Parte IV

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Caro leitor.

Desde já peço desculpas para o caso de encontrar alguns erros neste conto. Infelizmente o mesmo ainda não se encontra corrigido. Obrigada pela atenção e compreensão.

Boas Leituras

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- É bom que sim, de contrário irei arrancar os pandinhas dele.

- Credo! Não me estragues aquilo.

- Pretendes usar? – Provoco e Elisa cora até as raízes do cabelo. – Não me disseste o que falaram enquanto eu estava na enfermaria.

- Oh, nada demais.

- Como assim mulher? Eu faço um papelão daqueles, que digo-te já, merecia um Óscar. E vocês não falaram nada demais? Estás a brinca comigo?! Deverias no mínimo ter violado ele ali!

- Leonor! – Grita horrorizada enquanto olha para todos os lados para se certificar de que ninguém nos ouviu.

- Oh não digas Leonor, mortinha para isso, estás tu. Por favor!! Quando é que vocês atinam?

- Ele nunca iria querer nada comigo nesse sentido. – Olho para o seu rosto desanimado.

- Por favor Elisa, tu já te viste bem ao espelho? És linda, divertida, que mais te falta? Se ele não te quiser das duas uma, ou é cego, ou gay meu amor. Porque só os gays é que não ligam a uma bela mulher como tu.

Ela dá um sorriso triste, agarro-a pelo braço e arrasto-a até ao carro. Depois de pagarmos o estacionamento do parque, seguimos caminho até casa em silêncio. Elisa parece perdida em pensamentos e eu só espero que a criatura apareça.

***

Estamos de frente ao Bar, Elisa está mais nervosa do que nunca. As suas mãos suadas passam diversas vezes pelas calças pretas que traz vestidas. Ela olha em todas as diversões e eu sei que a tenho de segurar por um braço, ou é bem provável que ela desate a correr na direção contrária.

- Relaxa por amor de Deus, estás a causar-me uma úlcera no estômago. – Resmungo quando vamos a passar pela porta do bar.

- Não devíamos ter vindo. Isto é um disparate.

- Dispara-te é tu estares assim. Credo mulher, és alguma virgem?

Ela fica calada por uns minutos. O bar é grande, todo decorado a tons terra, os bancos e mesas são negros e uma música é ouvida. Sentamo-nos mais a frente, perto do palco e afastadas do bar. Afinal de contas não queremos levar com um copo de bebida em cima por alguém alcoolicamente bem-disposto.

Ficamos sentadas por uns minutos. E por fim um funcionário vem atender-nos. Peço uma Sagres e Elisa pede uma Morangoska.

- Porque viemos tão cedo? – Inquere Elisa e eu respiro fundo em busca de paciência.

- Para que te ambientasses e relaxasses. Ou querias chegar ao mesmo tempo e ele ver-te assim? – Ela acena com a cabeça e quando a bebida chega ela dá um gole que quase esvazia o copo. – Eh lecas! Isso é para arrumar? Não tinha espinhas não é. Ainda ficas com um cubo de gelo preso no traseiro.

- Preciso de um calmante. – Sussurra enquanto olha em volta.

- Elisa, vamos esclarecer dois pontos. Um, não é um Rei que vai chegar, dois é um gajo como qualquer outro. Então, por amor à minha paciência em falta. Acalma-te. – Peço num tom mais tranquilo e amigável que consigo.

Sinto que aos poucos ela começa acalmar e quando chega as vinte e duas horas, o DJ coloca músicas mais animadas. Sou arrastada por Elisa, para a mini pista do bar e começamos a dançar. Quando a música termina, seguimos até a mesa a rir.

- Boa Noite Senhoras e Senhores, bem-vindos ao Diferencial! – Diz o DJ. – Hoje temos algo diferente, teremos karaoke e pista. Ou seja, vocês podem-se inscrever, ou se não o fizerem eu irei buscar-vos à mesa. Cantam uma música e depois eu coloco uma música para dançarmos. Que vos parece? - Alguns gritos são ouvidos em concordância com o que o DJ diz. Ele olha para todas as mesas e depois franze o sobrolho. – Nando – Ele chama pelo microfone. E nós olhamos em volta para ver quem é esse tal Nando. – Temos duas jovens às escuras. – Diz e aponta para nós. Logo de seguida chega o funcionário, que pelos vistos é o tal Nando. Ele trás dois shots. – Por minha conta damas. – O DJ diz para nós as duas e rimo-nos.

- Obrigada! – Agradeço com um sorriso, pego no meu copo e levanto-o no ar num brinde logo de seguida bebemos o shot.

- Boa Noite.

- Sempre veio! – Digo quando vejo o mais que tudo de Elisa a nossa frente.

- Disse que viria. – Comenta e senta-se ao lado de Elisa.

- Vou buscar algo para beber, queres Eli? – Ela acena com a cabeça e depois pergunto ao mais que tudo dela, se quer algo. Ele diz que sim, um Whisky. – Volto já.

Caminho até ao bar, faço os meus pedidos. Demoro um pouco mais no balcão e decido por fim voltar. Quando me aproximo vejo que estão numa conversa solta e divertida.

- Lamento interromper meus amores. Mas as bebidas chegaram. – Comunico com um sorriso nos lábios. Olho para Elisa, um tom rosado mancha as suas bochechas e eu mordo o meu lábio inferior. Depois de dar as bebidas penso em algo rápido para sair dali. Não vou fazer de vela, isso é certo e eles precisam de estar sozinhos. – Se me dão licença. – Afasto-me e caminho até ao pequeno palco. Peço para cantar uma música. O DJ pergunta qual e eu penso um pouquinho.

Um sorriso de quem vai aprontar desenha-se nos meus lábios. Sussurro ao ouvido do DJ qual a música que quero cantar e ele olha muito sério para mim. Encolho os ombros e rio-me.

Logo de seguida estou a postos. Em cima do palco, de microfone nas mãos e a batida começa a soar no bar. De forma tímida começo a cantar a música e quando olho para a mesa, vejo que Elisa olha-me horrorizada e que o mais que tudo dela, olha-a com total devoção. O meu sorriso rasga-se ainda mais no meu rosto. Fecho os olhos e entrego me a música. Quando chega a parte que pretendo, abro os olhos e olho para a mesa. Na direção de Elisa e canto com tudo de mim.

Come on, come on

Jump a little higher

Come on, come on

If you feel a little lighter

Come on, come on

We were once upon a time in love

We're accidentally in love

Accidentally in love

***
I'm in love, I'm in love

I'm in love, I'm in love

Insana Liberdade #1Onde histórias criam vida. Descubra agora