3 YOUS & I

34º Capítulo - "Daisy, don't you know that you're amazing?"

O que é o amor?
Um sentimento que nos deixa loucos. De manhã, de tarde, de noite, de madrugada só pensamos naquela pessoa que dá um certo brilho ao ar. Aquela pessoa com que sonhamos ficar para sempre.

Penso nisto enquanto me pergunto se o meu namorado gosta mesmo de mim. É que se gostasse, certamente não me torturava desta maneira. " Louis, podes finalmente dizer onde estamos? " pergunto-lhe pela milésima vez nesta tarde, desde que ele me vendou os olhos e me guia pela cidade de Londres.

" Não! Não querias ter uma surpresa? Como é uma surpresa não podes saber onde estamos. Deixa-me ser romântico uma única vez na vida! " fala cansado.

Suspiro desesperada. " Tu romântico? Por favor... A pessoa romântica da nossa relação sou eu! " digo com um sorriso tolo nos lábios.

Hoje fazia um mês que eu e o Louis tínhamos começado a namorar. Tantas coisas se passaram neste mês... Foi um mês louco, mas não é isso que sentimos quando estamos apaixonados? Estamos tão felizes o tempo todo que não há tempo para pensar nas nossas inseguranças, pelo menos eu não tenho pensado nas minhas. Tinha saudades deste sentimento arrebatador. Estar apaixonada é sinceramente das melhores coisas que me aconteceu na vida, graças ao meu incrível namorado, Louis. Estar com ele era como voar. Estou nas nuvens o tempo todo numa aura de harmonia e felicidade.

Todos os nossos abraços, todos os nossos beijos, todas as nossas mensagens, todas as nossas aventuras, todos os nossos encontros, todos os nossos não-encontros, todos os nossos carinhos, todas as nossas alcunhas amorosas, todas as nossas risadas ficarão eternamente gravados no meu coração. Aconteça o que acontecer.

Ainda não contei do beijo que o Harry me deu. Ou então não-beijo. Não pode ser considerado como um beijo, porque foi para a encenação, foi no mínimo um beijo técnico. Mesmo sendo um não-beijo ou um beijo técnico, tenho medo de contar ao Louis. Eu sei o que é ser traída, mais do que ninguém, e sei exatamente o que se sente. Sei que passamos o tempo todo a pensar em perguntas como " o que é que aquela pessoa tem mais que eu? ", " sou assim tão horrível? " ou " será que foi culpa minha? ". Eu sei que que é um sentimento tão horrível e asqueroso e mesmo assim fi-lo. Por muito que me custe admitir, não foi só o Harry que me beijou. Eu também o beijei.

Sei qual é a coisa certa a fazer. Contar ao Louis, independentemente das consequências. A minha consciência está a matar-me devagarinho. Ver o Harry na escola é quase uma tortura e então vê-lo quando estou com o Louis é a morte. Só se passaram três dias desde a pior decisão da minha vida, mas o meu coração dói-me de culpa. E ele, a maior vítima deste acontecimento, não merece que eu lhe faça uma coisa destas.

Mesmo sabendo qual é a decisão certa, uma parte de mim não lhe quer contar. Essa parte é definidamente egoísta. Como diz o ditado " longe da vista, longe do coração". Não aguentaria vê-lo magoado por minha causa.

Porquê é que eu e o Harry nos beijamos, porquê? Porquê é que ele me chamou para o seu camarim? Porquê é que eu aceitei ir com ele? Porquê é que eu não fugi daquele lugar? Porquê é que ele se aproximou tanto de mim? Porquê é que ele me suplicou para ficar? Porquê é que eu me deixei encantar pelas palavras de Shakespeare? Porquê é que eu o beijei? Tantas perguntas, nenhuma sem resposta.

" Daisy, ouviste alguma coisa do que eu disse? " desperto de repente dos meus pensamentos alheios e ouço a voz de Louis. Estava tão concentrada nos meus problemas, que talvez me esquecera que ele também tem os dele.

" Não, desculpa. O que é que disseste? " pergunto e foco o meu cérebro à voz dele.

" Eu estava a dar-te uma lista de razões das quais eu ser a pessoa romântica desta relação. " fala, enquanto caminhamos algures por Londres, sendo a sua voz e a sua mão encaixada na minha, o meu único guia.

" Eu sou uma rapariga e só por causa de ter um cromossoma X em vez de um Y, significa que eu sou muito mais romântica. " afirmo até tropeçar em alguma coisa. " Louis! "