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Capítulo número três

Com o vento a fazer-lhe festas pela pele, empurrando o seu cabelo fortemente em um comprimento simpático, Niall suspirou pesadamente. Faltava pouco para chegar ao hipódromo, mas mesmo assim parecia faltar uma eternidade.

Olhou para o seu melhor amigo esperando que o mesmo dissesse que Kaitlyn já ameaçava vender o seu rím. Talvez quisesse também o seu pâncreas e mais de metade do seu estômago. Mas a metade mais pequena, Niall não poderia permitir. Como iria comer se assim fosse?

- Ainda nada? - Perguntou desconfiado. 

- Estranhamente não, - Nash olhou preocupado.

- Que olhar de cão abandonado é esse? Não percebes que isso é um sinal de Deus a dizer que cuidou bem de nós? - Niall ergueu uma sobrancelha.

- Ou, - prolongou a letra 'u' mais tempo que o necessário. - Talvez seja um sinal de Deus a dizer-nos que algo se passa.

- Sim, que Kaitlyn não conseguiu aceder à minha lista de órgãos. - Sorriu animado. - Agora por favor, volta a estar de ressaca. Por alguma razão estavas mais descontraído assim.

- Lyn nunca faria isso. - Nash defendeu com unha e dentes a sua namorada. Bem, com os dentes pelo menos. Nash era macho, não precisava de unhas.

- Quem é Lyn? - Niall ficou confuso agora. A partir de que momento é que deixaram de falar de Kaitlyn?

Nash olhou sério para o loiro antes de erguer uma sobrancelha sugestiva.

- Oh. Falas realmente a sério. - Às vezes era complicado perceber quando Niall brincava com algo tão... Lento?

Enquanto o silêncio reinava no táxi após Nash se recusar a responder à questão: Lyn é alguma espécie de segunda namorada tua? Que Niall havia feito com um sorriso safado, Nevaeh Kane esperava por Kaitlyn no lobby do prédio da loira e falava abertamente com Downey, o porteiro que não era pago para a ouvir, mas que era educado o suficiente para não se recusar a fazê-lo. Não quando a morena se encontrava tão frustrada.

Isso, e o facto de ninguém aparecer no lobby para que o mesmo se pudesse esquivar com a desculpa do trabalho.

- Downey, sê sincero comigo. - A morena pediu. - Achas que Kaitlyn irá demorar muito?

O pobre senhor apenas encolheu os ombros sem saber sequer o que responder. Nevaeh era intimidante.

- Sabes, eu tenho estas bolachas estúpidas para vender. - Mudou de assunto tão rápido quanto respirou. - O meu estúpido irmão decidiu ser estúpido hoje e obrigar a minha mãe a fazer-me vender estas bolachas de escuteiro. - Rugiu frustrada. - Porque ele é estúpido e está apaixonado por uma escuteira que tem de vender bolachas para ganhar um prémio. - Respondeu a uma pergunta que Downey não havia feito, nem pensara em fazer. - As bolachas nem sequer são dele!

Downey olhava sério para Nevaeh, piscando de vez em quando. A rapariga falava tão rápido que chegava a ser difícil de acompanhar. O que era estranho, pois era de Nevaeh que se estava a falar.

- Ele é novo entendes? Apenas tem dez anos, o que quer ele arranjar com isso? Não é como se eles pudessem ir para a cama com ela de qualquer maneira. - Deu de ombros, continuando com os seus queixumes. - Ou podem? - Alertou-se, arregalando os olhos e tomando uma postura mais direita.

- Receio não poder responder a isso, menina Kane. - O porteiro deu, muito discretamente, de ombros, falando pela primeira vez.

- Ele não pensaria nisso não é? Aquele pequeno pirra-

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