquela garota ingênua de 18 anos.
Quando nossos olhares se encontraram eu notei que havia algo de diferente, seus olhos não eram como eu me lembrava, eram os olhos mais verdes que eu havia visto na vida, e o que mais me impressionou é que em nenhum momento brilhou o reconhecimento nos seus olhos, eram olhos doces e gentis, e foi isso o que mais me assustou.
Ele passou um bom tempo me olhando, como se eu fosse algum tipo de objeto raro que ele nunca tivesse visto igual, eu me sentia nua diante daquele olhar como se ele estivesse desvendando cada segredo que eu escondia, eu me sentia desconfortável com isso.
- Uhm, - pigarreei para chamar sua atenção ele piscou e balançou a cabeça como se saísse de um transe.
- Será se você poderia me informar onde fica a paroquia do Padre Will?
Eu esperava qualquer pergunta menos essa, pensei que ele iria perguntar onde era a loja de armas mais próxima, igreja não combinava muito com ele, talvez ele tivesse que confessar os seus muitos pecados.
-Hm sei sim, eu por acaso passarei em frente à paróquia.
Droga porque que eu tinha que abrir minha boca grande e dizer que eu ia passar na porta? Porque eu não dei apenas as coordenadas, claro que a antiga Cassie prestativa tinha que dar o ar da graça e eu tinha que ajudar um desconhecido que precisa de ajuda, parece que você nunca aprende Cassie, disse uma vozinha interior irritante.
- Ah, será que eu poderia seguir você até lá? - me perguntou e me deu um sorriso amistoso, seus olhos adquiriam um brilho sempre que ele sorria, seu sorriso parecia realmente sincero.
- Tudo bem, - falei o presenteando com um sorriso tenso, mas na verdade eu queria gritar com ele e dizer que eu não o queria perto de mim, mas a minha boa educação texana não me deixava ser mal educada com ele.
Eu já ia me virando para voltar para o meu carro quando ele falou:
- A proposito meu nome é Scott, Scott Hunnam
- Ok Scott, Scott Hunnam,- ele mordeu o lábio tentando não rir do meu meu descaso com a sua apresentação, mas não consegue ele me presenteia com uma risada profunda e eu poderia até mesmo classifica-la como bonita, mas isso esse bastardo nunca ira saber.
- Então? - ele me olha com expectativa e com um sorriso no rosto, ele nunca cansa de rir não?
- Então vamos. - eu falo dando as costas e indo para o meu carro
- E o seu? - ele perguntou se colocando a minha frente e invadindo meu espaço pessoal.
- Cassie, - falei de forma petulante, ele me olhava com expectativa, - Cassie Mackenzie, - revirei os olhos para a insistência dele em querer saber meu sobrenome.
- Muito prazer, - estendeu sua mão pra mim em um comprimento, olhei bem para o seu rosto tentando descobrir qual era seu jogo, mas não encontrei nada além de um sorriso de menino que alcançava seus olhos, ele parecia feliz só em saber meu nome.
Eu apertei a sua mão e senti um pequeno choque, foi como se uma grande carga de energia passasse pelo meu corpo, essa carga vinha de Scott, olhei para seu rosto para descobrir se ele havia sentido também e o que eu vi me fez ter certeza que sim, ele já não ria ele tinha as pupilas dilatas que tornavam seus olhos verdes em quase pretos, havia desejo em seu olhar. Quando ele falou sua voz estava rouca e ofegante.
- Cassie, meu nome saiu da sua boca se fosse algo doce, Scott falou meu nome com tal adoração que eu sabia que eu estava perdida eu ia ter que enfrentar meus fantasmas do passado e eu ainda não estava pronta para aquilo.
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Encurralada
RomanceErros são cometidos, e eu havia cometido o meu, eu sempre fui uma garota exemplar, sempre quis ser o motivo de orgulho dos meus avós, até quando eu o conheci, ele era como um anjo que me fazia querer ser diferente, ele me olhava como se eu fosse uni...