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Capítulo número um

O pequeno sino sobre a porta de entrada soou por alto dando evidência a entrada de alguém no café local. Mesmo depois de a porta cumprir o seu dever, e fechar-se por si só, o pequeno sino continuou a desenvolver várias maneiras de continuar a badalar, fazendo o barulho constante se tornar dissonante. O vento protestava friamente com veemência do lado de fora enquanto a noite se fechava cada vez mais no horizonte, deixando apenas os barulhos mais discretos do dia soarem mais vivos durante a noite.

O verde nos olhos de Harry tornava-se mais escuro à medida que o tempo passava, embora inexplicavelmente, continuassem tão claros que se tornava impossível distinguir o verde do azul e do cinzento, que pareciam encontrar-se em uma luta eminente dentro da sua íris.

- Eu quero dizer o que disse, - respondeu Aaron depois do que pareceram eras. - eu não errei na analogia. Esta cidade é exatamente aquilo que eu descrevi.

Harry continuava inconformado com a pouca informação, não fazia sentido. Quando o rapaz à sua frente levou uma segunda vez a sua chávena aos lábios, o moreno conteve todas as forças do mundo que possuíam anestesiadamente as suas veias e adentravam o seu sangue, para não acertar um punho cerrado no rosto de Aaron. Harry irritava-se facilmente, isso era um facto, mas ele acreditava veemente que desta vez estava certo.

Pensou em insistir no assunto mais uma vez mas Aaron já se preparava para se levantar do seu banco na mesa dos fundos, mesmo ao lado do grande vidro que continha o nome do café onde eles se encontravam.

- Eu digo: Bem vindo a Manhattan Harry, - Sorriu de canto. - Mas o que tinhas para saber sobre esta cidade, já eu acabei de dizer. - Do seu bolso de trás arrancou uma das notas que ali tinha, sem sequer olhar uma segunda vez para confirmar se não estaria a pagar a mais pelos dois cafés que pediram. Era óbvio que ele estava à dar em demasia, e Harry não resistiu em oferecer um olhar de esguelha à nota. Cinquenta dólares. Até que ficou impressionado, o número era considerado pequeno para alguém como Aaron carregar. Manhattan e os seus ricos de merda.

- Temos uma racha para apanhar. - Aaron começou a andar sem esperar por Harry que ele sabia que o seguia logo atrás. - James já deve estar à nossa espera.

- James? - Harry perguntou confuso.

Seria James Newman McCoy? Harry pensou. Lembrava-se dele como se o conhecesse apenas ontem. O favorito de praticamente toda a Manhattan. Pelas suas notas e recordes espectaculares, pela sua popularidade em todas as escolas da cidade, por ser a escolha de todos os pais que tivessem pelo menos uma filha, pelo seu sorriso carismático e sedutor, aparentemente inocente e angelical. Era literalmente o rapaz mais respeitado sem qualquer dúvida, principalmente pelo seu irmão, Nash Newman McCoy, seguir os mesmos trajetos que ele. James era quase uma lenda viva naquele lugar, pelo menos para Aaron; mas não pelas antes referidas exigências, e sim pelo seu lugar prestigiado em quase todas as corridas ilícitas que Brooklyn propunha. Sim, ilícitas.

- James McCoy, - anunciou com precisão, como se aquele nome valesse mais do que a sua própria vida e confirmando as suspeitas do moreno. - Melhor amigo de Liam Payne, amante de Crystal Leight e quarto melhor corredor das corridas ilícitas barra ilegais de Brooklyn. - Parou no meio do caminho, e virou-se para Harry olhando atentamente o verde quase translúcido dos seus olhos se tornar cinza. - É a segunda pessoa, no raio de um quilómetro, que tu não queres irritar.

Só de um quilómetro? Pensou em perguntar, mas acabando por optar pelo lado silencioso.

Claro que seria James McCoy, como esquecê-lo?

- Conheces Nash McCoy? - Viu-se a perguntar quando voltavam a percorrer o caminho do corredor do café até à entrada/saída do mesmo.

- Irmão de James McCoy, uma jóia de pessoa. Pena que as únicas jóias que esta cidade valoriza são as que brilham e são obedientes.

Chemicals | H.S |Onde histórias criam vida. Descubra agora