Além de esquisita, ela é louca

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Eu voltei pra sala, enchuguei todas as lagrimas e fui, entrei triunfante como se não houvesse acontecido nada... Meu braço cortado ainda sangrava, embora eu já tinha tentado estancar o sangue.

Sentei no meu canto, eu não havia percebido mas meu sangue escorria oque formou uma pequena poça no chão.

Os meus colegas olharam para o chão e olharam para mim, o que me deixou constrangida. Foi aí que começou novamente as piadinhas.

"Risos"
-Nossa olhem gente a maluca da sala, além de esquisita é doida... foi a mesma história em todas as aulas...

Finalmente chegou a aula de artes, minha preferida, até porque meu professor sempre dizia que eu era uma artista completa, oque me tornava um pouco especial dos outros.

A aula foi bem produtiva, porém poderia ser mais tempo.

Arrumo meu material e vou para casa, resolvo passar novamente onde eu vi a caixa com os filhotes mortos.

Ao chegar lá vejo um garoto, aparentemente com o mesmo estilo que o meu mais incrivelmente lindo, eu me aproximo e ele me olha de cima a baixo.

-Olá garota, oque você veio fazer nesta rua escura?

-Talves eu goste da escuridão.
Eu respondo, ele olha meu braço cortado e me pergunta novamente:

-Qual o motivo desses cortes?

-Me forçaram a fazelos.

-Você é dona do seu corpo, não deve ser forçada a fazer oque não deseja.

Eu o olho, e imediatamente começo a chorar, involuntariamente minhas pernas enfraquecem e eu caio no chão isso sempre acontecia, quando eu chorava.
Ele me abraça como se me conhecesse e me entendesse.

Ficamos em silêncio por um tempo.
Ele me olha novamente e diz:
-Meu nome é Harry, e como você se chama pequena?
-Annie pode me chamar assim.

Ele me abre um sorriso convidativo.

-Podemos ser amigos? Annie!!!

-Talves eu não seja boa nisso!

-Vou te contar um segredo, eu também não...

Harry me acompanha até em casa, eu o convido para entrar...
Apesar de não saber direito quem ele é.

Nós entramos, peço para que ele se sente no sofá que eu iria apenas guardar minhas coisas, ele nega com a cabeça e me segue.

Nós entramos no meu quarto, ele se senta na cama e eu vou até o closet, fecho a porta e me troco lá mesmo.

Eu saio com um short preto, uma blusa de banda ( Nirvana) e tênis.

Ele me olha e observa por alguns instantes, eu o encaro e ele sorri novamente, com o mesmo sorriso convidativo...

-E agora? Ele pergunta.

-E agora oque?

-Oque você faz a tarde?

-Ha isso... Eu escuto música, faço desenhos, assisto algumas séries... mas eu sempre faço só, porque nunca tenho companhia...

Ele me olha, confuso mas eu não desvendo seu olhar de confusão.

-Vamos sair?

-Pra onde iríamos?

-Pra qualquer lugar, que seja silencioso e que dê pra fazer oque quisermos.

Ele me olha novamente e tem uma ideia que não me conta.

-Ja sei pra onde... vamos...

Ele me puxa e nós vamos para o tal lugar...

Era um posto de gasolina, aparentemente abandonado, eu o olho com um olhar apreensivo, ele ri e me puxa.

-Vamos pequena!! Ande mais depressa!!

Nós entramos, e só oque eu vejo é um lugar escuro, derrepente as luzes se acendem, e há uma sala, tem uma cama, parece ser um quarto, meio estranho pelo local mas é um quarto.

Ele me pede para que eu feche meus olhos, eu os fecho.

Ele segura minha mão e pede para eu confiar nele e não abrir meus olhos.

Chegamos em um outro lugar.

-Pronto agora já pode abrir os olhos!!

Eu estava em uma outra sala mas desta vez, era uma sala cheia de cacos de vidro quebrado.
Por onde eu andava havia cacos.

-Que lugar é esse? Isso é...
Antes que eu acabasse de falar ele me respondeu.

-Esse é meu modo de soltar minha raiva, minhas tristezas, e tudo mais que eu tento soltar.
Assim eu não desconto a raiva em mim, sem precisar me cortar.

Eu o olho como se fosse impossível, ainda não ter pensado nisso.

-Esperimenta pequena!! Pega uma garrafa de vidro, e joga junto com toda a sua raiva.

Eu o olho e sorrio.

Pego a garrafa mais próxima, e jogo na parede que está à minha frente.

Continuo jogando algumas outras garrafas.

Até que já não me aguento mais de pé começo a chorar e antes que eu caia, Harry me segura.

-Ei, cuidado. Ele me olha me pega no colo.
Me coloca com cuidado na cama, e me abraça, ficamos abraçados por um bom tempo, até que eu paro de chorar.

-Calma pequena, não precisa ficar assim, eu sei como se sente quando o mundo não te aceita, quando você se acha diferente ou menos que os outros, quando tudo que você quer é chorar mas você só consegue se machucar, você se corta pra tentar arrancar um monstro que existe dentro de você, mas eu posso te dizer que esse monstro não vai sair, até porque ele não existe, e você só vai se machucar envão, e vou te contar um segredo que talvez nem você saiba, mas seu maior inimigo é você.

Ele me olha, e enxuga minhas lágrimas.

-Me promete uma coisa pequena?

-Sim oq?

-Que você não vai mais se cortar, e que quando se sentir só, e precisar de alguém pra conversar vai me procurar.

-Eu prometo...
Ele me olha desconfiado e me faz prometer mais uma vez...

-Okay, eu vou acreditar em você, agora você é uma responsabilidade minha, minha única amiga, e eu vou cuidar de você como minha própria vida.

Meus olhos lacrimejavam, e eu chorava como se fosse uma criança.

-Me abraça, e não me deixa cair!!! Amigo...

Amigo, foi oque eu falei, amigo meu primeiro e único amigo.

Ele me abraçou e ficamos deitados, naquela cama, naquele posto de gasolina abandonado...

Eu dormi... E pela primeira vez, não tive medo de acordar...

😂*😂*😂*😂*😂*😂*😂*😂*😂*😂*😂

Olá galera... mais um capítulo... sinceramente quase chorei...
Posso pedir uma coisa?? Rsrs... me sigam se puderem...
Isso é muito importante pra mim, minha paixão é escrever e quero compartilhar isso com as pessoas... muito obrigada por lerem leitores lindooos, seus cremolicias...

Um beijo, um abraço e um aperto de mão!!! $2❤❤

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