Capítulo final

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Acordei no hospital. Pude ver minha mãe através da janela de vidro do quarto. Eu estava com o braço engessado e tomei alguns pontos na barriga.
Um policial abriu a porta e veio falar comigo.
- Oi Jordana. Eu sou o Gaz. Acha que pode conversar comigo? - Perguntou ele.
- Tudo bem. O que quer saber? - Respondi.
- Você sabe de alguma coisa que poderia ter motivado o Kelvin a fazer isso?
- Não.
- Okay. E o Yousef?
- Não.
- Obrigado pela atenção, Jordana. Melhoras.
Um outro policial mais gordinho entrou e entregou um documento para Gaz. Ele me olhou.
- O que é isso? - Perguntei.
- Jordana, o Kelvin e o Yousef fugiram de um manicômio ano passado. Eles eram pacientes do mesmo hospital psiquiátrico. Segundo esse relatório, Kelvin matou a família e tocou fogo na própria casa. Ele foi diagnosticado com transtorno de múltiplas personalidades. E o Yousef com esquizofrenia.
Eu não sabia o que responder. Virei o rosto pro lado e chorei. Durante um ano eu conversei com um psicopata. O mesmo cara que ajudou a matar meus amigos.
O policial saiu do quarto e Chii entrou. Ela estava bem.
- Como se sente? - Perguntou ela.
- Não se preocupe. Onde estão a Gio e a Lais? - Falei.
- Elas estão bem. Felizmente não levaram tiros e nem tiveram partes do corpo quebradas. Você é a vencedora do troféu mais ferrada de todas. - Falou ela sorrindo.
Também sorri, mas minha barriga doia.
- Você foi baleada? - Perguntei.
Chii puxou a gola da blusa e me mostrou o curativo no ombro.
- Clavícula.
- O Kel e o Yousef fugiram do mesmo hospital psiquiátrico. Eles eram pacientes, Chii.
- É, eu soube. O policial Tom me contou.
Minha mãe entrou no quarto.
- Eu vou deixar vocês a sós. Tchau. Fica bem. - Disse Chii saindo.
Minha mãe me abraçou e começou a chorar.
- Tá tudo bem, mãe. - Abracei ela.
- Você sempre foi durona, Jordana. Sempre foi forte. Eu não aguentaria perder você.
Ficamos ali abraçadas. Minha barriga começou a doer demais, e avisei para minha mãe.
- Vou chamar a enfermeira. Ah, a gente volta pro Brasil amanhã, então descanse.
Minha mãe saiu do quarto e em menos de dois minutos a enfermeira chegou com uma bandeja, havia dois copinhos em cima. Ela tentou falar dois em português, mas saiu um som engraçado. Tomei meus comprimidos. Ela saiu do quarto e apagou as luzes.
Fechei os olhos e tentei dormir.
- Você é mesmo durona, garota. - Senti os pelos do meu corpo se arrepiarem.
Olhei para a cadeira ao lado da janela e Kel estava sentado nela com buracos de bala pelo rosto. Ele se levantou veio até minha cama.
- Vo- você está morto. Eu te vi morrer. - Eu estava tremendo.
- Ah é mesmo?
- Tem policiais aí fora. Como entrou no hospital?
Ele deu aquela gargalhada sinistra.
- Olha direito.
Olhei para as paredes que, a um minuto atrás eram brancas, agora estavam em um tom pastel. As luzes se acenderam e pude ver que janelas tinham grades e a porta era marrom.
Me sentei na cama, e me desequilibrei, tentei me apoiar no colchão, mas meu corpo estava preso em uma camisa de força. Comecei a chorar. Dei um grito. O mais alto que eu consegui. Kel veio em minha direção e se sentou ao meu lado.
- Tenha bons sonhos querida.
A última coisa que ouvi foi a sua gargalhada ecoando pelo quarto.




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