Garota De Luxo

Capítulo 2

Ella

  Eu não entendo muito os homens, hoje em dia eles se acham as últimas bananas do cacho, o que eles esquecem é que a última está sempre podre.

  Elliot Mckeen é o tipo de homem que se acha melhor que os outros, e se você for comparar a conta do banco é melhor que muitos. Mas como dizia minha mãe, dinheiro não é tudo. Se você trabalha nunca vai precisar se rebaixar a homem nenhum.

  Elliot veio até mim hoje porque ele gosta de ter poder, e quem tem um bom advogado tem esse poder.

  - Vejo que o senhor quer uma boa advogada, mas ainda não sei o motivo. - Falo. 

  - Sabe sim. - Fala. - Pelo que vi de você nesse pouco tempo é como uma avaliadora e não no quesito financeiro e sim no departamento de poder. Quero alguém que possa me dar o que eu quero sem eu ter que me preocupar se vou ter ou não.

  - Entendo senhor Mckeen, posso dar o que o senhor quer. - Falo. - Eu vou entregar ao senhor um contrato padrão que todos os clientes assinam e então poderemos discutir qualquer coisa que o senhor quiser.
 
- Claro.- Diz.

  - Para isso eu preciso que o senhor me passe alguns dados seus, os contratos são feitos com os dados do cliente. - Lembro, levantando uma sobrancelha.
 
  Enquanto Elliot está preenchendo os papéis com os dados dele eu me estico na minha cadeira, uma tentativa de aliviar a dor nas minhas costas. Eu amo fazer tatuagens, mas o tempo com o papel filme por cima dela é uma cadela.

  - Está com dor? - Ele pergunta e acaba que me surpreende ao estar preocupado comigo.
 
  - Estou bem, é só uma dor nas costas. - Falo. - Nova tatuagem faz isso nos primeiros dias.
 
  - Não me parece o tipo de garota que tem tatuagem. - Diz.
 
  - Está se enganando, tem certeza que está olhando para mim? - Pergunto.
 
  - Absoluta. - Diz. - Já preenchi os papéis. - Me entrega os papéis e eu confiro os dados.
 
  - Perfeito, vou pedir para Maria entrar em contato com você, quando os documentos estiverem prontos. - Falo. - Apartir de hoje, o senhor tem a melhor advogada do pais a seu dispor.
 
  - Não sabe quanto prazer me dá saber disso. - Flerta.
 
  - Acredite, isso não é prazer nenhum. Não quando se tem maiores prazeres na vida. - Pisco para ele.
 
A porta da minha sala se abre e minha secretária muito eficiente entra, ela está preocupada.

  - Senhora, o filho do senador Hamilton está detido. - Diz. - O pai dele está aqui fora pedindo a sua ajuda.
 
  - Eu já o atendo.- dispenso, esse garoto é um verdade pé no saco. No momento que Maria sai eu olho para Elliot. - Se você me acha mimada, deveria ver esse garoto.
 
  - Me parece que você está ocupada, peço que reserve um almoço comigo na sua agenda. - Fala.

  - Pode deixar. - Falo e dou a volta na minha mesa para o cumprimentar.

  O perfume desse homem é delicioso e eu me vejo sendo fodida por ele de várias maneiras diferentes. Depois desse pensamento eu lembro que faz tempo que não tenho uma boa noite de sexo quente e selvagem.

- Vou esperar ansioso. - Diz.

- Deve esperar mesmo. - Falo.

  Quando eu o acompanho até a porta o senador não espera nem um segundo e parte na minha direção.

- Quando você pretende atender a mim?  Depois que meu filho apodrecer atrás das grades? - Pergunta sendo rude.

- Senador deixe me esclarecer algumas coisas para o senhor. - Falo bem devagar. - Eu não preciso do senhor, como pode ver a minha vida vai muito bem sem todo o trabalho que seu filho mimado me dá. Se quer que ele saia da cadeia ainda hoje eu vou dar um jeito, mas a próxima vez que o senhor falar assim comigo eu vou abandonar o serviço com a sua família.

  Tanto Elliot, que estava parado ainda ao meu lado, quando o senador, ficam me encarando. Se tem uma coisa que eu odeio é ser colocada contra a parede. Eu não preciso dessas merdas na minha vida e se eles acham que eu sou a maldita marionete deles, estão muito enganados.

  - Tudo bem, será que agora podemos ir? - Pede.
 
  - Claro, mas antes eu quero saber o que ele fez. - Falo. 
 
  - Ele brigou em um bar e quebrou bastante coisas no lugar. Tentei convencer o dono a não dar queixa, mas não consegui. - Explica.
 
  Começo a pensar em como vou tirar esse merda da cadeia, então me ocorre que o senador em sua campanha eleitoral, fez o filho ir para o Iraque. Graças a deus não votei em nenhum político esse ano.
 
  - Senador, seu filho serviu o nosso exército por dois anos seguidos no Iraque? - Pergunto.
 
  - Sim, porque? - Ele pergunta.
 
- Porque eu acabo de descobrir como vamos tirar ele da cadeia. - Falo.

   Eu saio do edifício a tempo de pegar o elevador com Elliot, o senador logo o reconhece e ambos começam a conversar sobre negócios. Mesmo com toda a conversa Elliot me parece entediado e a ponto de sair correndo desse homem.

  Quando o elevador chega no térreo, eu entro no carro da empresa que tem o motorista a minha disposição e vamos para a delegacia. O filho do senador já se livrou de várias queixas na delegacia, por isso podemos pagar fiança. Infelizmente não podemos nos livrar de um tribunal.

  Depois de pagar a fiança estipulada  em 10 mil dólares, eu saio acompanhada do pai dele e do próprio verme. Como uma pessoa que passa um tempo na cadeia consegue sair com um sorriso no rosto? Esse filho da puta deve ter se sentido em casa.

  - Ella que saudade. - Fala. 

  - Não posso dizer o mesmo. - Respondo.
 
  - Mas pra que falar assim com um amigo? - Pergunta rindo.
 
- Não somos amigos. - O lembro. - Você é um problema, e uma maldita dor na bunda. Mais uma dessas e não poderá sair da cadeia, não sem antes um julgamento.

  - Tranquilo, eu prometo me manter longe dessas merdas. - Fala.
 
  - É bom mesmo, eu não quero que você saia de casa pela próxima semana.- Falo. - Se vou livrar a sua cara, não quero nada me atrapalhando.

  - Você quem manda. - Responde.
 
  Depois de ajudar eles eu volto para o carro e toco para o meu restaurante favorito. Estou morta de fome e eu não quero perder meu almoço por causa de um cliente de última hora.

  Infelizmente para mim quando eu chego ao restaurante encontro meu pai sentado conversando com alguns amigos. Assim que me vê ele acena na minha direção e eu me vejo obrigada a ir até lá.

  - Filha que bom te ver aqui. - Fala, o mesmo tipo de voz que ele usa desde que descobriu que sou filha biológica dele.
 
  - Bom te ver também. - Falo, sorrindo desconfortável com a situação.

  - Não sabia que tinha uma filha tão bonita. - Fala um dos homens.

- Obrigado. - Falo a contra gosto. - Por mais divertido que esteja aqui eu tenho que deixar vocês a sós, marquei com um cliente aqui.

- Oh que pena, fica para uma próxima. - Diz meu pai.
 
- Fica para uma próxima. - Sorrio e me afasto.

Pego o celular da minha bolsa e mando uma mensagem para Maria, quero que ela encontre o tal do Elliot e veja se ele pode vir almoçar comigo agora.

Maria: Senhor Elliot disse que chega aí em 5 minutos.

E com a resposta dela eu sorrio aliviada. A espera nunca foi o meu forte, gosto das coisas feitas na hora e nunca deixo nada para depois. Por isso que a cada minuto que passa eu fico mais impaciente.

  - Até que foi rápido esse almoço. - Diz uma voz atrás de mim.
 
  Me viro e dou de cara com Elliot sorrindo todo convencido. Por mais que queira negar, o maldito é lindo mesmo.