Capítulo 18 - Bem vindos às terras antigas. Cuidado com os monstros!

101 4 1
                                    

Música: Hold Back the River - James Bay

*******************

- Quem é você? - Perguntei enquanto observava o velho guiar o barco com extrema habilidade, como se já o conhecesse.

- Sou um velho que navega pelo mar. - Ele respondeu enquanto mexia em alguns botões.

- Hey... esses botões vão...

- Aumentar a potência do Tempus. - Ele falou puxando outra alavanca e checando o radar, era possível notar a velocidade da embarcação aumentando. - Me admira vocês conseguirem chegar até aqui com o barco desse jeito, é a mesma coisa que navegar com a âncora solta.

- Olha, chegamos bem até aqui! - Falei me sentindo ofendida, o empurrando de lado e checando a velocidade, a temperatura dos motores, o radar de monstros, os escudos...

(Tínhamos escudos??? Porque não pareceu, Julia!)

(Sim, Lamarck, tínhamos escudos)

- É a sua primeira viagem, Herdeira do Tempo, é compreensível que não saiba guiar este velho barco.

- V-você sabe quem sou? - Perguntei meio desconfiada, afinal ele só parecia um velho pescador.

- Senti a energia desse velho relógio de muito longe. - Ele falou rindo, enquanto apontava para o meu bolso. - Parece que vocês não tem se dado muito bem.

- Foi só um contratempo, o relógio e eu estamos bem!

- Viajar para terras antigas vai afetar diretamente seus poderes, Herdeira do Tempo... se aceita um conselho... Deixe o relógio te guiar. Ele sempre vai te mostrar o caminho.

Puxei o relógio do bolso e ele emitia um leve brilho dourado, suspirei, o deixando no bolso outra vez e levantei o rosto, olhando para a paisagem à nossa frente. Estava amanhecendo, e o sol começava a aparecer no horizonte. O radar começou a apitar e alguns pontos verdes surgiram no visor, todos se aproximando do barco, estava prestes a acionar o alarme, mas o velho sinalizou para eu ver com meus próprios olhos. Corri até a proa, passando por Sebastian e Julie, e me aproximei de Alice, que olhava o mar.

- São monstros? - Perguntei já preocupada, enquanto minha irmã ria.

- Não, Julia. São golfinhos. - Quando ela falou, dois golfinhos pularam, se mostrando, então outros dois pularam em sequência enquanto o grupo nos seguia. Enquanto os observava, notei que uma energia diferente protegia o nosso barco, Tempus.

Abaixei, observando que na madeira existia uma fina camada de uma energia turquesa. Ao levantar, olhei ao redor com cautela, não era a mesma energia do Holandês Voador e chegava a lembrar a energia de Poseidon, mas era algo muito mais antigo e calmo.

- Ele é um deus do mar. - Falei voltando minha atenção para a cabine, onde o velho apenas assentiu, mexendo em sua boina.

- Conseguiu sentir a energia dele? - Alice me perguntou e confirmei. - A náusea que eu sentia por estar no mar passou desde que ele está a bordo. Acho que confio nele.

- Mesmo sem saber que deus é? E se ele estiver nos enganando?

- Se ele quisesse nos matar, não teria afastado as sereias, Julia. - Disse minha irmã, cruzando os braços. - Lembra do que nossa mãe dizia? Nunca julgue um livro pela capa... - Alice deu um tapinha em meu ombro, como forma de consolo, por fim se afastando. Eu fiquei observando o oceano, enquanto ouvia os golfinhos saltar, nos acompanhando.

*******************

- Eu sei quem é o senhor! - Dan expressava uma feição de curiosidade. - O mito de um deus que se mostrava como um velho e que sempre ajudava alguns marinheiros em apuros, ou alguma vila que vivia perto do litoral no mar antigo.

Profecias - O Legado dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora