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ballet

- Diga alguma coisa. - Harry pediu, assim que terminara de contar o que viu no sonho para sua mãe, que apenas ficou parada, encarando-o com uma sobrancelha arqueada e um sorriso malicioso quase imperceptível.

- Ah, Harry, deve ter sido só um sonho bobo. - Anne deu uma risada. - Ou, talvez, você esteja interessado nesse garoto.

Harry travou. Qual era o problema com todo mundo? O escritor apenas queria ser amigo de Louis. Era tão estranho assim que ele se preocupasse? Aquilo não havia sido nada mais além de um sonho que não iria se repetir e muito menos ser resgatado para a realidade. Harry esqueceria, como qualquer outro sonho. Como todo mundo esquece sonhos sem sentido.

- É por isso que nunca dá certo com as garotas com quem você sai? Você é gay? Por que não me contou? Harry, eu sou sua mãe e...

- Para! - Harry pediu, tapando o rosto com as duas mãos.

Anne suspirou, passando por Harry e indo em direção à sala, para levar o café da manhã de Amber. O escritor levantou-se e caminhou até a porta de vidro e deslizou, saindo para o jardim. Ele precisava de ar. Não somente isso, mas era o suficiente, por enquanto.

As perguntas de sua mãe ficaram perambulando pelos pensamentos dele, que decidiu apenas ignorar. Ela estava errada e aquilo era ridículo. Harry apenas não queria um relacionamento e sua mente decidiu brincar com ele. Com certeza, era isso.

Quer dizer, ele mal conhecia Louis, exceto pelo fato de que Amber sabia bastante e falava sobre ele o tempo todo. Ele não tinha a intenção de saber a comida, a cor e a banda favorita de Louis. A culpa era toda de Amber.

E, tudo bem que Louis estava quase seminu e tivesse se sentado no colo de Harry, mas isso não queria dizer nada. Eles nem chegaram a se beijar, ou algo parecido e amigos fazem isso o tempo todo. Completamente normal.

Depois de alguns minutos aproveitando o sol da manhã, que não aquecia nada, mas estava ali, Harry entrou novamente, encontrando a mãe e a filha sentadas no chão, enquanto separavam um pacote de jujuba por cores, espalhando todas pela mesa de centro.

- Harry, Amber quer pedir algo a você. - Anne sorriu.

- Pode falar. - Harry franziu o cenho, sentando-se ao lado delas e procurando uma posição confortável por causa de suas pernas longas.

- Eu queria saber se posso chamar o Lou para minha apresentação de balé na escola. - Amber fez um biquinho dengoso.

- É, Harry. Ela queria saber se pode convidar o Lou para a apresentação de balé dela. - a mãe de Harry sorriu presunçosa. Harry pensou que ela estivesse passando tempo demais com Gemma.

- Eu ouvi, mãe. - Harry forçou um sorriso e o de Anne cresceu mais ainda. Ele se virou para a filha. - Porque você quer convidar o Louis, princesa?

Amber deu de ombros e parou alguns segundos, como se estivesse pensando.

- Por que ele é meu amigo e eu gosto dele, você também gosta... - ela deu de ombros outra vez.

- Seu pai gosta do Lou, Amber? - Anne perguntou como quem não queria nada e Harry bufou. - Como é?

- Uhum. Ele tenta proteger o Louis e segura as mãos dele. Você faz isso quando gosta de alguém, não é? - Amber deu um sorrisinho sapeca.

- Eu já disse que a mão dele estava machucada. - Harry falou, com a voz falhando, como sempre que ficava nervoso.

- E a Terra é um triângulo. - Amber deu uma risadinha e Anne acompanhou. - Você não me engana, papai. Eu sou muito esperta.