Alvo 16

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Para ele, que é o Gabb numa versão mais adulta.
Gabriel Villas Bôas

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Fico esperando na velha cafeteria do outro lado da rua em frente ao hospital, onde o cheiro de café artificial é mais forte do que o cheiro agradável de café fresco que vem da cozinha. Olho para a fachada do edifício atenta, esperando que Alina saia do hospital e pegue logo sua moto. Passo cerca de uma hora esperando até que os cabelos ruivos e ondulados atravessam a porta principal do hospital e caminha na direção da moto, subindo no veículo com rapidez, como se não visse a hora de sair dali. A moto zune pela rua em disparada a algum lugar que desconheço. Pego o celular do bolso apressadamente e corro para fora da cafetaria mal iluminada, olho para a tela do celular que me mostra o mapa da cidade com dois pontos marcados, o azul completamente parado indicando minha atual posição e o vermelho em constante movimento, me dizendo exatamente para onde Alina está indo, e pela primeira vez um plano feito por mim mesma parece estar dando certo. Entro no primeiro táxi que vejo e pouco a pouco vou dando as coordenadas dela para que o motorista a siga de uma grande distância.

- Me deixe aqui - Falo dando o dinheiro cobrado por ele sem pestanejar, depois de alguns minutos de viagem. Olho para o celular vendo o ponto vermelho completamente imóvel.

A moto dela esta estacionada na frente de uma casa de madeira rústica pouco decorada, atravesso a rua e verifico o meu dispositivo preso na moto de forma que fique camuflado no preto das engrenagens suja de graxa. Olho para a casa e adentro a grama crescida do jardim verde e grande, me aproximo da janela na lateral da estrutura e olho para o cômodo la dentro afim de enxergar qualquer coisa que me fosse útil.

- Ela sabe que eu estou envolvida, eu juro que te mato se ela fizer mais alguma coisa contra mim e contra meu filho - Ela bufa em algum lugar da casa onde meus olhos não alcançam.

- Eu não quero saber de você Rafael, você merece morrer, por tudo o que fez a mim e ao seu irmão - Agora ela berra tão alto que poderia deduzir que está no quarto ou algum cômodo próximo a sala

- Hey moça, o que esta fazendo na minha casa? - Uma voz infantil soa atrás de mim, pegando-me de surpresa.

- Eu ouvi alguém gritando e vim ver para talvez poder ajudar, nunca se sabe - Minto tentando disfarçar, mas logo me lembro das suas palavras "minha casa" e também de Alina gritando do outro lado das paredes, parece que a informação sobre seu envolvimento com Zoe é verdade.

- Então garoto, qual é o seu nome? - Pergunto me aproximando dele que se encontra parado na entrada do gramado segurando um caderno.

- Eu sou Gabb, e você? - Ele soa tão inocente que me sinto mal em pensar no que estou prestes a fazer.

- Eu sou Alex... Mas então Gabi, você mora com quem? - Pergunto ficando na frente dele e o avaliando enquanto aliso a faca no bolso.

- É G-a-b-b! - Ele exclama um pouco irritado com o erro que parece ser comum a ele. - Moro só com a minha mãe, mas tenho dois tios que me visitam as vezes, tio "O" que é irmão de minha mãe e o tio Day, que é amigo da família - Ele fala tão inocente que tiro as mãos do bolso soltando a faca escondida ali.

- Tudo bem Gabb, preciso de um favor seu. Quero que você coloque isso aqui no suco da mamãe, para que ela pare de gritar e de se estressar, assim ela vai poder passar mais tempo com você, ok? - Falo entregando uma pílula a ele, deixando suas mãos se fecharem sobre a cápsula alaranjada.

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2016 ⏰

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