leiam as notas finais, beijos xx
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Cada pessoa tem um jeito de lidar com a morte. Ninguém é igual. Quando ela vem de repente, sem sondar antes, parece ser pior ainda. Ninguém está preparado para um telefonema às três da manhã dizendo que a pessoa com quem você se casou está morta. Pelo menos Harry não estava.
Nem para a culpa que ainda sentia depois de quatro anos.
Após a partida de Natalie, Harry dedicou-se totalmente a cuidar de Amber e da sua carreira e se sentia bem assim, estava apegado à rotina. Nada de surpresas e nada de decepções, até que Niall e Liam interviram. O problema era convencê-los de que o homem simplesmente não queria aquilo. Sentia-se cansado dos encontros fracassados e extremamente arrependido de ter feito aquela maldita promessa aos dois melhores amigos.
Ele entendia que as intenções de Niall e Liam eram as melhores. Eles simplesmente não queriam ver Harry envelhecer cercado de gatinhos. O cacheado pensava que a ideia não era tão ruim, mas as pessoas simplesmente não o deixavam em paz. Harry, depois de muita relutância, concordou em ter, no mínimo, um encontro por mês. Mas não prometeu que eles dariam certo.
Harry não havia se tornado um homem solitário. Muito pelo contrário. Amava seus amigos, sua família e estar com eles. Só estava certo de que não precisava estar necessariamente num relacionamento amoroso para se sentir acompanhado. Não pretendia passar o resto da vida sozinho, é claro. Mas tinha em mente que apesar de já ser pai e viúvo tinha apenas 27 anos e essas coisas não tem hora certa para acontecer. O amor vem quando menos imaginamos, de maneiras mais inusitadas ainda.
Antes que pudesse tentar voltar a dormir, o som estridente e irritante do despertador invadiu sua cabeça. Harry tateou desesperado, até que derrubasse o aparelho para que aquilo parasse de queimar e derreter seu cérebro.
A preguiça da manhã fria e chuvosa não permitia que Harry se levantasse. Ele podia quase senti-la prendendo-o na cama. O barulho de uma porta batendo e passos silenciosos pelo corredor foram ouvidos e o escritor continuou de olhos fechados, fingindo ainda dormir.
O colchão afundou de um lado e poucos segundos depois Harry sentiu toques leves na sua bochecha e não precisava abrir os olhos para saber de quem eram aqueles dedinhos.
- Papai! Papai! É hora de acordar! - Amber sussurrava delicadamente, enquanto o pai tentava não sorrir. - Vamos, papai! O relógio já tá no número sete.
Amber bufou impaciente e se esticou no colchão, colocando os pés contra o tronco de Harry e empurrando, tentando jogá-lo para fora da cama. A garotinha não via alternativa para despertar aquele gigante preguiçoso. Ela soltou um grito estridente quando seus pés foram puxados e caiu na cama, sendo atacada por cócegas e soltando risadinhas escandalosas que cortavam sua respiração.
- Quem você pensa que é para me desrespeitar nos meus aposentos, princesa Amber? - Harry brincou enquanto dava uma pausa para que a pequena pudesse respirar, colocando as mãos na barriga.
- Perdão, majestade. Prometo que vai acontecer de novo ontem! - Amber deu um sorriso sapeca.
- Amanhã, Amber... - Harry sorriu com afeto pela confusão que a filha ainda tinha na hora de usar algumas palavras.
- Amanhã, papai. - debochou e revirou os olhinhos, tirando os cachos logos e bagunçados da frente dos olhos escuros. Amber era uma cópia fiel da mãe. Desde a aparência, até os trejeitos. Adorável, mas cheia de atitude. Os olhos grandes e nariz redondinho. Harry nunca reclamaria. - Agora venha preparar meu café da manhã, majestade. É uma ordem!
Ela saiu da cama, saltitando para a cozinha com seus pés gordinhos e infantis enquanto cantava uma letra improvisada sobre comer panquecas e geleia de morango.
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for your eyes only [lwt+hes]
FanfictionHarry é um escritor de vinte e sete anos, bem-sucedido, pai de uma adorável garotinha e viúvo. Desde a morte de sua esposa, Harry decidiu dedicar-se à sua série de ficção fantástica e a cuidar de Amber. Quando Amber começa a ter aulas de piano com L...