17.Quando Juliana reaparece...

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*CALIFORNIA*

<CAIQUE>

Nessa altura do campeonato eu nem ligava mais pro casamento do meu pai com a Bruna. Eu só queria ter a Camila inteiramente pra mim. Aqui em casa tava a maior confusão, a Bruna puta da vida com a Camila, Paulo enchendo a porra do saco e o meu pai como sempre preocupado com o trabalho, e eu não queria admitir que estava loucamente apaixonado pela Camila, mais eu não vou facilitar, vou continuar sendo o mesmo com ela.

Fui pra cozinha beber um copo d'água e na volta, passei pelo escritório do meu pai, e ele me chamou pra entrar...

~Qual o grande problema da empresa hoje, garotão?

~Quero falar de você, Caique!

~Eu? Juro que eu não fiz nada

~E ficar de gracinha com a filha mais velha da Bruna?

~Ah! Ate você? Não foi você quem disse pra eu me 'dar bem' com elas?

~Se dar bem é uma coisa! Dormir junto é outra Caique. Ok, você tem razão, o assunto é outro! ~ele tirou os óculos deixando sobre o computador. Ele realmente parecia estressado por outro motivo.

~Eu não fiz nada que ela não quisesse! Que assunto?

~sua mae! Ela esta vindo pros estados unidos, e quer te ver.

~Eu não quero falar com aquela vadia

~Ela tem os direitos dela e se você não for ve-la ela vai falar que eu não quero deixar...

~EU NÃO VOU A LUGAR NENHUM!

~Entao, você prefere que ela va a justiça e ai vai levar você pra longe de mim pra sempre?

Eu não queria ve-la. Mas fazer meu pai, que sempre deu tudo pra mim e pro Paulo, ir a um tribunal brigar com ex mulher era demais...

Todo mundo sabe que eu odeio a minha mãe, ela me deixou quando eu era pequeno sem ao menos saber como eu estava depois, eu queria que ela se ferrasse.

''~Caique sua mãe chega amanhã na cidade, e eu quero que você seja educado com ela.'' ~meu pai disse com uma voz medrosa como se ele soubesse de alguma coisa que eu não soubesse.

O dia passou rapido e a casa estava completamente silenciosa e vazia sem a presença de Camila. Amanheceu o dia e acordei com batidas na minha porta.

. ''~ Caique anda, se arruma que vamos sair, vamos la ver sua mãe''

Porra! Tudo que eu menos queria era ver aquela vadia a essa hora da manha. Saimos de casa e chegamos no hotel, quando chegamos la ele me chamou e...

''~filho essa é a sua mãe''

Nessa hora eu fiquei sem reação, aquela mulher de cabelo longo, com um puto de um corpo, linda, por um segundo eu pensei que era uma piada até que..

''~meu filho depois de tantos anos sem te ver, que saudade, eu ja até tinha esquecido do seu rosto.''

''~obvio você me largou e nunca mais me procurou'' ~falei com um tom de choro.

Naquele momento eu estava dividido, metade de mim estava com ódio dela, e outra metade queria abraça-la e perdoa-la pelo tempo que perdemos, ainda estava tudo meio confuso na minha cabeça, o meu pai nunca me falou sobre isso.

''~eu acho que a gente precisa conversar'' -falei com a voz meio chorosa.

''~claro meu filho, o que você quer saber?''

''~o começo mãe, o motivo de você ter nos deixado, sem ao menos ligar durante todos esses anos sem mandar notícias e agora volta do nada.''

"~Seu pai não te contou nada mesmo neh?''

"~Não ta na hora, Juliana!''

"~O que não ta hora, pai? Alguém pode começar a me contar as coisas? ''

"~Ele tem o direito de saber, Nathan"

"~Você abandonou a gente! Isso que ele tem que saber!''

Estávamos no saguão do hotel dela, e eu realmente não estava mais sabendo quem eu tinha que escutar. Eu só queria a verdade.

"~Eu fui embora sim, filho! Mas tem outro lado da história que você precisa saber.." – ela segurou minha mão e nós nos sentamos nos sofázinhos da recepção-

"~isso que eu quero saber, mãe! "

Era estranho chama-la de mãe sabendo que eu cresci sem uma por perto.

"~Você tinha acabado de completar 1 ano de idade, e eu ficava em casa com você a maioria do tempo... – ela segura minha mão a medida que falava- ...e seu pai saía de manhã pro trabalho e voltava tarde da noite, até que um dia me ligaram falando que ele não estava no trabalho, e sim num motel com uma loira..."

Eu estava pasmo, ali sentado no sofá frio de couro do hotel olhando pra mulher que a vida inteira eu pensei que ela nunca me quisesse, queria falar algo pra ela. Mas eu simplesmente não conseguia. Tinha um nó na minha garganta, eu queria gritar, chorar, correr e abraça-la. Eu queria abraça-la. Era isso, ficar a maior parte do tempo ali nos braços dela, da minha mãe.

*Nova York*

<Camila>

"~Camila Senna."

"~Nunca te vi por aqui..."

"~eu não costumo frequentar hospitais.."

"~Em nova York..."

"~eu não moro mais aqui..."

"~mais?"

"~É.. eu meio que me mudei..."

"~meio que?"

Sorri. E acho que ele percebeu que eu não queria falar disso.

"~desculpa...Veio visitar alguém?"

"~ em nova york?"-ri-

"~no hospital..."

"~uma amiga"

"~Melhoras pra sua amiga.." – ele levantou e sentou na mesma mesa que eu estava, uma cadeira ao lado..-

"~vou falar com ela" -sorri mexendo no cabelo-

"~sorriso lindo"

"~obrigada"

"~Quer dar uma volta?"

"no hospital?"

"~por que não?"

Fomos caminhando pelos corredores calmos e cálidos. Amarrei meu casaco na cintura, ele fez o mesmo. Conforme íamos andando ele ia olhando as janelas dos quartos, ate que olhou fundo na seção de quimioterapia...

"~Alguém importante lá?"

"~minha mae"

Apoiei minha mão sobre as mãos dele, e possivelmente ele confundiu as coisas se aproximando de mim e me beijando.

Quase me entreguei totalmente no beijo, ele tinha uma puta pegada, mas eu comecei a pensar no Caíque, no beijo na festa, ele bêbado na cama e eu tirando sua camisa, nos nossos planos pra acabar com casamento dos nossos pais... E eu ri, isso me fazia bem.

Quase irmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora