Não entendi o porquê dos xingamentos da Jordana, mas continuei a desamarra - la.
- O que está fazendo? - Perguntou o cara da jaqueta.
Não respondi.
Quando tirei a última corda de seus braços, Jordana me atacou e fui arremessado contra a parede. Ouvi um tiro. Provavelmente do cara da jaqueta.
- A arma Jordana! - Gritou Chii.
Jor correu na direção dela, pegou a arma que estava em sua cintura e apontou para mim. O cara estava na frente da porta baixou a sua.
- Jor... O que está acontecendo? - Perguntei.
- Não se faça de idiota, você matou a Hanna na minha frente. Nada que você diga vai mudar minhas ações. Eu vou matar vocês dois. - Disse ela.
O cara da jaqueta tentou atirar em Jor. Na mesma hora, Jordana disparou contra ele. Seu capuz caiu e seu rosto foi revelado. Yousef.
Algum tempo depois que entrei no grupo, Jordana me contou que havia um garoto no grupo que elas tinham brigado. Yousef com muita raiva das pessoas dali, saiu do grupo e nunca mais deu as caras. Eu nunca soube o motivo da briga.
Agora ali estava ele, morrendo no chão.
- Agora é sua vez, Kel. - Jordana ainda apontava a arma para mim.
- Por favor, alguém me explica o que está acontecendo aqui. Eu não fiz nada. - Eu já estava chorando.
Jordana veio até mim, me derrubou e me deu duas coronhadas.
- Você se lembra do que aconteceu agora? - Jordana me dava chutes na barriga. - Eu vou matar você, lentamente, assim como você matou meus amigos.
- Jor... Por favor... - eu tentava falar mas não conseguia por conta da dor. - Não faça isso...
- A Hanna disse as mesmas coisas, mas, que eu me lembre, você cortou a garganta dela e à pendurou em uma corda aqui nesta sala.
- Eu não sei do que você está falando. Para com isso por favor. - Falei.
Jordana parecia estar tomando coragem, quando foi atingida por um tiro na perna. Yousef se levantou devagar, pegou a arma e apontou para para a cabeça dela.
A garota, agora, estava caída na minha frente. Peguei a arma da mão dela, fechei os olhos e comecei a atirar na direção do garoto. Quando abri os olhos novamente, Yousef estava com três marcas de tiros na cabeça, e alguns pelo corpo, quando caiu de cara no chão.
Jor já estava na frente das meninas desamarrando- as. Ela estava disposta a me matar, então procurei uma saída dali. Fui pela porta que Yousef tinha chegado. Havia uma pequena marcação na parede ao lado da geladeira, empurrei com força e ela cedeu. Sai no estacionamento do hotel, e fui correndo me esconder. Eu não ia aparecer até as coisas ficarem mais calmas.
Cheguei no penúltimo andar, abri a porta de um dos quartos e entrei.
Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, e então todas aquelas lembranças me atingiram de uma vez só.
"Eu estava no aeroporto, Yousef havia mandado uma mensagem. Todo o nosso plano já estava bolado. Todos eles iriam morrer. Eu estava com ódio deles, e não sabia o motivo. Logo em seguida, Jor me mandou outra mensagem.
- Já está no aeroporto?
- Sim. Mano, eu estou muito ansioso.
- Também. Te vejo lá.
Durante o voo Yousef se sentou perto de mim e piscou.
Chegamos em Bruxelas. Fui para o hotel com o pessoal do grupo. Durante a tarde, todos estavam cansados, então, dormimos. Mas eu não. Eu fui me encontrar com Yousef.
- já está tudo certo, Kel? - Perguntou ele.
- Sim. Vamos começar amanhã. Eu não quero parecer suspeito, então, não faça nada que me incrimine.
- Pode deixar. - Yousef me abraçou e foi embora.
Voltei para o hotel, me deitei e dei um cochilo.
No outro dia fomos para o festival. Yousef me esperava. Quando eu, Bug e Couey, fomos pegar as bebidas, coloquei algumas pílulas no copo da Bruna. Então, ela passou mal e foi para o banheiro. Lá dentro Yousef se certificou de que ela estava morta. Na saída, colou a foto em meu braço. Depois disso, dei a ideia de pegar alguém como refém. Yousef pegou o Paulo. Quando nos reunimos para procura - lo, Jor e Hanna voltaram para a barraca, mandei uma mensagem para ele dizendo aonde elas estavam. Yousef foi rápido e capturou as duas, ele disse alguma coisa sobre o Paulo ter atacado ele, então precisou matar o garoto. Mas não importava, ele estava com mais duas. Ainda estávamos no jogo. Voltamos para a barraca e tomei meu remédio. HALOPERIDOL. Não um simples calmamente como eu imaginava. Essa medicação era para pessoas com problemas psicoticos. Eu me lembrei das consultas no psiquiatra, me lembrei da facada que dei em minha irmã durante a noite, e de ter ido para a delegacia, mas me soltaram por ser de menor. Depois que tomei a medicação, eu não adormeci como me lembrava. Na verdade eu fingi, e quando meus amigos saíram da barraca, fui logo atrás me encontrar com Yousef na garagem do hotel. Depois que ele matou Paulo, EU matei a Hanna e não me senti mal. Na verdade eu estava sorrindo quando a matei. Voltei para a barraca e me deitei outra vez. Lais entrou ali dentro comigo. Fomos comer, e Chii me disse que tinha sangue em minha boca. Na verdade o sangue seco não era meu... Era da Hanna.
Yousef montou uma armadilha no hotel para completar nosso plano de execução, então sugeri para meus amigos que voltássemos para lá. Durante a noite, em minha vigília, passei a chave do quarto por baixo da porta. Yousef entrou algumas horas depois e eu o ajudei a carregar Lais até a garagem, voltei para o quarto e troquei mensagens com ele, que agora não faziam sentido em minha mente. Depois ele voltou e deixou o cartão. Me lembrei de ter mandado uma passagem e um ingresso do Tomorrowland para Pedro, mas o coitado nem chegou a falar com a gente, Yousef havia aplicado veneno nele. Quando o garoto apareceu na porta pensei que iria conseguir me denunciar, mas o veneno foi mais rápido. Em seguida fomos atrás das filmagens das câmeras de segurança, eu já tinha avisado para Yousef. Ele muito esperto provocou uma queda de energia, e nesse mesmo período, lançou um sonífero em gás em nosso quarto de hotel, desmaiou meus amigos e levou a Gio. No outro dia percebi que ele ainda tinha roubado as fitas de segurança, mas deixou uma pista. Essa seria sua jogada final. O vídeo da garagem. Ele tinha colocado um dispositivo (para quando voltássemos de nossa missão de procurar seu covil) que seria acionado quando o portão da garagem fosse aberto, e faria todos no hotel dormir. Mas não deu muito certo, nós não dormimos. Yousef com raiva, armou para Couey pensar que ele estava com a mãe do garoto. Quando ele saiu do quarto desesperado, foi atingido por uma bala na cabeça.
A jaqueta em minha mala seria usada quando todos estivessem presos e prontos para morrer.
Chii estava com uma arma. Avisei para Yousef, que já nos esperava na garagem. Nos três descemos, mas eu não me lembrava onde ficava a fresta que abriria a passagem. Yousef estava com medo do plano não dar certo, então ameaçou Jordana e posteriormente quebrou seu braço. Voltamos para o quarto. Eu deixei a porta aberta. Yousef entrou e degolou o garoto. Quando Chii e eu ficamos sozinhos no quarto depois de eu ter jogado o corpo de Bug no corredor, eu me aproximei de. Chii por trás e acertei sua cabeça com um bastão.
Agora tudo fazia sentido. Eu estava colaborando com o assassino. Comecei a chorar me lembrando do momento em que matei Hanna. De repente ouvi uma voz, não das meninas que provavelmente estavam a minha procura, era uma voz familiar. Era minha voz.