Allistair e Ann

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O homem de cabelos vermelhos bebericava uma dose de uísque calmamente, seus pés apoiados na mesa do bar. Seus olhos viraram para a porta de uma hora para a outra, quase como se adivinhasse a chegada da pessoa que estava esperando. Cabelos curtos e tingidos de azul, olhos da mesma cor cobertos por uma fina linha de delineador preto. Roupas leves, uma camiseta preta de banda aberta dos lados e um jeans surrado. Allistair puxou sua mochila da cadeira para que a figura composta de tudo aquilo pudesse sentar.

"Pirralha." Cumprimentou, servindo-a uma dose de uísque.

"Não entendo porque me chama assim se temos a mesma idade." Ela reclamou, esmagando o pé dele com o salto da bota que usava.

"Porque você é uma anã." Ele rebateu. De fato, era verdade, enquanto Allistair media 1,90, Ann tinha 30 centímetros a menos.

"Foda-se, continuo sendo mais foda que você." A garota sentou, ignorando o copo servido para ela e bebendo o uísque direto da garrafa. "Esse lugar tá mais deprimente que o normal, o que houve?"

"Você é burra ou não sabe usar um calendário? É dia dos namorados, todos os perdedores que estão aqui e não são clientes só vieram pelas strippers grátis que o dono contrata todo ano." O ruivo pegou um cigarro, acendendo e oferecendo o maço a Ann, que fez o mesmo.

"Saquei. E ai, o que quer fazer de bom além de sentar aqui com cara de bunda e encher a cara comigo como fazemos praticamente todo dia?"

"Podíamos ferrar com eles." O homem deu uma risada seca.

"Nossa, e piorar ainda mais o dia deles?" Ann fez uma cara de ofendida, que imediatamente foi substítuida por um sorriso demoníaco. "Alguma ideia ruivinho?"

"Ruivinho é?" Allistair levantou, tirando uma caixinha de pílulas azuis do bolso e indo em direção ao balcão. "E ai maninhos, a vida tá dura hein? Que tal deixar algo mais legal duro?"

"Vai roubar nosso dinheiro?" Um dos homens sentados lá perguntou, desconfiado.

"Não é desse tipo de dureza que tô falando. Escutem, eu venho aqui todo ano quando tem esses showzinhos grátis, e conheço até o lugar onde o dono contrata as minas. Uma coisa que aprendi é que elas são do seleto grupo das strippers que não ligam nem um pouco de dormir com clientes. Poréeeem~ elas não gostam de caras que não aguentam uma noite completa ou mais, e é por isso que estou aqui." O ruivo mostrou o potinho de remédio.

"Está chamando a gente de frouxo?"

"Mas é claro que não maninhos. Mas como eu vou ter que acompanhar minha amiga ali se é que vocês me entendem, vou dar minhas "pílulas do amor" pra vocês. Se quiserem se garantir fiquem à vontade." Allistair mostrou a língua com uma pequena cápsula azulada nela. "Eu já tô garantido." Os rapazes se degladiaram pelo potinho antes mesmo que ele alcançasse a mesa.

"Que sem graça, você só deu Viagra a eles." Ann reclamou, o passando uma lata de cerveja.

"Claaaaaro~ pirralha, você lembra da minha chefe?"

"A dona maluca do sex shop? Yep."

"Ela me deu umas pílulas que parecem aquelas que te deixam duro, mas na verdade fazem você cagar mole." Allistair bebeu a cerveja de uma vez.

"Laxante, huh? Então sugiro que corra pro banheiro antes que fique ocupado."

"Acha que eu seria burro o suficiente para ter tomado uma merda dessas?" Ele a puxou pelo queixo e a beijou, chupando sua língua até que o "remédio" dissolvesse por completo. "Como pode ver, é uma bala."

A dupla se beijou novamente, e Ann se levantou e foi para o colo de Allistair. Eram complicados. Tinham um relacionamento há muito tempo, mas nunca algum deles tinha mencionado isso. Só de repente começaram a sair juntos todos os dias, e eventualmente estavam em um corredor ou beco se agarrando.

As mãos do ruivo seguraram firmemente a cintura de Ann, a carregando para um depósito na parte de trás do bar. Sempre se enfiavam lá para dar uns amassos.
"Eu tava com saudade desse seu corpo gostoso." Ele tirou a blusa dela, admirando os seios pequenos e firmes. "Já falei que amo o fato de você não usar sutiã?"
"Cuidado pra não babar, ou vou me divertir sozinha." Ela abriu os botões da própria calça, colocando a mão dentro da calcinha meio úmida.
"Volta aqui." Atacaram os lábios um do outro novamente, cada vez de maneira mais voraz e excitada. Cada um cuidou da masturbação do parceiro, e logo estavam ofegantes e suados.
"Eu te amo."
"Também te amo."
E apenas aquilo era suficiente, mesmo que nunca tivessem dito aquelas palavras. Na dinâmica do casal, o fato de se amarem era algo óbvio, subentendido. Porque perder tempo com declarações tolas se podiam passar esse mesmo tempo se conhecendo e se divertindo, fazendo coisas que davam provas mais do que suficientes do sentimento que nutriam.

Pra que a definição de namorados quando eram amantes?

"Vamos logo com isso, não tô aguentando mais." Allistair murmurou, e de fato a situação comprovava o que dizia. Seu membro pulsava na mão delicada da garota, molhado com algumas gotas de pré-gozo. Estava quase enlouquecendo de desejo.

"Apressadinho."

"Você reclama quando eu demoro e reclama quando eu me apresso. O que diabos faço para agradar vossa senhoria?" Ele revirou os olhos.

"Não é óbvio?" Ann abriu as pernas, expondo completamente sua intimidade molhada.

"Agora é, amoreco." O ruivo se aproximou, colocando as pernas dela em volta de seu quadril e a penetrando. Não precisavam de perguntas e delicadezas, sabiam do que o outro gostava, então moveram-se no mesmo ritmo, com a garota tendo mais controle da velocidade das estocadas, e Allistair se concentrando em chupar e mordiscar seus delicados mamilos, até que ambos tivessem um orgasmo. Porém, mesmo após a chegada deste, não pararam de se beijar ou se tocar até que o alívio viesse uma segunda vez.

O casal se limpou e voltou ao salão do bar, onde um grupo de mulheres confusas e vestidas com sutiãs em forma de coração procurava clientes solitários.

"Ei pirralha, nós bem que podíamos deixar as moças dançarem. Coitadinhas, vieram até aqui por nada." Allistair brincou, abraçado na menor.

"Só não reclame se elas olharem mais pra mim do que pra você." Ela deu um sorriso sarcástico.

".....É por isso que eu te amo."

Histórias para esconder embaixo da camaOnde histórias criam vida. Descubra agora