Chegadas e despedidas

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Aquela hora que a gente tem que aceitar a saída de cena de algumas pessoas em nossas vidas, e também a hora das entradas inesperadas, entender e compreender que tudo isso é a vida. Por mais triste ou extraordinário que seja, é normal.

Sem ninguém dizer, sem avisos, assim, de uma hora para outra, todo mundo se afastou. Todos se foram, não pra um lugar inabitável, mas foram pra longe, longe de mim, longe deles mesmos. Do nada todo mundo se afastou como se já fosse a hora de isso acontecer, como se já soubessem a hora e o momento de partir. E como se já não significassem mais ficar, como se não pudessem entrar nessa roda de mãos dadas.

As pessoas, mesmo que sofram com a partida, seja ela sua ou de alguém, mesmo que demore, mesmo que seja rápido, mesmo que para nunca mais. As pessoas superam, as pessoas vão sendo felizes, talvez com um: "estou com saudades, vamos marcar algum dia" ou um "estou com saudades, hoje eu passo aí pra tomar aquele vinho", e entender essas diferenças, e saber encaixar cada pessoa num exemplo. Mas vão sendo felizes, somos felizes com todos os personagens que aparecem e desaparecem em nossas vidas, e com eles aprendemos a atuar e a entender o processo, entender que são apenas dois lados de cada estação, que a hora de alguma partida é a mesma de alguma chegada por aí. E superamos, seja hoje, ou nunca mais.

E viver é isso, partir e deixar as pessoas partidas ao meio.

Sempre deixamos também a nossas essências irem embora, deixamos os nossos "eus" para trás, e damos entradas a outros.

E o pior de todos os "ADEUS", foi aquele que não foi dado...

E consequentemente todos seguem seus caminhos, todos agora sorriem para outros sorrisos, e são felizes, assim também como antes. É como se essas cenas se repetissem em todo canto, em todo tempo. Como se já estivéssemos "não livres" a essa trama.

Alguns escolhem ir, se afastar, passar a borracha em algum canto do passado, fingir que não viveu algumas coisas, fingir que não conheceu algumas pessoas.

Alguns simplesmente não percebem quando já existe alguma distância, quando assim sem querer, te faz lembrar algo que viveu com aquela pessoa, ou aquele seleto grupo.

Alguns são obrigados a se distanciar quando algumas coisas já não são tão confortáveis ou suportáveis, quando algumas atitudes não lhe descem a garganta, ou quando a empatia já é demais.

E alguns se vão com o tempo, com a rotina, afazeres, quando o trabalho não dá pra conciliar e sair num sábado à noite, quando o cansaço vence, quando tem tantas coisas para fazer que acaba não tendo tempo nem pra si mesmo.

Tem gente que vai e nem que ir; tem gente que escolhe partir; tem gente que quer ficar, mas não consegue dosar; tem gente que nem aguenta e ainda resiste e tem gente que se cansa e tem pessoas que vão pra nunca mais.


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⏰ Last updated: Jul 13, 2016 ⏰

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Um Diário De Minhas Crônicas 2Where stories live. Discover now