Gio havia sido levada pelo cara da jaqueta, Hanna, Paulo, Pedro e Bruna estavam mortos e Jor estava presa.
Com as luzes acesas resolvemos descer todos juntos para verificar as câmeras de segurança. O gerente nos acompanhou novamente até a pequena sala onde elas ficavam, só que mais uma vez, o cara da jaqueta estava um passo na nossa frente. As filmagens da noite toda foram roubadas. No monitor só podíamos ver chuviscos, porém uma câmera que normalmente fica escondida, flagrou o cara passando pelas escadas e indo para a garagem. Não pensamos duas vezes antes de descer.
Não haviam muitos carros ali, até porque o hotel não era um dos melhores. Pra falar a verdade, nunca vi nenhum outro hóspede, além de nós, nos corredores.
- Tá legal. Por onde a gente começa? - Perguntou Bug.
- Não faço a menor ideia. - Disse Couey.
Resolvemos subir novamente.
Quando passamos pelo portão da garagem alguma coisa foi acionada e começou a liberar um gás. Cobrimos os narizes e corremos para o elevador, que era o único lugar que não tinha o gás formando neblina. Subimos para o sétimo andar, e entramos no quarto.
- Que droga foi essa! - Falei. Senti meu celular vibrar. Tirei ele do bolso, uma mensagem havia chegado.
"Vamos ver quem está acordado"
- Não entendi. - Falou Bug.
- Com certeza tem alguma coisa a ver com o gás. - Respondeu Chii.
- Talvez seja algum tipo de sonífero. - Falei.
- Isso mesmo, Kel. O cara da jaqueta talvez queria colocar todos para dormir. - Falava Couey. - Vamos esperar algum tempo pra sair.
Desta vez o celular de Couey tocou. Ele atendeu, seu rosto ficou tomado de preocupação, e deixou o aparelho cair na chão.
- O desgraçado está com minha mãe. - Disse ele com lágrimas nos olhos.
Couey pegou uma faca na cozinha e abriu a porta do quarto.
- Couey, não pode sair. O cara vai te matar! - Berrou Chii.
- Não Chii, dessa vez quem morre é ele. - Respondeu ele corajoso. Chii tentou segurar seu braço, mas o garoto deu um puxão.
Assim que Couey passou pela porta, e olhou para os lados, foi atingido por um tiro bem na cabeça. Chii deu um grito e Bug correu para fechar a porta. O rosto da garota estava com respingos de sangue. O celular de Couey ainda estava no chão, e a pessoa que ligou ainda estava na linha. Peguei o aparelho e botei no ouvido.
"Querido me tira daqui. Ahhhhhh!"
De repente comecei a ouvir risadas. A mulher estava rindo.
"Seu sonso, agora minha saia está toda suja."
Uma gravação. O cara tinha conseguido esse áudio em um vídeo que a mãe de Couey havia postado nas redes sociais dela. Talvez Couey não tenha ouvido até o final. Mostrei a ligação pros outros, e naquele momento eu só tinha certeza de uma coisa: Nós íamos morrer.
Mais tarde, Chii estava no banho, Bug estava na cozinha sentado na mesa olhando para o nada e eu fui para o quarto. Não queria que eles me vissem chorar. Me sentei na cama e coloquei tudo pra fora. Eu não suportava mais a sensação de insegurança. Me deitei e fiquei olhando pro teto até adormecer. Tive um sonho muito estranho, mas não me lembro com o que era. Me sentei na cama, ainda sonolento. Nossas malas estavam no chão, e a minha estava aberta. Fui até ela e abri. Meu coração disparou na mesma hora, a jaqueta com símbolo do assassino estava ali. Mais de perto eu pude reparar melhor naquele desenho. Era um círculo com uma rosa dos ventos dentro.
Fui para a sala e vi Bug vendo TV, Chii ainda estava no banho.
Bug me encarou quando cheguei com a jaqueta nas mãos.
- O que é isso, Kel? - Perguntou ele assustado.
- Estava na minha mala. Bug, acho que eu sou o próximo. - Respondi.