No minuto seguinte, lá está ela, esguia, etérea, um anjo vestido em roupas de hospital... e seu coração se sobressalta ao vê-la.Josh se enrola com a ignição enquanto Lanny se abaixa, tentando não olhar e piorar ainda mais o nervosismo do médico. Finalmente o motor pega e a caminhonete deixa o estacionamento, saindo imprudentemente estrada afora.
A passageira olha fixamente para a frente, como se a concentração dela, sozinha, pudesse fazê-los não serem descobertos.
— Estou na hospedaria Dunratty. Sabe onde é?
Josh acha aquilo um absurdo.
— Acha que é sensato irmos até lá? Imagino que a polícia já tenha descoberto onde estava hospedada. Não recebemos muitos turistas nessa época do ano.
— Por favor, só dê uma passada por lá. Se parecer suspeito, seguimos em frente, mas todas as minhas coisas estão lá. Meu passaporte, dinheiro, minhas roupas. Aposto que não tem nada que me sirva.
Ela é menor que Trici.
— Você ganharia a aposta — ele confirma. — Passaporte?
— Vim da França, onde moro. — Ela se curva na ponta do assento como um gato tentando manter o calor do corpo. De repente, sobre o volante, as mãos de Josh parecem estranhamente imensas e trêmulas. Ele está tendo uma experiência fora do corpo, por causa do estresse, e tem que se concentrar para não desmaiar e fazê-los capotar na estrada.
— Devia ver minha casa em Paris. É como um museu, cheia de um monte de coisas que colecionei ao longo de muitos e muitos anos. Quer ir até lá? — Seu tom é tão agradável e acalentador quanto um licor e o convite, fascinante. Ele imagina se ela está falando sério. Quem não desejaria ir a
Paris, ficar hospedado numa casa mágica? Josh sente sua tensão diminuir, sua coluna e seu pescoço começam a relaxar.
Há hospedarias de caçadores, como a Dunratty, espalhadas por toda a floresta. Josh nunca se hospedou numa delas, mas se lembra de ter visto o interior de umas duas, quando era criança, no entanto, por algum motivo, não se lembrava agora de quais eram.
Cabanas baratas dos anos 1950, construídas com madeira compensada, cheias de mobília de lojas populares, mofo, linóleo de terceira e cocô de rato. A garota direciona Josh até a última cabana no estacionamento de cascalho do Dunratty; as janelas são escuras e vazias. Ela estende a mão para Josh:
— Me dê um de seus cartões de crédito para ver se consigo abrir a fechadura.
Já do lado de dentro, eles baixam as cortinas e Lanny acende a luz de cabeceira. Há um frio em tudo o que tocam.
Os pertences pessoais estão espalhados por todos os lados, abandonados, como se os hóspedes tivessem sido forçados a fugir durante a noite. Há duas camas, mas só uma está desarrumada, os lençóis amassados e os travesseiros marcados, devassos e incriminadores. Um laptop, com uma câmera digital anexada a ele por um fio, encontra-se sobre uma mesa bamba que algum dia já fizera parte de um jogo de cozinha.
Garrafas vazias de vinho jogadas na mesa de cabeceira, duas taças com marcas de dedos e lábios.
Duas malas, abertas, estão no chão. Lanny fica de cócoras perto de uma delas, enfiando coisas a esmo dentro dela, incluindo o laptop e a câmera.
Josh balança as chaves, nervoso e impaciente.
A garota fecha o zíper da mala, fica de pé, então se volta para a segunda mala. Ela pega um item de roupa masculino e o segura perto do nariz, inspirando profundamente.
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Immortalized | H.S
FanfictionQuase toda pessoa que conheceu Harry tentou possuí-lo. Esta era sua maldição, e a maldição de todos aqueles que o amaram. No entanto, era como estar apaixonado pelo Sol: brilhante e inebriante quando perto, mas impossível de mantê-lo só para si. De...