Quatro

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A não, a não, a não. Eu poderia dizer que EU estava tentando investir no Matt, mas, sejamos sinceros, e se o Matt não quiser investir em mim? Quer dizer, talvez ele queira ser só meu amigo. Mas mesmo assim, eu não quero me precipitar. Acabei de chegar aqui, e já tenho um pretendente. Isso não é certo. Talvez eu devesse ser sincera com o Shawn:
— Na verdade, tem um garoto. Mas nada confirmado que ele goste de mim, sabe… só, não sei.

— Então eu tenho um concorrente? - ele perguntou com um sorriso meigo no rosto. Aí Meu Deus, não sorri assim pra mim garoto, por favor.

— É, pode se dizer que sim. - eu disse rindo, e ele me acompanhou.

— Bom, e se eu fizer algo para você? - ele propôs. Lá vem confusão, tô sentindo.

— Como o que, Shawn Mendes? - eu perguntei.

— No próximo fim de semana, vai ter um festival de música. Você quer ir comigo? - ele me olha, esperando a resposta, enquanto para no sinal vermelho. Então era essa a “surpresa”? Eu esperava mais de você, Shawn.

— Claro, por mim está ótimo! Você me busca que horas?

— As sete, pode ser? - ele pergunta com um brilho nos olhos. O sinal já abriu, mas ele ainda não andou.

— Claro. Mas Shawn, acho melhor a gente andar, senão vão nos linchar aqui. - falei ao escutar as buzinas atrás de nós.

Fomos o caminho conversando, e quando chegamos no dormitório, estávamos muito íntimos. Rindo de alguma idiotice que ele falou, entramos no quarto e vimos todos com a maior cara de tédio:

— Quem morreu? - perguntei

— Ninguém, mas morrerá se alguém não me der comida. - Nash falou. Apenas revirei os olhos e joguei o saco com os hambúrgueres para eles.

Voltei a me sentar na cama, onde o Matt ainda estava. Ele virou para mim, sorriu (e que sorriso), e disse:

— Então, vamos a Disney semana que vem? - perguntou animado.

— Desculpa Matt, vou sair com o Shawn. - disse. Pude ver seu sorriso murchar, e o brilho de seus olhos serem substituídos por outra coisa que eu não consegui decifrar. Mágoa, talvez?

— Ah.

— Mas domingo eu estou livre, o que você acha? - perguntei. Eu queria muito sair com ele, conhecê-lo melhor. Mas então seus olhos se tornaram pedras de gelo, e com um levantar de ombros mostrando pouco caso, disse:

— Não. Não foi uma boa ideia essa da gente sair. Você não faz muito meu tipo mesmo.

Senti meu coração sendo partido em mil pedaços, e meus olhos se encheram de água. Eu não podia chorar, não na frente dele. Abaixei a cabeça e sequei meu rosto, pois uma lágrima maldita tinha caído.

Por um milagre divino, Shawn se senta do meu lado e sorri para mim. Mas assim que percebe meus olhos marejados, seu rosto se transforma em puro pânico, e questiona:

— O que foi, Ali? Aconteceu alguma coisa? Por favor, me conta. - ele disse apertando minha mão carinhosamente.

— Está tudo bem, meu lindo. - forcei um sorriso. - Só lembrei da minha família, sinto saudades de lá.

— Linda, não precisa chorar. Eu sei que é difícil, mas eu estou aqui com você. - ele me lança um sorriso meigo. É então eu começo a chorar mais. Por que eu não podia simplesmente gostar de alguém como o Shawn? Alguém que gostasse de mim, que não mudasse de opinião de uma hora para outra. Sinto o olhar de Matthew em nós, e não demora muito até ele se pronunciar:

— Será que tem como vocês ficarem de amorzinho em outro lugar? Ninguém merece. - ele resmunga, parecendo bravo.

— Cala a boca, Espinosa. - Shawn joga um travesseiro nele, e eu quase peço para ele jogar uma pedra também.

Depois de todos comerem, Matt foi o primeiro a ir embora, alegando que precisava buscar a irmã no aeroporto. Meia hora depois é todos já tinham ido embora, menos Shawn. Me encostei em seu peito, enquanto ele fazia carinho em meu cabelo. Estava tão gostoso, eu estava quase dormindo. Mas então ele disse:

— Sabe, eu to escrevendo uma música.

— Jura? Que incrível! Pode cantar pra mim? - perguntei. Fiquei mega curiosa para escutar a voz dele.

— Tudo bem, mas só um verso, e depois você vai dormir, ok? - ele disse, percebendo o meu estado.

— Combinado! - sorri e ele me devolveu o sorriso.

— And I don't even know your name, all I remember is that smile on your face and it'll kill me everyday. Cause I don't even know your name… - ele cantou com uma voz extremamente doce e linda. Ainda apoiada em seu peito, meus olhos se fecharam, e quando eu estava quase dormindo, ouvi-lo dizer - Boa noite, meu anjo.

DOMINGO

Acordei com a claridade na minha cara. Argh, Madison esqueceu de fechar a janela. De novo. Olhei para sua cama e a vejo dormindo de boca aberta, babando. Penso até em tirar uma foto pra mandar pro Jack, mas me lembro de que não tenho seu número. Estava tudo muito normal, até eu tentar me mexer e perceber que tem braços me envolvendo. Olho para a direção do corpo, e percebo que é o Shawn. Por que ele tá aqui?????? Ah é, eu dormi no braço dele. Isso explica muita coisa. Enquanto penso em um jeito de levantar sem que ele acorde, percebo que é tarde demais. Olho para seu rosto e vejo seus olhos se abrindo devagar. Quando sua visão se foca em mim, abre um maravilhoso sorriso. Beija meu nariz e diz:

— Bom dia, flor. Desculpe ter dormido aqui, mas eu não queria te acordar. Você estava dormindo, com um rostinho tão lindo, não fui capaz de te acordar. - ele assumi. Shawn Mendes consegue ser fofo até de manhã.

— Não tem problema, Mendes. Só sinto muito por você ter que olhar pra minha cara de ogra  a essa hora da manhã. Meu cabelo deve tá um ninho. - digo rindo.

— Claro que não. Você é linda de qualquer jeito, a qualquer hora, Alice. - ele responde. Quando eu ia responder, a Madison ronca muito alto. Eu e o Shawn começamos a rir muito, e ela acabou acordando e nos olhou com cara de bunda.

— Tudo bem, eu posso te levar até a porta, se você quiser. - eu disse a Shawn, enquanto me levantava.

— Tudo bem. - ele disse, também se levantando. Ele deu um beijo na testa da Mad, calçou seus sapatos e saiu. Quando eu ia sair, minha colega de quarto falou:

— Hummmm… você é o Shawn, né? Super shippo! - ela disse batendo palminhas.

— Para de me shippar com todo mundo, garota! - eu disse rindo, e ela deu de ombros.

Fomos caminhando pelo pátio, conversando sobre várias coisas sem sentido. Ao chegarmos na porta do colégio, ele se virou para mim, sorriu e disse:

— Essa noite foi incrível. Espero que você ainda tope sair comigo.

— Claro! Nada mudou, Mendes. - eu disse sorrindo. Ele me abraçou, e quando eu ia dar um beijo em sua bochecha, ele virou a cabeça para falar alguma coisa. Acabamos dando um selinho. Ele sorriu para mim, enquanto eu queria me afundar no chão. COMO VOCÊ SAI BEIJANDO O GAROTO ASSIM, SUA LOUCA?! Nos despedimos e ele foi embora.

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