Não acredito! Desde quando ele andava me espiando? Há um mês quando entrei para seleção? Me senti traída. Porque ele não me contou antes? Estava com ódio, e ao mesmo tempo sentia um carinho por ele, e vinha aumentando nos últimos dias.
O que ele acabara de dizer apenas me confundiu, e não paro de dizer a mim mesma que é apenas uma paixãozinha tola, coisa temporária, que passaria mais rápido quanto veio.
Mas se ele pensa que vai se aproveitar de mim ele está enganado.
- Porque não me avisou antes? Que me via durante a seleção?
- Não achei necessário - ele argentou.
Pensei por uns segundos, era justo, se no caso fosse eu, com certeza não falaria, seria constrangedor.
- Me desculpe - indagou.
- Vou pensar no seu caso.
- Por favor, só lhe achei interessante, há algo demais nisso?
Não.
-Talvez.
- Eu não tive a intenção de lhe irritar, juro! - falou, na tentativa de que eu falasse algo.
- Andrey, sei muita coisa sobre você, e sei que isso é só um joguinho que você está armando. - desabafei - E que fique bem claro que você não vai fazer comigo o que fez com as outras. Jamais irá triscar em se quer um fio de cabelo meu com intenção de... - parei imediatamente, vendo que ultrapassei os limites e botei meu suado emprego em risco, ele tinha todo o direito de me colocar na rua, tinha o poder de mandar e desmandar na empresa. Céus, o que eu fiz? - Me desculpe.
- Estamos kits então.
Respirei fundo, aliviada por não ter feito total estrago em minha carreira. Quem eu achava que era para bater de frente com o filho do chefe? A minha sorte foi que despercebidamente ele havia revelado que me espionava, e o perdoei , e então ele me perdoou pelos meus palavreados.
- Então não devo manter esperanças de que um dia você possa almoçar comigo durante o intervalo das doze?
- Eu não quis dizer isso.
- Mas disse. Olha, o que fiz no passado, não quer dizer que eu continue sendo o mesmo no presente. Não sei o que lhe disseram mais apenas eu saia com garotas, normalmente, como todo homem faz, mas, depois que curtíamos e a noite partia, eu não sentia nenhum sentimento pela garota, nunca me apaixonei por ninguém, mas por você sinto algo que pode ser parecido. Juro que nunca me aproveitaria de você, se é o que você pensa, aliás, nunca me aproveitei de ninguém, só senti que a tal não seria o par perfeito para mim.
- Não vem com essa... - o interrompi
- Natasha você não me conhece, me da uma chance de nos conhecermos melhor, e o resto fica por critério seu, não vou lhe forçar a nada. Você só sai comigo se você quiser. Mas pelo menos, me dê a oportunidade de conhece-la.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Será que devo acreditar nele? Talvez sim, pelo fato de realmente não conhece-lo, não posso julga-lo pelo o que os outros dizem, até porque pode ter acontecido com ele o mesmo que comigo hoje pela manhã, o fato de terem espalhado o que acharam, sem ao menos saber se era verdade.
Todo mundo merece uma segunda chance, e a ele nem mesmo sequer dei a primeira.
- Tudo bem - dei-lhe a chance, ele me olhou surpreso, para saber se eu estava falando sério, e seus olhos cruzaram com os meus.
- Amanhã? Horário de almoço? - ele abriu um belo sorriso.
E que sorriso.
- Amanhã, horário de almoço. - Confirmei.
***
Confesso que fiquei surpreso ao ver que por fim ela aceitou meu pedido, pelo jeito durão dela, achei que ela ia recusar, o que foi um alívio, pois corria riscos de perder uma grande oportunidade com uma mulher linda, cujo eu sentia levemente algo que não sabia definir.
Assim que chegamos no prédio em que ela mora. deixei-a até a portaria, dei-lhe um abraço, um beijo no rosto e segui rumo ao meu apartamento.
Percebi ao chegar que Bolla fizera a maior bagunça de todas, ele havia se soltado da coleira, na verdade nem sei como, talvez eu tenha deixado a corda frouxa, o que é bem provável, ultimamente ando com a cabeça nas nuvens.
Não estava com cabeça para limpar aquela bagunça, as últimas horas tinham sido boas demais para acabar em faxina. Simplesmente ignorei o fato de ter passado um redemoinho em minha casa, fui para o meu quarto, deitei-me e pensei um pouco no que eu faria no almoço de amanhã. Na verdade eu estava super ansioso.
O quê? Ah, não acredito que estou me derretendo de novo, eu não poderia deixar isso acontecer, eu não poderia me permitir apaixonar-me por alguém, e se as intenções dela não for as mesmas? E se eu sofrer?
É paixão! terei que tomar muito cuidado com você.Talvez eu esteja até exagerando, que sentido teria a vida se a pessoa não se entregar uma única vez? Que sentido teria não tentar? E é exatamente o que vou fazer, tentar! Se esse sentimento insiste em ficar, irei tentar, irei conquistar Natasha. Irei torna-la a mulher de minha vida. A minha mulher.
Não sei o que ela tem, ou o que deu em mim para querer-la tanto. Mas de uma coisa eu sei, se for para casar-me e formar uma família, quero que seja com ela. Se for para eu amar uma mulher, eu quero amar ela, quero fazer dela a mulher mais feliz do mundo, e fazer com que ela jamais se arrependa de ter ficado comigo, e provar todos os dias que seu lugar é ao meu lado, e que não existe lugar melhor que em meus braços.
O alarme soou, tirando-me do meu pesado sono, levantei sentindo meu corpo pesado, estava super cansado. Enquanto estava indo para cozinha, escorreguei no travesseiro e caí sentado, quando levantei sentir uma dor horrível na minha bunda, que doía cada vez mais a cada passo que eu dava.
Liguei urgentemente para Cida, pedindo-lhe que ela viesse fazer a faxina. E que faxina! Deveria botar Bolla de castigo, mas estava sem tempo, ainda assim prometi que quando eu chegar daria uma boa bronca nele por conta disso.
Sai as pressas para a Consilius, chegando la deixei o recado para que Natasha comparecesse a minha sala, tinhas uns assuntos importantes para tratar, e mesmo que não tivesse, a chamaria mesmo assim.
Uma hora se passou e Natasha ainda não compareceu a minha sala, resolvi esperar mais um pouco, e depois de meia hora, decidi ir em sua sala saber se tinha realmente algo muito mais importante, ou simplesmente não quer me ver depois do que aconteceu ontem, talvez eu tenha exagerado compreendo, mas isso não dá o direito de interferir nos assuntos profissionais.
Sai do elevador, segui o corredor rumo a sala cujo ela trabalha, bati e em seguida abri a porta, olhei ao redor e ela não estava, será que estraguei tudo? Será mesmo o que estou pensando? Ela simplesmente abandonou o emprego? Ah não, não, não. O que eu fiz? Fui até a secretaria pedir informações, e ela afirmou que realmente ela faltara e não ligou para informar o motivo.
Ela tava tentando se afastar de mim, ela não queria me ver, aliás, ela não me queria. Quando realmente me solto, me "declaro" para uma garota, olha só! isso que acontece. Que tolo eu sou. Ah mas se ela pensa que vai se livrar facilmente, ela não vai! Ela terá que arcar com as responsabilidades, ela não pode fazer isso, ela assinou contrato com a empresa. Vou ligar para ela.
Tirei o celular do bolso, procurei seu nome na agenda e disquei.
O número que você ligou está fora de área ou desligado.
Droga, o que será que essa garota está pensando? Quando acabar o expediente irei na casa dela, passar essa história a limpo.
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Ela se foi
RomanceAndrey Johannes, um rapaz sofisticado de 24 anos, vive como se o amanhã não existisse, como se o mundo fosse acabar. Experimenta de tudo um pouco e acha que o amor é piada. Em sua mente o amor não existia, até então encontrar Natasha, que fez um vi...