Princesinha da familia

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Cuidar dessa menininha não vem sendo fácil, minha sorte é que Perez, Alex e até Matt, não medem esforços em me ajudar, assim como todos meus companheiros de trabalho. Allison se tornou a Princesinha daquele hospital, era impossível não se apaixonar pela minha filha.

O caso de Bia se mantém estável desde que foi retirada do coma induzido, ela não acorda, mas também não apresenta um motivo para isso, o que significa que ela pode acordar a qualquer momento.

Neste exato momento, estou em seu quarto com nossa filha, nós ficávamos ali todos os dias, fazendo companhia para a mamãe. Mesmo quando eu não estava, sempre tinha alguém ali com ela, pois apesar de inconsciente, não queria que a Bia perdesse nem apenas um momento de nossa pequena.

Apesar do pouco tempo, mas exatos dois meses, já consigo perceber traços fortes da personalidade se Allison e devo dizer, a garota não é fácil não. As coisas devem acontecer no momento que ela quer e ela não aceita um não como resposta, sua atitude a isso é sempre o choro ou a birra, e eu como sou um grande mané nas mãos dela e faço sempre de tudo para não vê-lá chorando, estou sempre cedendo as suas vontades. Perez diz que estou criando um pequeno monstrinho mimado, mas eu não me importo, daria o mundo se pudesse, caso ela me pedisse.

Já se passa das quatro da tarde, Allison está bem alimentada, já tomou seu banho e estamos quase preparados para voltar para casa, só esperando que Alex voltasse de seu tour pelo hospital, já que estava todo empolgado com a ideia de que um dia seria médico. Tem sido difícil para todos, mas acredito que essa situação tem afetado ele muito mais, por isso ninguém mede esforços em tentar manter sua mente ocupada.

No início ele não queria visitar a mãe, muito menos ficar em casa, querendo só estar com o pai, o que foi muito complicado para Matt, uma vez que ele tinha muitos problemas para resolver envolvendo Sara, um assunto proibido e evitado entre nós no momento, mas mesmo assim, ele nunca falhou com Alex, se fez presente e transmitiu a força que o filho necessitava.

Depois de alguns dias, Alex quis entender o que havia acontecido e todos nós explicamos, com muita paciência e simplicidade, para que ele entendesse que aquilo não era culpa de Bia, e que Sara estava doente e ele não precisava odiar a mãe de criação. Após a conversa, ele passou a querer ver a mãe todos os dias depois da escola, mas se recusava a tocar no nome de Sara, eu não o culpava, sabia que mesmo sendo pequeno ele entendia a situação e estava magoado com ela.

- Voltamos!!

Alex entra no quarto acompanhado de Helena, os anos de experiência desta mulher, não lhe tiraram a alegria da profissão.

- Como foi o passeio?

- Muitooooo legal! Eu conheci tudinho, até o lugar onde vocês tomam café, acredita? Descobri que tem rosquinhas lá...

- Helena! Você entregou nosso lugar secreto?

- Pois é doutor Adan, o Alex acabou me ludibriando com esse rostinho.

Helena fingi uma falsa culpa e Alex da risada da situação.

Minha pequena começa a resmungar, demonstrando que estava ali e queria participar da conversa.

- Bem, nós já vamos, está na hora de levar esses dois aqui para casa.

- Deixe eu levá-los para se despedirem das enfermeiras então? Allison não foi vê-las hoje e elas podem se sentir traídas.

Deixo Helena ir na frente com eles, enquanto eu recolho nossas coisas em bolsas e me despeço de Bia com um beijo.

Estou saindo do quarto, quando o monitor cardíaco demostra alterações. O coração de Bia está disparado, a pressão está um pouco alta e seu corpo apresenta leves tremores.

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