Cap. 2 - Aceita um café?

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Olá.... Vamos de segundo capitulo?
Comentem o que estão achando. É importante.
Beijioo

Ale sua linda, esse capítulo é todo dedicado a você!

❤💚


Aceita um café?


Um fim de tarde comum, sentada em frente à minha mesa relendo aos e–mails e me preparando para voltar para casa. Eu já havia dispensado a Ana, minha secretária. Sozinha, assim como nos outros dias, encerrava os assuntos relacionados ao expediente quando um barulho na porta chamou minha atenção. Deslizei o traseiro da cadeira confortável, saí da minha sala indo até a porta de entrada na recepção. Um homem de aproximadamente trinta e quatro anos e uma criança de mais ou menos cinco estavam parados aguardando um posicionamento meu.

Abri a porta e os cumprimentei:

– Boa tarde!

– Boa tarde! Não sei se está atendendo ainda, mas é uma emergência. – Falou já entrando para o local de espera – A obturação da minha filha acabou de cair e ela está sentindo dor. Mudamos há poucos dias para cá e não conheço nenhum dentista, indicaram–me você. – Estou tão acostumada a atender fora do horário que já nem me importo.

– Eu já encerrei minhas atividades por hoje, mas já que é para ajudar uma baixinha linda... – Sorri para a pequena – ...vou colocar uma massinha aí, combinado? – Ela me olhava com atenção, estava deitada no ombro de seu pai com uma carinha triste de cortar o coração.

– Agradecido! – O homem falou educadamente.

A menina estava apreensiva e ele afagava suas costas tentando acalmá–la.

Conduzi a criança até a cadeira e peguei aquele homem me olhando por várias vezes. Suas mãos estavam colocadas no bolso da calça esporte fino. Estranhamente eu ficava cada vez mais desconcertada com aquele olhar. Não sei explicar, mas tudo nele me desarmava um pouco mais a cada instante. Diante disso, entrei no meu modo defensivo.

Eu não gosto de atender crianças acompanhadas pelos pais. Prefiro que eles fiquem de fora porque acabam atrapalhando meu trabalho.

– O Senhor poderia nos dar licença? – Pedi.

– Claro... – Pausou – … que não! – Não estou falando. Todos os pais são avisados previamente. Existe um cartaz informativo do lado de fora. As crianças sozinhas comigo se comportam tão bem, mas quando estão com os responsáveis fazem birra.

– É um direito seu! – Não insisti – Como se chama mocinha? – Me dirigi a menina assustada sentada na cadeira.

– Cecília. – Respondeu com uma voz dengosa.

– Que nome lindo! – Tentei quebrar o clima entre nós duas, mas além de dor, seus olhos transmitiam medo – Cecília fica tranquila, não vai doer, tá bom? Confia em mim? – A menina balançou a cabeça afirmativamente. – Para todos que confiam em mim eu dou um brinde. – Reforcei.

Entendo o medo das pessoas, imagina o de uma criança.

– Eba! – Com essa demonstração, acredito que consegui alguns minutos de confiança.

O procedimento correu tudo bem, e ao finalizar a menina me cobrou:

– O que vai me dar?

– Um beijinho. – Sorri apertando a ponta do seu nariz. Ela ficou desapontada, com certeza esperava algo mais. Sinceridade de criança! Peguei um pacotinho em minha gaveta e lhe dei. Dentro havia uma revistinha com desenho das princesas e alguns gizes de cera para colorir.

Simplesmente Me Abrace - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora