Capítulo 8- Adventure

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"É como o sentimento de quando você está prestes a arrasar
Arrisque mais uma vez
Você sabe que vai acertar
Tem algo no ar
Tem algo no ar
Algo grandioso, eu sinto que está acontecendo
Algo fora do meu controle Me empurrando, puxando e me agarrando Sinto em meus ossos" Something Big- Shawn Mendes

- MAREN -

Já parou para pensar que talvez você não sinta o que realmente deveria sentir?
Sentir. Essa palavra já se tornou frequente no meu subconsciente nos últimos 10 minutos.

Nos últimos dez minutos deitada olhando para o céu e sentindo o cheiro da grama.
O garoto ao meu lado não fez questão de se explicar e muito menos de dizer o motivo pelo qual me trouxe aqui, porém ele conseguiu fazer com que eu sentisse e quando se sente não é necessário mais nada.

Começo a pensar que tudo teria sido diferente se a palavra não estivesse presente quando Lola me apresentou à Gina.
Eu não teria conhecido nenhum desses garotos e muito menos as minhas melhores amigas.

- Princesa?

Viro-me de lado e o encaro, agora ele também está virado para mim, olhando em algum lugar no fundo dos meus olhos e eu apenas continuo a olhar em sua íris cor de areia.

- Você aceita me acompanhar essa noite?- pergunta e eu franzo o cenho confusa.

- Acompanhar?

- É... fazer alguma coisa de interessante para sair da monotonia.

Solto uma risada, quase alta demais, mordo o interior da bochecha e finjo pensar muito a respeito; levanto-me e passo as mãos nas pernas rapidamente, tirando os resquícios de grama delas, estendo a mão para ele, que a pega rapidamente e se levanta.

- Onde nós vamos?- pergunto.

Ele ri e nega com a cabeça como se dissesse que não irá me dizer tão cedo nosso destino.

Ele anda até uma parte do morro, onde estamos, até chegar no fim dele.

- Vai fazer o que? Pular?

Ele apenas se vira e sorri para mim, descendo e desaparecendo da minha visão.
Grito seu nome e ele não me responde, passo as mãos no cabelo impaciente.
Começo a desesperar-me e corro até lá para vê-lo.

- Desce!- ele grita lá debaixo.

Avisto uma escadinha de ferro fixada na parede de pedras do morro, então me viro e encaixo os pés em uma barra dela, agarrando o metal logo acima com as mãos e descendo devagar.

- Já tá quase no fim- diz e eu concordo com a cabeça, centrada em não cair daqui e morrer.

Coloco os pés no chão e bufo de alívio.

Observo o lugar a minha volta e chego a conclusão de que estamos em uma espécie de cortiço.
Escuto barulhos, conversas, músicas e risadas.
As luzes das casinhas acesas me trazem uma nostalgia inexplicável.
As casas são as mais simples possíveis e meu coração de gelatina se aperta com a cena de uma criança chorando com um brinquedo quebrado nas mãos; lembro-me de quando eu rasguei uma da fitas que a minha mãe usava para as apresentações e meu pai apertou meu braço tão forte, mostrando a arte que fiz, que a marca de seus dedos ficaram na minha pele branca por mais de uma semana.

Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e eu caminho até aquela criança.

- Ei...- sento-me no chão sem me importar de sujar minhas roupas- qual seu nome.

- Crystal- responde olhando para mim e tentando enxugar as lágrimas.

Vejo Cameron se aproximar e sentar-se ao meu lado.

Defina-me - Cameron Dallas Onde histórias criam vida. Descubra agora