38º Capítulo - "Long Way Down"

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O sol incide-me nos olhos, acordando-me. Abro e fecho rapidamente os olhos tentando me habituar à luz que entrava pela minha janela. A minha cabeça doía-me horrores de ter chorado tanto no dia anterior.

Aliás, só de pensar no que aconteceu ontem, os meus olhos ficam marejados de lágrimas. O meu lábio começou a tremer, o meu corpo estava praticamente pronto para me ver desabar de novo. Mas, engoli as lágrimas. O que é que valia eu chorar mais? Ele não ia voltar para mim! O Louis nunca mais iria voltar a confiar em mim. E a triste realidade atingia-me como um furacão.

Olho para o relógio e esfregando os olhos, reparo que ainda são seis e meia da manhã e eu só entrava daqui a duas horas. Era a altura ideal de eu tomar um longo banho. Esperando que isso me fosse relaxar.

Levanto-me da minha cama e agarro no meu telemóvel, esperando ter uma outra mensagem da que eu vi que tinha.

#Conversa Pov On#

Sally <3: Daisy, estás melhor? Espero que sim! Peço imensa desculpa ser a portadora de más notícias, mas amanhã temos ensaio de novo, visto que hoje não deu para ensaiar nada. E tu, és uma das pessoas que tem que estar mesmo presente. A professora de inglês, encontrou-me enquanto eu ia para minha casa e pediu-me para te avisar. Eu sei que deve de ser doloroso voltar ao sítio onde tudo aconteceu, mas eu estou lá para te apoiar! Beijos, Sally.

#Conversa Pov Off#

Bolas!, penso desesperada. Será que podia fingir que desmaiava? Era sempre preferível do que ter que ir ao maldito ensaio. Como é que eu ia aguentar uma hora e meia, ou mais, na presença do meu ex-namorado e do rapaz com quem eu traí o meu namorado, quer dizer ex-namorado? Era quase tortura emocional. Também, como é que eu iria me concentrar com o Louis lá? Será que ele vai ao ensaio? Ou que não vai só para não me ver?

Arrasto-me para a casa de banho e encho a minha banheira com a água mais quente possível, sentindo-me a gelar. Rapidamente entro lá para dentro e os músculos das minhas costas, que pareciam estar tensos à anos, finalmente relaxam.

Fiquei una boa meia hora dentro da água, até esta começar a ficar fria e eu decidir que era altura de me lavar. Lavei-me rapidamente e enrolei-me na minha toalha.

Quando volto ao quarto, o sol já desapareceu e está a chover imenso lá fora. Atiro-me para cima da cama e fico a olhar para o teto durante uns minutos. Dá-me uma certa vontade de arrancar cada estrela que está lá e atirá-las para a fogueira, graças à raiva que estou a sentir. Apercebo-me que a culpa não é das estrelas, mas sim de mim própria e que se as tirasse me sentiria ainda mais vazia do que já me sinto.

É possível uma pessoa sentir tanto a falta de outra? Mesmo que a última vez que falaram fosse a apenas algumas horas atrás? Bem, eu não falei nada, foi o Louis que falou tudo o que havia para dizer. Com cada palavra sua, que ainda se repetem na minha cabeça, o meu coração afunda-se mais um bocadinho e mais outro bocadinho.

Se eu não tivesse namorado com o Louis, nada disto teria acontecido. Se eu não tivesse querido falar com ele no primeiro dia de aulas, nada disto teria acontecido. Se eu não tivesse beijado o Harry, nada disto teria acontecido.

Mas eu não me arrependo de ter namorado com o Louis. Foi a experiência mais gratificante que já fiz. Mesmo que me sinta mais partida do que nunca, nunca me arrependeria do melhor mês da minha vida. Espero que ele sinta o mesmo.

Seria tudo tão mais fácil se eu não sentisse nada, penso o inevitável. Será que o Louis vai falar comigo hoje? E o que eu sentirei em relação a isso? Malditos sentimentos!

3 YOUS & IOnde histórias criam vida. Descubra agora