Capítulo 20

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Justine subiu as escadas correndo e abriu a porta afobada. Moicano tinha ligado pra falar de uma reunião de emergência. As poucas palavras ditas apressadamente, a hora em questão e o local onde se reuniriam foi indicativo o suficiente para demonstrar a importância e urgência do negócio.

Quando abriu a porta e se deparou com aquela cena inédita, todos os SKULLS em um abraço único em volta de Leona, Justine estacou. Fritz olhou pra ela com expressão de angústia e ansiedade.

Aproximando-se silenciosamente do alemão, Justine sussurrou sua pergunta.

-O que está acontecendo?

-Um dos traficantes da área sequestrou o filho da Leona.

Assim como os outros, Justine arregalou os olhos em nítida surpresa, mas não perguntou mais nada. Um a um, os caras foram saindo do círculo. Bastante abalada, Leona olhou ao seu redor um pouco perdida, um pouco fora de foco.

Justine veio até ela. Nunca foram amigas, caramba, nunca foram sequer parceiras de trabalho de verdade, mas uma criança é uma criança e ninguém quer presenciar uma barbárie contra um inocente.

Um pouco receosa quanto a reação de Leona, Justine chegou bem perto . Nenhuma palavra foi dita, a mascote dos SKULLS tocou a face da sua colega com suavidade. Então se virou para seu chefe.

-Qual é o plano?

Boss começou a falar e todos ali ouviam com atenção.

-Não há tempo para um plano muito elaborado. A coisa toda é simples. Vamos invadir e resgatar o garoto.

Agora o homem estava falando a língua que os SKULLS entendiam.

-Leona, nos dê a localização exata de Donatello.

As palavras do chefe deu ânimo a equipe. Leona se recompôs e agora havia determinação em seu olhar.

-Quando trabalhei pra ele, o desgraçado mantinha uma espécie de galpão no distrito 5, onde funcionava uma mecânica de autos. Uma fachada simples, mas eficiente. As drogas eram armazenas na sala de ferramentas e o movimento não chamava atenção por causa da loja. Os garotos retiravam as encomendas e seguiam para áreas diferentes.

-Ele ficava ali com frequência?

-Não. Aparecia de vez em quando. Eu é que comandava o lugar, mas não tenho dúvidas de que meu filho foi levado pra lá.

Boss pensou um pouco antes de concluir.

-Claro que sim. O garoto é um caminho certo até você, não tem porque ele dificultar seu próprio trabalho. Ele tem pressa em te encontrar porque você está desestabilizando os negócios dele, logo ele levaria seu filho onde você pudesse acha-lo com facilidade.

Fritz se manifestou.

-É uma emboscada.

Moicano concordou.

-Sem dúvida que é. Mas, caramba, é uma emboscada muito amadora.

Justine entrou na conversa.

-Ele não está interessado em apenas retaliar ou negociar. O filho da mãe quer eliminar a ameaça que Leona representa.

-Sim. Ele deve estar esperando por ela com um bando de rottweillers raivosos e armados até os dentes.

Bull rosnou sua indignação.

-Então vamos surpreende-lo antes que essa tartaruga ninja dos araques tenha tempo de estruturar um plano de verdade.

Virando-se para Leona, Boss perguntou.

Os Agentes da BSS - Livro VI - A LEOAOnde histórias criam vida. Descubra agora