Capítulo 4

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-Leona, abaixa a arma e vamos conversar...

Por mais incrível que pudesse parecer, somente depois de Fritz dizer isso é que ela se deu conta de que estava com a arma apontada direta para o peito dele. Resmungando, a SKULL embainhou sua arma dentro da jaqueta e olhou diretamente para o agente que limpou a garganta antes de continuar a falar.

-Essa é Dolores, ela é minha nova missão.

Franzindo o cenho e olhando para a menina vestindo o pijama bastante revelador, Leona cruzou os braços esperando que ele prosseguisse.

-Ela vai ter que passar um tempo aqui na minha casa porque está sob ameaça de morte e tals.

-E a porcaria do seu comandante não pode dar abrigo pra ela na base porque?

-Ele nunca mantém civis na base por muito tempo.

-Então devo supor que ela vai morar aqui por tempo indeterminado.

-Supôs corretamente.

Balançando a cabeça em afirmação e avaliando a situação mais atentamente e agora, sem a ira possessiva que a pegou desprevenilda, Leona sacou seu celular e discou. Sem entender, Fritz esperou que ela falasse e assim que viu que ela pretendia chamar um táxi, tirou o celular da mão dela e desligou.

-Não vai embora. Não há motivo pra não terminarmos o que tínhamos intenção de começar quando fomos atingidos pelos objetos voadores da minha própria sala e por essa gata endemoniada que nem devia estar DENTRO DA MINHA CASA.

Ele praticamente gritou o final da frase e Leona viu espantada a gatinha birmanês pular assustada para o colo da sua dona. Dolores se levantou com ares de arrependida.

-Fritz, mil desculpas por tudo isso, apenas que eu fiquei muito assustada e estava cochilando e não me dei conta de que era você e sua... - a moça olhou para Leona e arregalou os olhos impressionada quando terminou de sussurrar- ... sua namorada.

Lore chegou mais perto e rodeou Leona em trezentos e sessenta graus, depois assobiou baixinho.

-Uau... ela é incrível. Parece uma super heroína dos videogames toda vestida desse jeito.

Incomodada diante da avaliação minuciosa feita pela menina da "missão" , Leona enfrentou o olhar admirado da pirralha com azedume. Apontou o dedo pra ela e falou baixo, mas bastante firme.

-Você, vá para seu quarto e só saia de lá vestida decentemente, está me ouvindo?

Com expressão temerosa Lore concordou com a cabeça. Ela se virou e se apressou em sair das vistas de Leona. Antes que ela subisse toda a escada e desaparecesse, a SKULL falou em um tom alto o suficiente para ser ouvida.

-Não quero mais vê-la com metade da bunda aparecendo e muito menos com os peitos prontos para pularem pra fora dessa coisa minúscula que chama de pijama.

Dolores não se atreveu a responder, apenas correu escada acima sem olhar para trás.

Fritz pensou que se fosse um pouquinho menos macho, teria ficado um pouco receoso com a fúria de Leona. Mas ele era macho pra caralho e por isso a atitude dela lhe pareceu muito divertida. Sem conseguir se segurar depois do pavor de Lore que desatou a correr para o mais longe possível da sua leoa, ele jogou a cabeça pra trás e gargalhou.

Inconformada, Leona encarou o homem.

-Achou divertido?

-Malditamente divertido.

-Não pareceu estar rindo quando a gata pulou sobre você querendo arrancar seu couro na unha.

Ficando sério instantaneamente, Fritz olhou para baixo e murmurou um palavrão. Dois vergões riscavam seu antebraço de fora a fora e estavam muito saltados e vermelhos. Leona segurou o braço e passou o dedo no arranhão.

Os Agentes da BSS - Livro VI - A LEOAOnde histórias criam vida. Descubra agora