Capítulo 23- Pillowtalk

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                      - CAMERON -

"Ficar na cama o dia todo, cama o dia todo, o dia todo
Transando com você e brigando.
É o nosso paraíso e é a nossa zona de guerra
É o nosso paraíso e é a nossa zona de guerra
Conversa de travesseiro
Minha inimiga, minha aliada" Pillowtalk- Zayn

Agora são exatamente dez horas da manhã e a única coisa que eu sei fazer desde as nove é encará-la, observar suas costas nuas, subirem e descerem conforme respira calmamente e dorme.

Levantei-me apenas para escovar os dentes e lavar o rosto, mas não consegui me mover desde então, pois uma de suas pernas está perfeitamente encaixada na minha cintura, sua bochecha rosada com algumas sardas perdidas por ela está amassada no travesseiro branco e sua boca avermelhada se encontra num bico maravilhoso.

A minha vontade de acordá-la só para beijar essa boca gostosa é enorme, mas eu quero mostrar que me importo com ela, além de sentimentos carnais, não há nada que essa garota não possa me convencer a fazer.

E eu estou tentando por ela.

Maren puxa o ar de uma vez e me olha assustada, sorrio para ela.

- Que horas são?- passa as mãos pelos cabelos bagunçados- perdemos a aula. Merda!

- Relaxa, princesa- digo grudando seu corpo no meu- os testes já acabaram. O baile de formatura é a semana que vem e nós vamos finalmente nos formar.

- Você- responde- eu ainda tenho mais um ano- rola os olhos de um jeito engraçado- espero que eu tenha passado em tudo.

Rio interiormente.

Maren é uma das garotas mais inteligentes que já conheci, é irônico seu medo de não ter sido aprovada. Isso é basicamente impossível.

Sempre me esqueço que ela ainda tem mais um ano para se formar.

Deus, eu esperaria para fazer uma faculdade por ela, mas ainda preciso me acostumar com essa ideia absurda. Mamãe sempre me encheu para que eu prestasse uma prova para passar em alguma das faculdades da Flórida, decidir o que fazer quando não se quer fazer nada pode ser realmente uma grande merda.

- Por Deus, princesa!- digo grudando minha mão na sua bunda, ela solta um gritinho abafado e eu só consigo rir- estamos desperdiçando tempo falando sobre o Colégio, não acha?

- Uhum- ela murmura com a boca no meu pescoço, arrepiando-me- Cam?

- Hum?- respondo distribuindo beijos molhados pelo seu rosto.

É tão gostoso e tão mais leve agora.

- Estamos bem, certo?- pergunta e eu encaro seus olhos azuis, cheios de pura sinceridade e medo.

Talvez compartilhemos do mesmo medo.

O medo de que algum de nós dois estrague tudo isso.

Eu sei disso, pois vejo nos olhos dela o quanto quer que eu diga que está tudo bem, que estamos bem e que vamos ficar bem por muito tempo.

- Sim- respondo, pressionando minha boca contra a sua, descendo as minhas mãos para base das suas costas, sinto seus pelos se eriçarem com meu toque e isso me deixa orgulhoso para porra- tão linda, princesa.

Ela ri e se vira, encaixando suas pernas na minha cintura, sinto sua intimidade tocar minha barriga, agarro sua cintura e puxo-a, sua pele gostosa e macia grudada na minha, minha boca e minha língua invadindo-a sem dó, se essa garota soubesse o quanto ela mexe comigo e com meu psicológico, ela nunca mais dormiria sem roupa na minha maldita cama.

Seus cabelos pretos caem-lhe sobre os olhos, enquanto sua boca aberta murmura algumas coisas quase inaudíveis.

Desço minha boca até sua clavícula e a minha mão direita apenas brinca com o meio das suas coxas, minha garota já está molhada e de uma maneira hipócrita eu me sinto orgulhoso para porra por dar prazer a ela.

- Cam- ela murmura contra a minha boca- podemos...- agarra a minha mão- só conversar?

- Ahn?- ergo uma sobrancelha e a tiro de cima de mim, segurando sua cintura e colocando-a de lado, a minha frente.

- Conversar- ri de um jeito tão gostoso que me arrependo de ter parado.

Murmuro afirmativamente e Maren encosta o corpo no meu, deitando a cabeça no meu ombro e olhando para mim.

Tão desajeitada e tão linda.

Sinto a palma das minhas mãos suarem e talvez essa merda seja algo relacionado a paixão ou algum sentimento idiota.

- Você tem planos pra faculdade?- pergunta, ergue as mãos e brinca com elas para descontrair.

- Eu não sei. Por que você está...

-  Shh, não estraga- me corta.

Maren vira de barriga para baixo e apoia a cabeça na mão, é uma merda ter essa garotinha me encarando.

Ela parece conhecer cada expressão minha e um deslize me entrega completamente, algo com a maneira como ela me define, me faz gostar ainda mais dela.

- Tudo bem. Vou focar na carreira de modelo. O que acha?- pergunto mesmo sabendo que não é essa resposta correta para Maren.

- Você é gostoso, baby- responde rindo pelo nariz- e já é famoso e já tem dinheiro. Quero saber, de verdade, o que você gostaria de fazer.

O que eu gostaria de fazer?

Não é tão fácil responder uma pergunta que nem eu mesmo faço ideia, nunca consegui me encaixar em alguma coisa, nunca me imaginei num escritório ou fazendo ligações importantes. Acho que não fui feito para dar certo em nenhum teste de aptidão.

- Talvez eu fizesse filosofia- respondo.

- O quê?- ela enfia o rosto no meu pescoço e engasga com a própria risada, a mesma contra a minha pele faz-me arrepiar- me desculpa, mas... Você? Eu nunca te imaginaria dentro de uma sala de aula falando sobre Sócrates!

Curvo minhas sobrancelhas e acaricio a pele macia da sua cintura, percebo os pelos descoloridos dela se eriçarem.

- O quê combina comigo, princesa?

- Você deveria fazer medicina. Algo na ala da psiquiatria- diz séria.

Sério, princesa?

Psiquiatria.

Por que diabos eu faria isso?

Deixaria as pessoas ainda mais problematicas do que eu.

- Não. Você está brincando comigo?- respondo.

- Não... Talvez poderia te ajudar, sabe? Eu sei que você pode se controlar, ajudaria também pessoas, sendo alguém que já passou por isso, entende? Os médicos sempre dizem o que devemos ou não fazer, principalmente relacionados a parte psicológica, eles podem nos dizer como é e como tratar uma crise de pânico, mas nunca passaram por aquele terror de fato. Faz sentido?- diz, pausando entre uma frase e outra para pensar sobre o assunto.

- Isso é algo que eu ainda preciso trabalhar- digo com a mão na testa-mas não vou descartar essa possibilidade.

- Obrigada- sorri para mim.

- E você?- pergunto.

- Ah, você me chamaria de estúpida- esconde o rosto entre as mãos.

- Não, princesa-  abraço-a e beijo seu pescoço, desejando não parar mais.

- Eu gostaria de fazer serviço social... Alguma coisa que eu não precisasse receber por isso. Como trabalhar em um orfanato só meio período, se a minha carreira como modelo der certo, não tem o porquê querer mais dinheiro, só terei um motivo para usá-lo melhor.

Sorrio.

O coração dessa garota nem deveria caber dentro do peito dela, porque admito que jamais teria pensado em uma coisa assim.

Fico observando-a, sua cabeça levemente virada e apoiada na mão, sua boca avermelhada e um pouco inchada se encontra em um bico muito gostoso, que me dá vontade de beijar e seus olhos azuis, em alguma confusão, me encaram profundamente, ela parece olhar em algum ponto fixo entre meu ombro e meu pescoço.

- Por que você está me olhando assim?- pergunta- eu disse que você ia me achar esqui...

- Não- puxo ainda mais seu corpo para mim, como se isso fosse possível- porque você é perfeita.

As maçãs do rosto de Maren coram violentamente.

- Você é até que aproveitável- sussurra ao pé do meu ouvido.

- Então você quer?- pergunto.

- O quê?- susurra novamente, a boca ainda colada na minha pele.

Ela completamente sabe do que estou falando, mas quer que eu diga,

- Você quer aproveitar?

- Cam, você vai se enjoar de mim em dois dias desse jeito- diz, fazendo uma careta enjoativa.

- Impossível- respondo ficando por cima dela, minha boca saboreia cada pedaço de pele do seu pescoço e clavícula, fazendo o que bem entendo.

- Ah Deus- ela agarra minhas costas e gruda o corpo no meu, provocando-me com movimentos regulares de seu quadril contra a pele da minha barriga.

(...)

Minha garota levanta da cama, completamente nua e pela primeira vez noto algumas sardas espalhadas por suas costas.

- Vou pegar alguma coisa para comer e...- vira a cabeça de lado, se virando de frente para mim, com a mão na cintura- você pode parar de olhar para a minha bunda e prestar atenção no que eu tô falando?!

- Ahn?- murmuro, tirando os olhos do seu corpo delicioso.

- Você não presta- ri e cruza os braços em frente aos seios.

Ela se agacha para pegar a blusa jogada no chão e eu apenas me arrasto até a ponta da cama para observar essa visão.

- Não estou achando...- emburra.

- Talvez o destino não quer que você a use- respondo rindo.

- Engraçadinho. Me devolve- seu rosto virado para mim, uma sobrancelha erguida, como se ela conseguisse fingir braveza diante de mim.

- Não tá comigo, princesa.

- Não jogue mais as minhas coisas no chão! Eu nunca acho!- responde irritada, levantando.

Rio de Maren procurando sua blusa, toda atrapalhada e linda.

- Achei- ergue a blusa vermelha larga, que vai até metade de suas coxas e a coloca rapidamente.

Ela sai to quarto e escuto seus pezinhos descendo a escada de mármore, deposito minhas mãos sobre a testa e respiro fundo.

Ah Deus, estou completamente enlouquecido por essa baixinha de cintura marcada, lábios carnudos e cabelos curtos, que eu puxo sem dó quando nos beijamos, e ela ama isso.

Pego meu celular e entro no Snapchat, avisando do começo dos ensaios.

Vejo a história de Nash por curiosidade.

Bem, ele ainda é meu amigo.

Na realidade Nash Grier foi o melhor amigo que já tive, porra, um cara que estava comigo para todas as merdas da vida, até que Elena surgiu.

Ela era (é) tão inocente e tão bonita, estava no começo do segundo ano quando entrou na escola, seu jeito engraçado de sorrir fez com que me apaixonasse em um estalar de dedos, Nash sabia disso.

Ah, como ele sabia!

Nos beijamos várias vezes no mesmo local, perto da arquibancada, quando os jogos de Lacrosse acabavam nós nos escondiamos no meio delas e ficávamos nos beijando por minutos, eu estava completamente apaixonada por aquela menininha linda.

Falava dela para o Nash, conversávamos sobre a mudança de humor que ela havia provocado em mim, ele dizia que estava feliz por nós.

Nunca soube e nem sei como agir com garotas em uma espécie de relacionamento, não entendo se devo dar presentes, flores, chocolates ou apenas um "Eu te amo", porém ele pareceu saber como tratar Elena.

Nash é um puta cavalheiro quando quer.

E eu não sou merda nenhuma disso.

Só jurei toda a porra do meu amor para Elena e percebi que ele dava em cima dela todos os malditos dias, no seu aniversário eu planejei uma festa surpresa sozinho, comprei um anel e estava pronto para dar a ela como algo compromissado, mesmo que seus pais já  soubessem e minha mãe aprovasse totalmente o nosso namoro, queria mostrá-la algo sério pela primeira vez.

Elena estava estranha comigo naquele dia.

Queria esperar um tempo da festa para que todos chegassem e lhe dar o anel.

Decidi procurá-la pela casa, olhei por todos os lados.

E por último fui no quarto da minha irmã que tinha morrido de acidente há poucos meses.

Ninguém podia entrar ali, tocar as coisas da minha irmã, ainda era muito recente toda a tristeza, então mamãe nem entrava lá, porém decidi abrir a porta, eu perdoaria Elena se tivesse entrado sem ter consciência disso.

Mas não Nash.

Eles estavam transando na cama da minha irmã.

Eu não consegui ficar tão bravo.

Nunca tinha visto Elena nua, nós dois não tínhamos feito alguma coisa ainda, estava esperando dar o anel a ela, porque desconfiava que fosse virgem e não queria pressiona-la a nada.

Senti-me um burro.

Idiota.

E simplesmente parei de acreditar no amor naquele momento, jurei que nunca mais proclamaria amor por alguém.

Corri e fingi não ver nada daquilo.

Terminei com Elena dois dias depois.

A história contada foi completamente diferente.

O garoto merda terminou com a garota apaixonada por ele sem motivo.

Decidi sujar a minha imagem e deixá-la impune disso.

Nash veio me perguntar no intervalo qual era meu problema e por que tinha magoado Elena.

Eu só consegui jogá-lo no chão e bater nele.

Levei suspensão e Nash alguns pontos.

Então quando Maren surgiu, eu vi a forma como Nash olhava (olha) para ela.

Enlouqueci completamente.

A queria longe de mim, não poderia me decepcionar de novo, o amor não existe para mim, não ainda.

Ele a beijou.

Eu tive toda razão para ficar puto.

Eu a queria muito.

Eu a quero muito.

Ontem eu decidi apostar todas as minhas fichas nela.

Foda-se se alguém pisar na bola nessa merda, vou aproveitar cada segundo com ela.

Vou continuar apostando e quero que nós dois ganhemos nisso.

- Hey. Voltei- diz, pulando na cama e me entregando uma torta com chocolate.

- Temos fotos amanhã- rolo os olhos.

- Ah qual é?- me dá um empurrãozinho- finja felicidade, Sierra acha que estamos hiper amimados para isso.

- Você vai me animar- aproximo-me dela e beijo seus lábios por alguns segundos.

- Aham- responde sorrindo.

- Não desista de mim, princesa- falo tirando toda a maldita sinceridade de dentro de mim.

Maren segura meu rosto entre as mãos e acaricia minha bochecha de uma forma engraçada.

- Eu nunca faria isso- diz.

- Obrigado.

...

heeey babies, como vocês estão?

Capítulo meloso, maaas espero que tenham gostado ♡

Love u, Ana.

Defina-me - Cameron Dallas Onde histórias criam vida. Descubra agora