Capítulo 13 - Do julgamento para a prisão, a verdade três contarão.

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Música: Louder Than Words - Les Friction

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- Não sei como você conseguiu entrar no meu reino, mas é melhor se retirar antes que sua situação piore, semideus. - Falei encarando o filho de Apolo que até onde sabia, estava desaparecido.

- Eu não tenho medo das suas ameaças, Poseidon. - Ele respondeu me analisando enquanto avistava a eletricidade surgir ao redor do corpo do garoto. Aqueles eram os poderes de Zeus, como aquele semideus conseguiu usá-los em meus domínios?

- Esses poderes?

- Isto é só um fragmento do que posso fazer. - O garoto deu um leve sorriso malicioso, prestes a fazer algo.

A densa redoma de eletricidade que rodeava seu corpo, explodiu em uma onda de raios, rachando as paredes da prisão, voando na minha direção com toda sua força destrutiva, levantei as mãos para bloquear os golpes quando uma parede de gelo surgiu, me protegendo, recebendo todo o impacto e por fim, se desfazendo em blocos, que derreteram no chão.

Minha filha Deni surgiu no corredor atrás, ofegante, encarando o semideus.

- Tem muita coragem de voltar aqui. - Ela falou enquanto o semideus se virava para ela. - Os gêmeos já estão muito longe.

- Você não os salvou, semideusa. Apenas adiou o inevitável. - Izack falou e notei como sua postura havia mudado.

- A única coisa que eu vou adiar é a sua saída daqui. - Deni o provocou.

- Você é igual ao seu pai. Teimosa e idiota. - O choque de poderes opostos foi inegável. Minha filha puxou seu escudo quando o garoto a socou, acertando em cheio o metal reverberando raios que rebatem nas paredes, causando mais rachaduras e a poça de água da parede de gelo começou a se mover, em direção aos dois.

- Vai precisar bater mais forte do que isso para me derrubar. - Deni girou, o acertando com um chute, o empurrando. O garoto quase se desequilibrou, abrindo sua guarda e minha filha o acertou no peito com o escudo com tanta força que o fez cair de costas. Da água que chegou aos pés da minha filha, uma forma começou a surgir, se transformando rapidamente em um tridente de gelo e habilmente ela apontou a arma para o pescoço do garoto que estava prestes a se levantar. Tudo em questão de instantes. - Por que você tentou matar os gêmeos?

- Porque eles são o perigo, não eu.

- Você invadiu o reino do meu pai, invadiu a prisão, quase matou meus amigos, atacou o próprio deus dos mares e ainda diz que ELES são o perigo? - Minha filha falou com raiva enquanto pressionava a ponta do tridente sobre o pescoço do garoto. - Hipócrita!

- Quem é que colocou a própria filha contra o namorado e a melhor amiga? - O filho de Apolo retrucou e Deni me olhou de relance. - Quem armou para a própria filha perder o controle da arma lendária só para colocar debaixo dos olhos do Olimpo? - Obviamente ele falava de Atena. Aquela deusa não media esforços para mostrar que estava certa, mas nos últimos anos, sua postura havia mudado. Ela parecia mais cautelosa, nos conselhos dos deuses ela sempre apontava para tópicos que não eram só da nossa conta, mas dos outros imortais. Deméter sempre concordava com ela, mas a rainha do Olimpo sempre cortava o assunto. Era tudo muito tedioso de presenciar, ao mesmo tempo que me intrigava, afinal, eu, melhor do que os outros deuses, sabia que Atena nunca desistia de uma discussão.

Era como se ela estivesse jogando xadrez nos últimos anos. Uma grande e demorada partida, e de repente tivesse ficado encurralada.

- Você fala dos deuses, mas quando enfrentamos Cronos, você fugiu! - A voz da minha filha Deni me trouxe de volta para a discussão, ela continuava em cima dele com o tridente enquanto ele a encarava do chão. Havia algo de errado com aquele garoto. Algo muito errado.

Profecias - O Legado dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora