Parte V

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Caro leitor.

Desde já peço desculpas para o caso de encontrar alguns erros neste conto. Infelizmente o mesmo ainda não se encontra corrigido. Obrigada pela atenção e compreensão.

Boas Leituras

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Quando dou por mim, toda a gente está a cantar a música e eu rio ainda mais. Finalmente a música chega ao fim e alguns aplausos são ouvidos. Agradeço e regresso a mesa.

- Parabéns, nada mal. – Felicita ele.

- Obrigada... - olho para a Elisa e depois para ele

- Tonio. – Responde.

- Obrigada Tonio, desculpa. – Digo com um sorriso envergonhado. Pego na minha cerveja quando Elisa aponta para ela. Agradeço-lhe e dou um gole enquanto olho ao redor a pensar no que poderei fazer para os deixar a sós de novo.

- Ele deve estar a chegar. – Tonio interrompe os meus pensamentos e franzo o sobrolho.

- Ele? – Inquiro ligeiramente confusa.

- Sim, espero que não levem a mal, mas convidei um amigo meu para aparecer aqui. – Informa e eu sorrio. – Aliás, ele já cá deveria estar. – Comenta enquanto olha ao relógio.

- Vai na volta mudou de ideias. – Brinco e Tonio olha para mim.

- Dificilmente.

O certo é que esse tal amigo ainda não chegou, e a mim? Só me falta o castiçal porque vela, já virei. Não sei qual foi o momento em questão, mas Elisa e Tonio já estão mais perto um do outro. Um toque aqui e outro ali. Obviamente que eu faço-me de tola, seguro o meu telemóvel e faço de conta que estou a ver uns emails. Sinto uma mão tocar-me no ombro e olho para cima. O DJ está ao meu lado e eu rio-me.

- Venha.

Não preciso que diga duas vezes. Sigo atrás dele até ao palco. E por momentos sinto-me nervosa.

- Como está o seu Italiano? – Inclino a cabeça para trás e franzo o sobrolho. – Sabes falar?

- Não, mas sei ler.

- Perfeito! – Diz animado. – Vamos fazer um dueto.

- Como? – Guincho

- Blue, A Chi Mi Dice. Que lhe parece?

- Parece-me que você quer que o bar fique deserto em 3 segundos.

- Perfeito! – Ele bate palmas e eu arregalo os olhos. Ok, alguma coisa aqui não bate certo. Mas que se lixe. – A propósito sou o Andrade. E tu?

- Leonor.

- Senhoras e Senhores, quero uma salva de palmas para a nossa Leonor. Ela não fala Italiano, assim sendo preparem-se para fugirem a sete pés quando ela abrir a boca. – Andrade brinca e várias são as pessoas a rirem-se.

- Ai vocês estão a rir-se? Depois não chorem. – Brinco também.

Andrade coloca a música e ele começa a cantar, depois cantamos os dois juntos. Viro-me para ele e sorrio enquanto canto. Os olhos fixos um no outro. Quando calha a minha parte, viro-me para a frente e fecho os meus olhos. Afinal de contas sei esta música de cor, visto ser uma das minhas preferidas dos Blue.

Encho o meu peito de ar, quando chega a parte em que tenho de puxar mais pela voz. Mas tento controlar a mesma, para que não saia desafinada. Sinto o meu peito apertado e a ausência de ar. Rio-me quando olho para o Andrade que sorri de volta.

Terminamos a música e varias palmas e assobios são ouvidos.

- Obrigada.

Caminho de novo, de volta a minha mesa onde Elisa e Tonio falam com um estranho. Só vejo as costas dele, mas uma coisa tenho a certeza. O tipo é uma montanha, de tão grande que é.

Arqueio uma sobrancelha quando o infeliz senta-se no meu lugar. Neste preciso momento eu posso ser confundida com um dragão, porque acredito que devo estar a deitar fumo pelas ventas. Paro ao lado da criatura insolente que se sentou no meu lugar e cruzo os braços. E não é que o infeliz simplesmente ignora-me? Ah não, nem pensar nisso, ninguém ignora-me e sai impune! Inclino-me a frente dele e pego na minha Sagres, afasto-me lentamente e levanto a garrafa acima da sua cabeça.

- Três segundos Jeitoso ou garanto-te que não vais gostar. – Ameaço. Ele olha para mim, e depois torna a ignorar-me.

- Leonor... - Ignoro Elisa. Começo a virar a garrafa de cerveja. O infeliz mesmo sem olhar para mim segura no meu pulso evitado assim que a bebida se derrame sobre a sua cabeça.

- Um pouco de educação, não acha? – Aquela voz profunda faz-me arrepiar. Merda!

- Isso digo eu, não acha? – Rebato furiosa depois de voltar a controlar-me. – Tem por hábito sentar-se no lugar dos outros? Pior, ignorar?

- E como senhora que é – diz irónico - resolve isso a virar bebidas sobre os outros.

- Dê-se por feliz eu não ter à mão um barril. – Rebato.

Ele olha-me nos olhos, ai calores, ai que olhos! Por amor aos santinhos das periquitas em brasa. Foco Leonor, foco! Ele ri-se e eu perco-me. Literalmente, esqueci o meu nome, onde estou, idade, tudo.

Aquele estranho é um pedaço fudido de mau caminho. Os cabelos ligeiramente ondulados até aos ombros, pretos, os olhos verdes acinzentados, lábios grossos, cheios. E o corpo? Como se não bastasse tinha um sorriso de causar orgasmos.

- Leonor? – Olho para Tonio que me observa divertido. – Como eu dizia, este é Alessandro. – Apresenta e eu arqueio uma sobrancelha. Céus, ele já tinha falado aquilo antes? E eu ali a babar que nem um São Bernardo? O Desgraçado ainda acha que sou retardada! Foco Leonor!

- Lamento dizer. – Digo enquanto olho para Tonio. – Mas tens amigos muito mal-educados. – Digo quando tento soltar o meu pulso que ainda está preso na mão daquele pedaço de mau caminho.

- Leonor?! – Choramiga Elisa. O Jeitoso levanta-se do meu lugar e empurra-me para que me sente.

- Pode devolver o meu pulso agora? – Questiono e ele ri-se. Por favor, para de sorrir. Só quando oiço a Elisa inspirar fundo e Tonio reprimir uma gargalhada é que me apercebo que falei a ultima parte. Raios! Nem me atrevo a olhar para o jeitoso. Nem morta, não, não vou olhar.

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