Matt

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Assim que minha menina saiu de casa, corri para o banheiro, eu estava ensopado e aquela sapequinha me pagaria a noite.

Tomo um banho quente e assim que termino meu café subo em direção a empresa que eu trabalho. Sei que muitos ficarão com inveja agora, mas o único trajeto que eu faço de casa até meu serviço é da porta de casa até o elevador, subo cinco andares e pronto. Nada de trânsito, estresse ou a vida caótica da cidade. Por diversas vezes chamei a Bia para trabalhar conosco, mas minha mulherzinha independente se recusa com unhas e dentes a isso.

O trabalho correu perfeitamente bem, estávamos fechando novos contratos que se estenderiam por meses, o que garantia uma certa estabilidade a todos.

Assim que meu período de trabalho acabou voltei para casa. Estava afim de inovar hoje, preparei um belo jantar, arrumei nossa cama e quando tudo estava pronto olhei no relógio e percebi o atraso da Bia, a está hora ela já deveria estar aqui. Uma ligação e estava tudo resolvido, mas dez minutos e minha gata chegaria.

Não sei explicar o quanto amo essa mulher e saber que nosso filho cresce dentro dela, só aumenta ainda mais essa paixão que sinto.

Meu telefone toca, era minha esposa, pondo fim aos meus devaneios.

- Amor! Já está desesperada para me ver?

- Senhor Matthew?

Uma voz masculina sai pelo meu telefone, tirando qualquer resquício de sorriso que eu possuía a segundos atrás.

- Ele mesmo, quem fala?

Apesar de minha confusão inicial, não pude deixar de notar o barulho constante de sirenes ao fundo, comecei a ficar apavorado, algo não estava certo.

- Senhor meu nome é Malcon, meu carro se envolveu em um acidente com um taxi e a moça que estava nele está muito ferida, não para de chamar pelo senhor e por isto estou te ligando, para ver se consigo acalma-lá.

Meu mundo ruiu ali, era como se todo o ar de meus pulmões estivesse acabado.

- Senhor, eu sinto muito, a ambulância acaba de chegar, irão nos levar ao Hospital Regional, sei que é um choque ter recebido a notícia assim, mas dado o estado em que ela se encontra um parente se faz necessário urgentemente.

Nem esperei que ele falasse mais nada, sai correndo em direção ao carro, mas estava muito nervoso e sem condições para dirigir, minha mão tremia, a chave não encaixava e a única coisa que me restou fazer foi bater no volante e chorar, gritando a Deus por que ele estava fazendo aquilo comigo!!

Uma batida na janela cessou minha revolta, era meu melhor amigo Tyler. Abri a porta e deslizei para o lado do carona, ele ligou o carro e seguiu na direção do hospital.

- Como você soube?

- A notícia sobre o acidente está em todos os canais. Estava indo para o Hospital quando te vi aqui. Vai ficar tudo bem cara.

- O que exatamente estavam falando sobre o acidente? - Eu precisava de informações para manter minha mente pensando, tinha medo de me perder dentro do vazio que tomava meu ser. Sei que deveria ser otimista, mas uma sensação não me permitia pensar em nada bom.

- O táxi em que ela estava avançou o sinal e o carro que vinha naquela direção acertou a frente dele contudo na lateral em que a Bia estava sentada.

- AÍ MEU DEUS!!

Começo a passar mal, imaginando o quanto a pancada não deveria te-lá machucado. E meu filho?

- Falaram algo do meu filho?

- Não, só se dirigiam a ela como uma moça grávida identificada como Beatrice. Mostraram imagens dela sendo levada a ambulância, mas não dava para ver exatamente a gravidade dos ferimentos. O motorista do táxi estava morto quando o resgate chegou, o do outro carro estava preso nas ferragens assim como a Bia, portanto foram os últimos a serem socorridos. Uma moça que estava no carona do carro também veio a óbito no local. O único passageiro que só teve ferimentos leves foi o que se encontrava no banco de trás do carro, um tal de Malcon.

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