Acampamento meio-sangue

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O chalé 13 conseguia ser mais sem vida, e esquisito do que a mansão em que morávamos. Estava vazio. Haviam duas beliches, uma em cada lado do chalé. Um velho lençol, dividia o recinto exatamente no meio, o que deduzi ser pela privacidade. Mesmo com uma lâmpada acessa, o lugar era escuro. Cheio de poeira, e de teias de aranhas, comecei a enxergar aquilo mais como um túmulo.

Ana ficara na porta, nem mesmo entrara ali, e eu pude sentir o medo vindo dela, so de estar ali. Era estranho, e eu não sabia como podia sentir algo assim.

- Vamos garoto, eu não tenho o dia todo pra ficar com você.

Dizia ela um tanto nervosa. Catherine me olhou e sorriu de leve.

- Vá, eu cuido de tudo por aqui.

Deixei minha irmã ali sozinha, não que fosse o que eu queria, mas concordei, seguindo Ana. A ruiva me arrastará por entre os chalés, apontando um por um, me dizendo também seus respectivos deuses.

Cada um com suas diferenças, algumas construções feias, outras bonitas, e não seguiam padrão algum de arquitetura. Paramos então em frente a uma fogueira, no centro.

- Estes são os chalés, cada um, representa um deus. Como você viu, os chalés de Hera e Héstia, estão vazios, pois elas não tem filhos. - Explicava ela. - Outros também estavam vazios, como os de Zeus, Ártemis, e claro, o de Hades.

- Espera, Zeus e Poseidon, nas histórias não eram extremamente namoradeiros, e viviam tendo filhos com mortais?! Por que justamente os chalés deles estariam vazios? - Perguntei fitando a construção principal, que seria a de Zeus, diante das posições dos outros chalés.

- Sim, mas... Não e muito comum, existir assim tantos filhos dos três grandes irmãos. Não entendo muito, mas pelo que já ouvi, ser filho de um deles, e como um castigo, a algumas poucas exceções aqui. - Ela falou baixinho.

- Um castigo?

- Shhhi! - Ela me advertiu. - Não podemos falar sobre isso assim abertamente. Venha, vou te mostrar o acampamento.

Começamos pela floresta. Quando nos aproximamos, me dei conta de como era enorme. Tomava pelo menos um quarto do vale, com árvores tão altas e largas que a impressão era de que ninguém entrava lá a séculos.

- Os bosques são lindos, mas perigosos. Se for até la, vá armado, por precaução. Muitos campistas já se perderam por ai.

" Vários campistas? " Eu não havia visto nenhum até aquele momento, pelo número de chalés, e o tamanho do lugar, ele estava mais vazio que um pacote de biscoito quando acabava.

- Você disse vários campistas, existem mais aqui, além de você? - Perguntei fitando a menina.

Ela deu uma risadinha, então me puxou pelo pulso, começando a correr, sem responder minha pergunta. Tentei parar e protestar, mas não consegui, então cedi, a acompanhando na corrida, até chegarmos no centro da floresta. Havia uma enorme construção, que se assemelhava o Parthenon de Atenas. Claro, so que está não estava em ruínas, e era um pouquinho mais sofisticada. Toda trabalhada em mármore, granito e marfim, era uma bela construção. Diferente dos chalés, aquela era uma obra de arte. Uma enorme estátua, gigante, estava ao seu lado, e rapidamente a reconheci como a Atena Parthenos. Mas como e por que aquela estátua estaria ali? Onde era este lugar exatamente.

- Aonde estamos, exatamente...?

Ana me olhou, com um sorriso idiota nos lábios.

- Na America, Dãr! Long Island, Estados Unidos. Você não sabia?

Fiz que não com a cabeça, e ela voltou a me puxar, desta vez para dentro daquele Pathernon. Por dentro, ele era incrivelmente mais lindo. Já na entrada, havia uma espécie de museu, em um salão dourado. Treze estátuas, representavam os deuses, de Zeus o primeiro, a Hades, o último, em forma de U. Observei encantado, mas Ana me puxou para uma porta, entre as estátuas de Zeus e Hera, nos levando para um outro complexo. Agora, o ligar se parecia com uma escola, dos filmes que eu assistia de vez em quando.

Demigods: Filho das sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora