A morte é inevitável. Todos irão morrer, não tem como estar preparado para isso, talvez consigamos nos adaptar a ela. Bem, eu? Eu sou invisível aos teus olhos, silenciosa como a névoa e pálida como a nuvem. Minha alma vaga como todas as outras, hipn...
"Se de tanto ser provado seu coração é sombrio agora. Oculte-o daqueles que te amam, para que estes não venham a se contaminar, e assim propagar o que passou a ser dever seu conter."
"Obrigado" Ele responde calmamente. E um sorriso se forma em meus lábios. "Você não tem medo de mim?" Eu escrevo. E volto a observá-lo. "Não." Ele tenta achar um ponto fixo para encarar. "Se você quisesse fazer algum mal a mim, já teria feito, não é?" Ele sorri encarando a lousa. "Em partes" escrevo "eu deveria acabar com você. Mas.." Escolho minhas palavras com cuidado, qualquer sinal de fraqueza Ele saberá. "Eu não vou fazer isso agora." Ele reflete um pouco e logo prossegue.
"E quando vc irá me matar?" A palavra matar não cai bem saindo da boca de Dylan. Ele parece ser tão puro e...bom.
"Você saberá quando" deixo o piloto cair em sinal de que a conversa acabou.
"Por favor! Não vá..converse comigo, o que vc é?" Ele tenta retomar o diálogo.
Droga! 1..2..3 "Eu não sei." Dessa vez eu não escrevi, o som saiu da minha boca, quase como um sussurro, mas não impediu Dylan de escutar. Ele imediatamente se levanta e se posiciona em minha frente, descobrindo todos os meus segredos. Apenas procurando algo em meus olhos que antes eram de um tom de verdes quase azuis,mas agora cinza como uma rocha. Talvez ele procurasse uma pontinha de vida ali,mas o que restara era bem longe disso. "Uau.." Ele suspira, o que isso significa? "Você é uma garota." Acertou, Einstein.
"Parabéns pela observação, ponto para o Dylan!" Falo com um desânimo perceptível.
"Qual é o seu nome? Ou..como se chamava?" Será que eu deveria??..eu já estou morta mesmo! "Natasha" "Bonito" "Obrigada, significa 'Nascimento', porém como já notou, eu não sou boa nisso...sabe, em 'viver'?" Ele emite um som indescritível, eu daria tudo para gravar aquilo. Sua risada é doce e faz cócegas ao escutar, uma dança perfeita numa noite calma e estrelada. "Você é bem bonita também." Ele fala e seu rosto enrubesce quase que de imediato. "O que disse?" Me certifico de que não ouvi errado. "Você. É. Linda." Ele fala pausadamente, como se fosse a coisa mais normal do mundo. "Bem, para uma cara pálida como essa...é um elogio e tanto" forço uma risada para conter agora o meu constrangimento. Que claro não aparece em meu rosto, mas, minhas feições me denunciam. Ele ri mais uma vez e volta a me encarar profundamente, faço o mesmo tentando desvendar seus mistérios... "Eu não posso ficar por muito tempo." Digo lamentando profundamente.
"Volta amanhã." Ele ordena mais do que pede.
"Você..quer..quer que eu volte?" Passo vergonha novamente e ele ri como se fosse divertido.
"Claro que sim" ele tenta tocar a minha bochecha, mas não sinto seu toque.o garoto parece ficar triste quando ela atravessa meu rosto.
"Talvez" sorrio.
"Tchau, Natasha." Meu nome combina muito saindo de seus lábios.
"Tchau, Dylan."
Ele faz uma expressão engraçada, e consegui ler seus pensamentos pela primeira vez.
"Natasha..Natasha...não, eu teria me lembrado dela" sorrio com sua tentativa de saber alguma coisa sobre minha antiga vida. "Você não me conhece Dylan." E com essas palavras, torno a ser invisível aos seus olhos.
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