VI; Gato Desaparecido!

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Capítulo sem revisão
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Acordei cansada, Hyperio já não dormia mais em minha cama, nem mesmo em meu quarto, havia simplesmente sumido como em um passe mágica.

Olhei para o relógio na parede, 6 horas da manhã, apesar de não parecer que já é outro dia, sem janelas para os raios aparecerem, e o frio... De bater os dentes!

A noite foi longa, devido ao frio, mas não era só isso, meus pensamentos estavam longes e talvez me preocupando a toa com coisas que não existem.

-- Cler -- A cutuquei. Acho que ela dormiu tanto quanto eu.

-- Ah.. O que é? -- Respondeu de olhos fechados se remexendo na cama.

-- Já são seis horas, levanta da cama, dorminhoca.

-- Eu não dormi quase nada -- Falou depois de um longo bocejo, que deu sono até em mim.

-- Eu vou ao banheiro primeiro!

-- Não! Você demora demais, Lavine! -- Reclamou Cler, mas já estava no banheiro.

-- Perdeu!

(...)

-- Quantas aulas ainda temos? -- Perguntou Cler para mim, sentada ao meu lado na aula de feitiços.

-- Somente duas. Relaxa Cler, você não vai morrer de fome.

-- Ainda não... -- Resmungou -- Professor! -- Levantou o braço -- Eu não tô me sentindo bem. Posso ir a enfermaria?!

Segurou as mãos na barriga, como se estivesse prestes a vomitar. Os alunos nas cadeiras próximas se afastaram, prevendo que o suposto vômito caísse neles.

-- Sim, você está pálida, vá logo! -- Bastou ouvir o sim, para ela, saiu correndo sem olhar para trás -- Melhoras...

Agora estou sozinha. A maioria das pessoas que conheço nessa escola são da Sonserina, pois ninguém além deles ficam perto de mim, por um motivo um tanto idiota, por eu ser da casa verde e prata, como se fosse um sinônimo de algo horrível.
Por que aonde eu vou, encontro preconceitos com motivos absurdos? Na verdade não possuem sentido e as pessoas continuam seguindo, apenas por que é o certo a se fazer.

-- Professor posso fazer parte do trabalho junto com a senhorita Rosier?

-- Sim, senhorita Scopelli, se Rosier aceitar, é claro -- Respondeu gentilmente. Confirmei com um leve aceno de cabeça.

Não sei por qual motivo ela decidiu isso, depois daquele dia, a encontrei diversas vezes, mas nunca conversamos.

-- Olá, sou Agnes.

-- Eu sei quem você é. Por que quis se sentar ao meu lado? -- Falei sem rodeios.

-- Somos da Sonserina, ajudamos uns aos outros. Você não parecia muito bem, o que estava desenhando?

-- Desenhando? Eu não estava desenhand -- Agnes pegou meu caderno e procurou alguma página -- O que você está fazendo?

-- Aqui. Veja, diga que estou errada -- Coloca o caderno em minha frente. Um desenho de uma cobra enroscada em seu próprio corpo, e algo escrito em alguma linguagem, que não podia ser francês, inglês ou qualquer alfabeto que conheço.

-- Que língua é está?

-- Grego, você escreveu, deveria saber -- Sua expressão era convicta de que estava certa.

-- Eu, não... -- Não completo a frase, Agnes está convencida que foi eu a autora -- Você pode traduzir para mim?

-- Posso, aqui está escrito Μνημοσύνη, na tradução Mnemósine, uma titânide da memória.

-- Você sabe de tudo isso?!

-- Amo mitologia. Você diz que já me conhece, mas não lembro de ter nos encontrado antes.

-- No caminho até Hogwast, nos esbarramos e eu caí.

-- Uma impressão constrangedora. Vamos criar outra, eu sou Agnes Scopelli, como já falei antes -- Sorriu gentil, pela primeira vez, acredito que não havia sorrido nenhuma outra vez.

-- Lavine Rosier, é um prazer conhecê-la vampira.

-- Vampira? -- Perguntou confusa ao meu ver, porém não está ofendida, um alívio para mim. As vezes algumas palavras podem sair sem filtro.

-- Você parece uma, com a capa e tudo...

-- Nunca tinha percebido isso, mas até que é legal! Bem, na percepção dos trouxas, sim, mas na realidade, vampiros são mais considerados criaturas mágicas do que humanos. Sem mencionar que vivem em sótãos.

-- Você já viu algum? -- Perguntei curiosa, afinal tudo é novo.

Agnes respondeu que não, porém que já havia visto um na casa de sua amiga, se chamava Jordan e era o bichinho querido da família.

Algo bem estranho, mas quem sou eu para julgar?

Agnes me contou sobre a vida dos bruxos romanos, algo não muito diferente da realidade de Londres ou qualquer outra cidade. Falou muito sobre sua família, demonstrando um orgulho imenso através do brilho de seus olhos.

(...)

Todas aulas passaram e nada de Cler aparecer. Agnes saiu com algumas de suas amigas e se despediu, pedindo desculpas pelo alvoroço que elas provocaram.

Eu já havia encontrado Charlotte, menos uma coisa na minha lista de medos.

-- Deb! Deb! Debbbbb! -- Débora canta do outro lado do corredor -- Aew Lav! -- Fala alto e acena do outro lado, sem se importar com os olhares.

Aproximo dela, antes que grite alguma coisa.

-- Oi Débora -- Débora está usando óculos?

-- Você quer comer pudim? -- Pergunta do nada.

-- Bem, se você tiver.

-- Pensei que você tivesse, deixa para outro dia -- Desanima -- Lav, sabe onde estar Cle, Cle?

-- Cler? -- Confirma -- Ela foi para a enfermaria.

-- Sabotando as aulas de novo? Cle, Cle, ela vai ter problemas, tchau, Lav, Lav! -- Débora deve ter perdido um dos parafusos.

Sigo até o salão, encontro Cler sentada na mesa da Sonserina, ela acena de longe, mas não grita, já basta Débora.

-- Melhorou?

-- Bem melhor, ainda bem que ele acreditou, se fosse porções, Snape não me deixaria sair de lá nem com a cabeça pegando fogo!

Concordo, sento e coloco a comida em meu prato, bife ao molho e salada de tomates. Conversamos, Débora aparece e começa a implicar com Cler, terminou com tomates no cabelo das duas.

(...)

Noite, nada de Hyperion aparecer, a preocupação me consome. Onde esse gato se meteu? Atacado por um cachorro? Caçando esquilos? Arrumou alguma namorada? Não, ele muito novo para isso.

-- Vai dormir Lavine -- Cler vira para o outro lado, a voz arrastada e sonolenta -- Apaga a luz, ele é um gato, sabe se cuidar...

Sigo seu conselho, em parte por estar com sono também.









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