Cada um tem aquilo que merece.

5.2K 515 27
                                    

Algumas horas haviam se passado desde que acordei, Adan tinha ido para casa levar as crianças, muito a contragosto, pois queria ficar comigo, mas já estava tarde e em breve eu iria dormir, de nada adiantaria sua presença ali.

Mamãe ainda não sabia da novidade, segundo Adan seu celular só dava na caixa postal, certamente ela estava muito ocupada com um certo homem, essa dona Perez não tinha jeito.

Papai também ainda não sabia, mas por mim não faria diferença, ele não ligou ou apareceu uma única vez desde que tudo aconteceu, estava muito ocupado com sua nova família e deixou claro que não tínhamos importância para ele. Eu me sentia completa com as pessoas que tinha ao meu redor, não precisava dele para me sentir feliz.

Depois de um tempo acabo caindo no sono, ansiosa pelo próximo dia, onde irei rever meus amores, provavelmente receber alta, se tudo estiver ok e finalmente encerrar o assunto Sara, quero muito saber o que houve depois que cheguei ao hospital.

Sou tirada do sono por um som estridente de choro, parecia vim do corredor, mas a potência dele fazia parecer que estava bem ali naquele quarto. Alguns segundo depois, Adan entra pela porta e posso ver de onde vinha aquele choro tão forte, Ally soltava berros a plenos pulmões, agitada no colo do pai, como se não quisesse ficar com ele, a cara de Adan estava péssima e a única coisa que eu conseguia fazer era dar risada.

- Ei, o que está acontecendo?

- Sua filha se recusa a pegar a mamadeira, desde que mamou no peito, ela está irredutível e faminta.

Pego ela no colo e lhe dou o peito, feliz por ela querer tanto está conexão comigo.

- Garotinha mimada.

Ally olha para o pai e sorri, essa menina é impossível.

- Quem será que te deixou mimada assim, eim filha? Nem consigo pensar em quem foi.

- Ahh nem vem, você conseguiria não fazer o que está menina pedi? Olha esses olhos, olha essa boca, e a cara que ela faz quando quer algo...

- Adan, ela tem dois meses e já manda em você, só quero ver quando ela for grande e levar o namorado para casa.

- Ela só vai namorar depois dos trinta, né filha? Será sempre a Princesinha do papai.

Ele se aproxima e acaricia a cabeça da filha, em pouco tempo ela cai no sono e eu fico com ela no colo, apreciando aquele momento de silêncio.

- Preparada para ir para casa? Sua alta já foi assinada, podemos arrumar tudo e sair.

- Mas do que preparada. Eu te amo.

Beijo seus lábios e ele acaricia meu rosto com ternura.

Fizemos o caminho até nossa casa em silêncio, eu tinha muitas dúvidas, mas queria estar na segurança do meu lar primeiro. Olho pelo retrovisor e posso ver Ally dormindo em sua cadeirinha, saber que ela está ali, segura e bem, depois de tudo que passamos me causa muito alivio.

Adan parece adivinhar meus pensamentos e segura firme em minha mão, tirando os olhos da estrada para me ceder um sorriso.

Assim que chegamos em casa, percebo o carro de minha mãe na garagem.

- Essa mulher está com a cabeça nas nuvens. Não acredito que ainda não escutou as mensagens de que eu acordei!

- Deixa sua mãe, Bia. Todos precisam do bom e velho corpo a corpo para ser feliz.

- Isso foi uma indireta?

- Indireta? Não, claro que não... Foi uma direta mesmo.

Lhe dou um tapa nos ombros enquanto ele estaciona a carro gargalhando.

RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora