- Mana, adivinha quem está lá na porta?
Virei-me na cama gemendo em reprovação. Quem me acordaria às dez da manhã em um domingo gelado daquele jeito?
- 'TÔ OUVINDO TU RESMUNGANDO DAQUI!
Dei um sorrisinho de canto. Saudades daquela voz. Vovó fechou a porta. Levantei rapidamente para me vestir. Coloquei uma calça curta e rasgada, uma blusa preta de manga longa, meu moletom verde claro e a sapatilha preta. Escovei os dentes o mais rápido possível, enquanto prendia o longo cabelo enrolado em um rabo.
- Pensei que me daria outro gelo... - Mateus resmunga assim que eu apareço na sala.
- Aquele dia eu estava com dengue. Eu mal conseguia levantar. Se quisesse me ver, era só subir pro meu quarto. - respondi cruzando os braços. Ele deu uma risada. Mateus tinha vergonha de entrar no quarto de qualquer menina. Talvez por ser filho único.
Despedi de minha vó com um beijo no rosto e saí com o garoto para um shopping ali por perto. Quase todo dia íamos no mesmo shopping e sentávamos na mesma mesa. Neste dia, ele estava com um sorriso bem ansioso no rosto.
- Saiu o boletim? - perguntei assim que nos sentamos. Mateus estendeu uma pequena folha por cima da mesa. Comecei a rir quando percebi que todas as notas estavam acima de oito. Ria de alegria, orgulho. Ele também riu. Com aqueles dentes branquinhos e aparelho azul claro. A pouca claridade refletia nos fios loiros. Daquele loiro escuro, quase castanho.
- Gostou? Completei os pontos do ano só com as notas do terceiro bimestre!
- É claro que gostei, idiota!
Fazia três anos que o Mateus tentava sair do Ensino Médio. Na primeira vez, bombou por falta. Ele tinha medo de deixar a mãe sozinha com seu "pai". Depois de um tempo, sua mãe morreu baleada. De tiro que foi dado para acertá-lo. Entrou em depressão, bombando por falta novamente. Foi neste segundo ano em que o conheci.
- Tecnicamente, eu já cumpri minha parte do juramento. Vai cumprir a tua?
Eu ainda lembrava do juramento. Eu havia perguntado pra ele se algo o motivava depois de tudo que ele passou. Respondera que sim. O meu sorriso. Ainda envergonhada eu pedi que me prometesse que se esforçaria no próximo ano.
"Vamos fazer assim. Se eu passar ano que vem, tu me dá uma chance". Eu concordei.
- Sobre isso... sabe, meu pai saiu do hospital. Faz umas semanas. - respirei fundo. Eu queria muito chorar. - Quando ele voltou para a empresa, conseguiu uma promoção e está lá na Coreia do Sul.
Isso tudo o Mateus já sabia.
- Mas papai descobriu que quero fazer Artes Visuais. E vai me levar de volta para a Coreia com vovó.
Mateus não tirava os olhos de mim. Parecia processar lentamente cada palavra que eu disse. Quando finalmente pareceu compreender, eu comecei a chorar. Eu iria sentir sua falta. Não que eu não gostasse dele. Não do jeito que ele queria. Mas eu gostava de sua companhia. Gostava de ajudá-lo nos estudos, de ficar olhando o modo com que mexia o nariz quando pensava, gostava de rir de sua voz atrapalhada.
Tapei meu rosto, tentando abafar o choro. Senti as mãos de Mateus acariciando meu braço.
- Não chore. Pode não ser por muito tempo, mas... eu estou aqui, my lady.
***
- Namjoon...
O garoto sorriu envergonhado, apertando minha mão. Mal via-se o céu por detrás das árvores de copas largas da praça. Até o momento em que ele colocou a tiara em minha cabeça, eu não havia percebido que aquelas árvores eram coloridos ipês, que davam um ar aconchegante. O vento aumentava aos poucos, fazendo com que pétalas rosas, azuis e amarelas se dispersassem por todo o espaço.
- Mana, eu queria me desculpar.
- Pelo o quê?
- Pelo o que eu fiz. Mais tarde você saberá. Só não exploda meu celular com mensagens, okay?
Olhei desconfiada. Se ele estava me pedindo desculpas adiantadas, é por que a cagada [desculpa a expressão, mas encaixa perfeitamente] foi grande. Tae estava um pouco afastado nos olhando de um jeito estranho.
- Estou sentindo esse olhar daqui, Tae oppa. Algum problema? - perguntei soltando a mão de Namjoon. Tirei minhas coisas da mão do ruivo. Agradeci rapidamente.
- Eu ainda não consigo acreditar, hyung. - o garoto murmurava meio confuso. Resolvi ignorar.
- Tae, espero que tenha comprado tudo. Vamos sair agora. Temos que levar Mana para casa. Já são seis horas. A viagem de volta é um pouco demorada. - Nam pegou Taehyung pela orelha. Olhou a hora no celular rapidamente e virou-se para mim. - Vamos logo. Estou com medo que essas garotas pulem na gente. Ou em você.
Dei um pequeno sorriso. Nele, eu guardava muitas coisas. Muitas sensações. Guardava gratidão, afeto e um pouco de receio. Coisas confusas que Namjoon deve ter visto na minha expressão. Largou Tae, dando dois passos na minha direção e, sem falar nada, juntou sua mão à minha, entrelaçando nossos dedos.
- Can you trust me?
~~~~*~~~~
SÉRIO
COMO FAZ QUANDO TU É ARMY, AHGASE E QUER VIRAR EXO-L?
AGUENTAREI EU TANTO TIRO?
Não. Eu sei que não.
MUDANÇA DE ASSUNTO <3
Desculpe a demora pelo capítulo e por estar tão bosta. Eu terminei com fala de novo... não tem problema, certo? Espero que não.
O capítulo ficou curto comparado aos outros e....e Mas eu gostei dele u3u
É só isso. Não tenho muito o que falar.
Beijos,
A Autora Que Demora Pra Dar Att <3
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Let Me Sing | kim namjoon
Fanfiction• longfic - knj • Eu queria poder acordar sem que ele me viesse a mente. Sei que não é nenhum tipo de amor ou obsessão, apenas admiração. Namjoon é um Idol. O meu Idol. Ainda não entendo direito o porquê disso tudo ter começado, mas ele fez com que...