A primeira vez que leio algo de minha mãe, e ela me diz que não posso sair do meu mundo, isso é realmente maravilhoso.
-Então se eu me apaixonar por um huma...
-Você sofrerá. - Meu pai completa minha fala e eu fico parada, apoiada em sua cama.
-Mas e essa questão do passado e o futuro? - Perguntei e ele me olhou como se eu fosse morrer.
-Você terá que juntar as duas espadas, a primeira e a espada original retirada de seu próprio mundo. - Ele me fala guardando tudo de minha mãe.
-Que espada pai? - Eu pergunto me apoiando na cama e tocando suas costas.
-Como você nunca foi para a superfície e não conhece nenhum humano, então não preciso te falar sobre a espada. - Ele me olha e me abraça. -Eu não quero que sofra Ariel, por essa razão eu te prendo aqui. Agora entende a razão das minhas ações? - Ele segura meu rosto e eu fiz que sim com a cabeça.
-Eu preciso dormir. Boa noite pai. - Dou um beijo em sua bochecha e nado para fora do quarto, entro em minha concha e fico deitada, sinto minha calda formigar e vejo que ficou vermelha.
A calda sabe o que está acontecendo e ainda me faz lembrar do humano pelo qual eu me apaixonei, e tenho certeza que ele sentiu o mesmo. Fiquei me revirando o tempo inteiro até que consegui adormecer.
* * * * *
-Bela? - Me viro e vejo ela parada ao lado de um homem alto, seus cabelos atingiam seus ombros e eu sentia seu cheiro, igual ao cheiro de Eric, mas o de meu amor era muito mais forte.
-Você precisa escolher, seu amor ou sua descendência? - Aquela pergunta fez eu me lembrar do diário de minha mãe, aquela situação me fazia escolher...
* * * * *
-Pequena! - Ouvi uma voz baixa do lado de fora e me levantei devagar, abri a concha e Azul e Caranguejo ao lado de fora, eles são meu melhores amigos.
-Olá meninos. - Eles sorriram e se entreolharam.
-Você soube o que seu pai fez ontem a noite? - Azul se aproxima com uma voz de preocupação.
-Ele derrubou mais um navio. - Sai da concha e a fechei.
-Mas não era um barco qualquer Pequena. - Caranguejo falou me chamando a atenção.
-Como assim? - Peguei Caranguejo no colo e Azul me acompanhou para o pátio do castelo.
-Era o barco da realeza Pequena. - Azul fala nadando ao meu lado, ele é um peixe pequeno, tem listras azuis e amarelas intercaladas e ainda é bem jovem, ele sempre me chamou de Pequena, pois sempre fui a menor entre as sereias, e ganhei o apelido de Pequena sereia.
-Da realeza dos humanos? - Parei bruscamente e olhei o Caranguejo que agora estava fazendo que sim com a cabeça.
-Eu e Caranguejo ouvimos dizer que o príncipe Eric estava voltando para sua terra natal, para ficar no lugar de seu pai. - Azul suspirou. -Mas parece que a tempestade de ontem pode ter...
-Como ele é? Esse príncipe? - Perguntei me lembrando do humano que eu havia salvo.
-Alto, cabelos pretos, corpo magro, e dizem que é muito bonito. Por que a pergunta? - Caranguejo ainda em meus braços, pois estávamos metros a cima das profundezas do mar.
-Talvez ele não estava tão mal...
-O quer dizer com isso? - Azul se aproxima.
-Luisa fez eu ir na superfície, na hora que meu pai provocou o naufrágio... - Os dois arregalaram os olhos.
-Seu pai...
-Meu pai não sabe de nada caranguejo. - O olhei e eles deram um suspiro de alívio.
-E qual era a situação? - Caranguejo continuou.
-Para mim era horrível, mas vocês sabem que Luisa se alimenta dos mortos, então ela amou o que havia acontecido. - Voltamos a nadar, e agora nós estávamos indo em direção da sala de jantar do castelo.
-Não havia ninguém... - Azul fala com um tom preocupado, era incrível o amor dele pela vida, mesmo se não fosse pela raça dele.
-Enquanto Luisa se alimentava, ela encontrou um que ainda tinha batimentos... - Minha calda ficou vermelha por completo e os dois me olharam.
-E você se apaixonou por ele. - Caranguejo falou na lata e acertou. Balancei a cabeça que sim.
-E você não contou para o seu pai? - Azul da uma volta por mim, olhando a calda que a essa hora estava voltando a cor normal.
-Não posso...ainda mais que descobri... - Lembrei do diário de minha mãe.
-Não me diga que tem uma maldição nesse meio. - Caranguejo sempre esperto e sabendo de tudo, ele bufou e colocou sua garra na cara. -Por qual razão sempre tem que existir algo que impeça um amor?
-Sempre me surpreendo com sua esperteza Caranguejo. - Falei levantado ele, ele me olhou e fitou minha calda.
-Que maldição é essa? - Ele pergunta se apoiando em minhas mãos.
-Para que você quer saber? - Azul se aproxima de Caranguejo. -Você não vai poder ajudar, ou vai?
-Curiosidade não mata sabia? - Caranguejo responde firme e ríspido.
-Meninos! Parem com isso. - Falei advertindo-os. -Não ha nenhum problema em eu contar Azul.
Os dois me olharam, nadamos de volta para o fundo do mar e coloquei Caranguejo no chão, os dois se ajeitaram e eu sentei em uma pedra que havia no jardim, não daria para conversar sobre aquele assunto dentro do castelo.
-Minha mãe lançou a maldição da Dama...
-Negra... - Caranguejo termina minha frase e coloca sua garra na boca como se fosse pecado pronunciar aquelas palavras.
-Não me diga que você sabe que maldição é essa? - Falei me virando para ele.
-Meu avô foi muito amigo de seu pai Ariel, e foi ele que me disse sobre tudo da maldição, mas vou resumir, pois é muito grande a história. - Ele sobe em uma pedra ao lado da minha e se apoia em mim. -Você será a primeira Dama se ficar com um humano, ele se transformará em fera, e você terá desejo de mata-lo, a espada será sua companheira e o único jeito de acabar com isso e juntando as espada mais importantes, a primeira que é a sua e a espada que foi retirada de seu mundo para salvar o amor que ali foi estabelecido, você é o passado e a outra espada é o...
-Futuro. - Terminei sua frase, lembrando do que minha mãe tinha escrito.
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Quando a vida mostra que não podemos ir contra algo mais forte.Votem e comentem, não sejam leitores fantasmas.
Bjs
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Me Apaixonei por um Humano - Repostando por pedidos
Short StoryEle tocou minha calda, minhas escamas se levantaram me dando um arrepio, seus olhos azuis me olhavam por inteira, sua curiosidade por mim era bem clara, mas por ser filha da feiticeira, ele virou a fera. Meu coração se despedaçou quando a espada sur...