Caro leitor.
Desde já peço desculpas para o caso de encontrar alguns erros neste conto. Infelizmente o mesmo ainda não se encontra corrigido. Obrigada pela atenção e compreensão.
Boas Leituras
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Quando vamos a sair do aeroporto ela para e fica a olhar muito seria. Sigo o seu olhar e vejo o motivo. Sorrio. Puxo-a por um braço. Troco de lugar com ela e fico do lado da minha vitima. Quando vamos a passar ao lado eu dou um gritinho.
- Ai Meu Deus!! – Choramingo. Enquanto dou saltinhos com um pé ligeiramente levantado. Elisa olha horrorizada para mim mas eu mantenho o meu filme. – Acho que partiu! – Lamurio-me e ainda consigo puxar umas lagrimazinhas.
- Desculpe-me. Está bem? – Pergunta a minha vítima e eu vanglorio-me por dentro.
- Acho que partiu o meu dedo mendinho. – Choro ainda mais.
- Leonor... - Sussurra Elisa e eu ignoro-a.
- Céus, como isto dói! O que o Senhor trás na mala? Chumbo?
- Eu não a vi, desculpe. – Desculpa-se o homem, num português arranhado. – Juro que não. Será melhor leva-la a enfermaria.
Aceno com a cabeça e logo o homem ajuda-me e leva-me até a enfermaria. Olho sobre o ombro e vejo a Elisa dar-me um olhar assassino. Quando finalmente chegamos à enfermaria sou logo atendida. Elisa e o mais que tudo dela, ficam do lado de fora à espera. A enfermeira faz meia dúzia de perguntas e eu digo que estou a melhorar. Na verdade, eu não preciso que ela chame nenhuma ambulância, porque, por favor eu estou ótima. Olho para o relógio e vejo que já passou alguns minutos. Aguardo mais uns minutinhos no meu ligeiro filme e por fim saio da enfermaria.
- Como está? – Inquere o homem.
- Melhor, foi só magoado. – Digo com um sorriso.
- Ainda bem. – Ele dá um suspiro de alívio e eu sorrio. Elisa está tão vermelha que por momentos penso se não interrompi alguma coisa. – Nem sei como lhe pedir que me desculpe.
- Oh, eu sei. Cheguei hoje e estou de férias. Por isso acho que a única maneira de se desculpar é pagar-nos um copo. – Sim, vou direta ao ponto, não brinco em serviço. A Elisa quase tem um ataque.
- Parece-me bem. Amanha a noite? – Inquire e olha para Elisa. Eu quase que saltito de alegria, mas mantenho a minha postura.
- Sim. Amanhã parece-me bem. – Digo. – Elisa, onde achas? – Ela olha para mim, a boca ligeiramente aberta e eu encolho os ombros num sinal de "estamos a espera".
- Hã... No Bar Diferencial?
- Combinado. As dez estaremos lá. – Ele informa e afasta-se. Elisa quase que fica a babar para as costas do desgraçado.
- Só não te dou um lenço, porque não tenho. Mas para a próxima trago um babete. – Brinco
- Leonor! Eu não acredito! – Guincha furiosa
- Oh querida, acredita que é verdade! Agora diz-me. Não ficaram aqui a olhar para as paredes certo?
Ela dá-me aquele olhar, o olhar que diz "óbvio que não" e eu saltito.
- Vês? Quem é amiga quem é?
- Quem é louca, não é. – Resmunga
- Louca sim, mas admite, amanhã irás estar com ele. – Rio divertida.
- Simplesmente ainda não acredito. – Diz incrédula
- Acredita bebé, porque é verdade. Agora vamos embora que quero tomar um duche e descansar!
-Sempre mandona!
- Mas adoras. – Rio e ela abana a cabeça divertida.
Saímos por fim do aeroporto e entramos no carro, bufo pelo caminho. Odeio trânsito e parece que este nos adora, tal é a quantidade de carros que nos rodeia. Apesar do trânsito, nós vamos o caminho todo a tagarelar, o que de certa forma nos ajuda no meio deste caos. Uma eternidade depois, chegamos finalmente à casa de Elisa, arrasto a minha mala e quando Elisa abre a porta eu atiro-me para o chão.
- Ohhh bebé chegueiiii! – Choramingo falsamente. – Banho! Comida! DESCANSO!! – Guincho de alegria. Oiço Elisa dar uma gargalhada assim como um aclarar de garganta. Levanto os olhos do chão e vejo um casal super serio a olhar para mim. – Que foi? Nunca tiveram o desejo insano de chegar a casa?
- E eu a pensar que não havia gente mais maluca que a tua prima, Sara. – Diz o rapaz para a moça que está ao lado dela.
- Ei! – Protesto. – Maluca não tá!
- Anda, vou levar-te até ao quarto para tomares um banho e depois comermos qualquer coisa. – Interrompe Elisa, ignorando completamente o gajo. Sigo atrás dela até ao quarto.
- Não sabia que a tua prima estava cá.
- Veio ontem a noite, brigou com o namorado. E pelos vistos já devem ter feito as pazes. Nem sei como é que ela não lhe dá um chute no cu de uma vez. – Comenta furiosa e eu sei que a coisa foi bem feia.
- Traição? – Aventuro-me
- Exatamente. – Diz ainda mais furiosa. – Pela terceira vez, acreditas? Pela terceira vez que ela apanha o infeliz com outra e volta a perdoar-lhe. Já nem quero saber. – Faz uma pausa para respirar fundo. – Toma um banho querida, vou resolver aquilo.
Aceno em concordância e nem sequer abro o bico. Fico a ver Elisa sair do quarto e sei que vai dar merda da grossa. Elisa é uma rapariga super calma, sempre na dela. É o género de rapariga que tu não vais querer ver furiosa, não vais querer bater de frente. Porque a serio, ela faz de ti picadinho sem te tocar. Ela, quando explosiva, vomita tudo cá para fora doa a quem doer. Pior ainda se ela gostar da pessoa e sendo a prima que é mais cega e burra que uma porta. Ui...prefiro nem imaginar.
Abro a minha mala e retiro de dentro dela um top soltinho, preto e uns calções de ganga brancos, assim como uma roupa interior lavada. Saio do quarto e caminho até ao fundo do corredor, onde está a casa de banho. Oiço os gritos de Elisa e por momentos sinto vontade de ir até lá para acalma-la. No entanto não vou, sou cobarde bem sei, não quero levar com a fúria dela, além do mais, é assuntos de família, estou fora.
Tomo o meu duche e quando termino, seco-me e visto-me. Pego na roupa suja e na toalha e caminho até a cozinha. Tudo está silencioso e vejo Elisa com um cigarro na mão, ela parece perdida a olhar para o horizonte pela janela.
- Elisa? – Ela olha para mim e vejo as lagrimas reprimidas nos seus olhos. – Não fiques assim fofinha.
- Não entendes. Como é que ela aceita isto?
- Nunca ouviste dizer "Quanto mais me bates, mais gosto de ti?" – Encolho os ombros num gesto de impotência – Vai na volta ela gosta de ser traída, ou tem medo de não arranjar um gajo a serio?
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Insana Liberdade #1
Short Storyall rights reserved - todos os direitos reservados a Nádia Santos Obra devidamente registada no Safe Creative Copyright Registry sob o Código 1606178163609 em Junho 2016 Colectânea Insana: #1 Insana Liberdade - escrito por mim #2 Insana Obsessão - @...