Tá legal. Resumindo: Chegamos em Bruxelas para o Tomorrowland, e agora tem um assassino, maníaco, psicopata atrás de nós.
- Qual das duas vocês acham que... Vocês sabem. - Disse Lais.
- Não faço a menor ideia. Não quero pensar nisso. - Falei.
- O Kel estava certo. Não podemos nos separar. O "cara da jaqueta" só vai matar a outra que sobrou se ele pegar outro refém. - Chii passou as mãos no cabelo. - Eu não quero morrer.
- Calma, Chii, vai ficar tudo bem. - Disse Bug abraçando a menina.
- Vamos voltar para o hotel. Vamos fugir daqui. - Falei. - O cara vai matar a outra daqui a pouco de qualquer jeito. No hotel, pelo menos, vai ter segurança na porta, e sinceramente, um quarto de hotel deve ser muito mais seguro que uma barraca.
- O que vocês acham? - Perguntou Bug.
- É uma boa ideia. - Disse Gio concordando.
Juntamos as roupas e fomos embora. A barraca que seria sorteada, ficou para trás. Eu não queria lembranças dessas férias mesmo.
Fomos para o hotel, pegamos só um quarto, e subimos.
- A gente deveria ligar para a polícia agora. - Sugeriu Bug.
- Não! Não sabemos se o cara matou ou não as meninas. Vamos esperar. - Falou Chii.
Pedimos serviço de quarto, estava anoitecendo de novo, e durante o dia todo o pessoal não comeu. Quando a comida chegou trancamos a porta e guardamos a chave.
Comemos e tentamos nos distrair com jogos e outras coisas. Já passava de meia noite, e nada de mensagens. Todos foram dormir, e eu fiquei de vigília.
Estava frio no quarto, fechei as janelas para ver se ficava mais quente. Peguei no sono sem querer, eram duas da manhã, e nesse pequeno cochilo que dei, acordei as duas e quarenta. Me sentei no sofá e fiquei mexendo no celular, dessa vez a mensagem chegou.
"Porque saíram do evento?"
Decidi não acordar os outros, e tentei conversar com ele.
"Porque está mandando mensagem para mim?"
"Por que só tenho seu número."
"Onde as meninas estão? O que você fez com elas?"
Ele não respondeu. Fiquei esperando a mensagem de resposta, mas nada.
Alguns minutos depois, a porta bateu. Fui no quarto onde meus amigos dormiam, para ver se eles haviam saído, mas todos estavam dormindo. Fui para a sala. Um envelope estava no chão, na frente do estreito vão debaixo da porta. Peguei e o abri, já esperava o pior. Dentro dele havia duas fotos. Uma foto da Hanna morta, que estava no chão com uma corda ao redor do pescoço. Eu me lembrei do meu sonho. Eu não acreditava, mas talvez eu tivesse tido uma premonição. E outra da Jordana, amordaçada e com os braços amarrados. Seus olhos mostravam horror. Cai de joelhos, meus olhos se encheram de lagrimas. Esse cara era um maníaco psicopata mesmo. Foi nessa hora que percebi uma coisa, a porta estava aberta. Ele estava ali. Corri para a cozinha, peguei uma faca, e fui para o quarto. Fui chegando na ponta dos pés, abri a porta do quarto que estava semi aberta, e entrei. Acendi a luz, mas não tinha ninguém ali. Se eu tivesse passado rápido, não teria percebido o pequeno envelope que estava na cama, ao lado de Gio.
"Menos quatro. Faltam seis."
- Pessoal, acorda! A Lais sumiu! - Gritei.
Todos acordaram.
- O que foi? - Perguntou Gio.
- A Lais não está aqui, Gio. O cara entrou aqui. Ele estava no quarto, e a porta estava aberta! - Falei.
- Kel, era pra você vigiar. O que estava fazendo? - Perguntou Chii.
- Eu peguei no sono. Foi sem querer, eu juro. - Eu disse quase chorando.
- Não estamos seguros em lugar nenhum. - Disse Bug se levantando.
- A gente chama a polícia agora? - Perguntei. Meu celular tocou. Uma vídeo chamada. Atendi.
O cara estava usando a jaqueta com o símbolo, e de capuz. Jordana ainda estava no chão amarrada, respirando, só que agora, seu rosto estava coberto de sangue. Do seu lado, para nossa surpresa, estavam desacordados, Pedro e Lais, amarrados como Jor. O cara riu e desligou.
- Ele pegou o Pedro também. Filho da puta! - Disse Couey indignado.
Alguns minutos depois, ouvimos a porta se abrir, todos fomos ver quem era. Tomamos um susto quando vimos Pedro Sanches na porta.
- Pedro? O que está fazendo aqui? - Perguntei. Ele apontou pra mim, havia um papel em suas mãos. Seu rosto ficou muito vermelho, seu nariz começou a sangrar, e o garoto caiu no chão. Corremos para ajudá - lo, mas quando o levantamos, já estava morto.
Gio pegou o papel e leu em voz alta.
- "Sempre na frente". A gente precisa fazer alguma coisa.
- Não podemos, ele está com duas de nós. - Disse Chii.
- E vai pegar todos nós se não fizermos algo. - Gio se levantou e foi pro quarto. Fui atrás dela.
- Gio, a gente vai dar um jeito. - Falei. Ela estava deitada, chorando. Me deitei do seu lado e a abracei.
- Enquanto a gente está aqui sem fazer nada, aquele cara pode estar matando uma das nossas amigas. - Disse ela em prantos.
Fiquei ali com Gio até que ela pegou no sono enquanto eu mexia em seu cabelo. Fui para a sala, onde todos estavam acordados.
- Merda! Como eu não pensei na isso antes! - Disse Bug. - As câmeras de segurança. Elas podem ter filmado alguma coisa.
- Você tem razão, Bug. Vamos falar com o pessoal do hotel. - Falei.
Descemos até o saguão do hotel, e falamos com o gerente que alguém havia entrado em nosso quarto e queríamos ver quem foi. O cara nos levou até a sala das câmeras. Havia somente um homem ali que passou as fitas da noite. Estava tudo certo até que houve uma queda de energia e tudo se apagou. Ficamos completamente no escuro.
- Bug, é o cara. Temos que chegar no quarto! - Falei.
Subimos as escadas correndo, somente com a lanterna do celular, que vibrava em minhas mãos. Outra mensagem.
"Menos uma"
Corri o mais rápido que pude. O nosso quarto ficava no sétimo andar. Quando eu e Bug chegamos na porta, as luzes se acenderam e vimos nossos amigos desmaiados no chão. Fui para o quarto e Gio não estava mais lá.