Elementar, meu caro tempo.

Good night, Dr Watson

Era uma noite fria, os ossos tremiam, a pele arrepiava e apenas aquele monte de roupa não era o suficiente para suportar o frio avassalador de Londres.
No meio daquela cidade escura , eu John H. Watson, era só mais um naquela multidão que caminha apressada.
Permita apresentar-me melhor. Eu sou ex-fuzileiro de Northumberland, e sou até que um bom médico, invadi o Afeganistão, tomei um tiro na perna e sim, agora eu estou aqui, apenas atuando como o sinônimo da insignificância, nas ruas de Londres.
      Eu estou  completamente perdido, sem noção do tempo e destino.
      Eu sou apenas mais um nesse mundo de anjos e demônios, do bem e do mal, eu apenas existo, como um um homem qualquer, seguindo sua rotina.
      Mas aquele dia foi diferente. Eu sei que foi, foi.
      Eu conheci um homem diferente , um sujeito alto, dos cabelos negros e dos olhos azuis esverdeados, não sei explicar aquela cor , é uma constelação.
      Modestamente era um sujeito bonito. Se vestia de forma elegante que o deixava atraente.
       Eu uso uma bengala, quem me conhece sabe, que ela é a minha melhor amiga. Mas naquele momento por um bobo desleixo, deixei-a cair no chão e esse bom homem, mas ainda estranho, pegou para mim e disse:
      - Precisa ter mais cuidado, Dr Watson.- disse o homem, que eu não conhecia, mas que já parecia saber o meu nome.
      Eu gelei. Como assim? Eu nunca havia visto aquele homem antes, em toda a minha vida. Aí sim, eu não achava, eu tinha certeza. Ele era um homem esquisito.
       - Eu sou o Sherlock Holmes e tenha uma boa noite. - acenando e seguindo caminho.
       Eu fiquei intrigado. Como assim??? Eu o chamei novamente.
       - Sr Holmes, desculpe-me a pergunta, mas... Como sabe o meu nome?
       - Ele sorriu sarcástico.
        Eu odiei aquilo, me incomodou. Por que ? Sei lá, mas queria muito saber mais sobre aquele sujeito.
- Sr Sherlock!!!
- Boa noite, John Watson! Como está a sua perna? O tiro foi bastante doloroso, não é ? Como se sente após invadir o Afeganistão e estar aqui em Londres, perdido e iludido por uma terapeuta que diz que você precisa de uma bengala e que está assombrado pelo passado da guerra. Você só precisa dela. Bem vindo à Londres! - se virou e continuou seu caminho.
Nesse momento eu não sabia o que fazer, eu apenas fiquei parado, sem reação. Mas a minha mente ainda funcionava e eu não ia parar por aí.