Pisquei absorvendo aquilo por um momento. Refleti e sorri com o nome. Engraçado como isso me surpreendeu mais do que eu saber que era da família real. Não sei bem o motivo, mas acho que era por Víctor ter uma expressão um tanto fechada, que me fez ficar surpresa quando me contou algo que eu não tinha a "obrigação" de saber.
-É bonito se quer saber. -falei com sinceridade.
-Obrigado. Mas prefiro apenas Víctor. -ele fez uma careta.
-Tudo bem. -dei de ombros. -Am... há mais alguma coisa que queira me contar?
Ele fez uma careta misturada a um sorriso.
-Quando seus pais disseram que eu havia conseguido uma bolsa na minha cidade... bem isso foi uma verdade.
Fiz careta para ele antes perguntar:
-Sério?-Sim. Querem que eu me especialize na aeronáutica espacial.
-Isso deve ser tipo... fodástico não é? -murmurei impressionada e imaginando o tipo de tecnologia que essas pessoas desenvolviam. -Am... quero dizer, deve ser muito fantástico não?
Víctor franziu as sobrancelhas pelo termo usado por mim, mas logo riu compreendendo.
-Sim. É um bom futuro, admito.
-E você vai? -perguntei, o nível de curiosidade subindo.
-Estou pensando muito nisso, na verdade. -Confessou.
-Bem... foi uma ótima explicação. Obrigada... pela sinceridade. Me sinto um pouco... mais aliviada por estar entrando no eixo agora da história.
Ele sorriu e acenou com a cabeça.
-De nada. Também me sinto melhor, não tendo que enganá-la. -então Víctor se levantou.
-Aonde vai? -perguntei, um pouco decepcionada pela interrupção.
-Você deve estar com fome, e creio que Allan também. -ele olhou para a porta. Acompanhei seu olhar e encontrei Allan vestido com um blusão de tricô em gola v azul-marinho e uma calça escura. Estava um pouco larga, mas dera um aspecto bonito para meu amigo.
Ao seu lado, a irmã de Víctor nos observava, de novo com aquela expressão estranha.
-Estão prontos? -perguntou ela.
Acenei com a cabeça e me levantei da cama, indo em direção a porta, junto com Víctor. Ao chegarmos na cozinha, observei o lugar, surpresa por ele ser tão parecido e comum ao da minha antiga casa: praticamente, todos os utensílios e eletrodomésticos que haviam na cozinha da fazenda, havia ali, mas com aspectos muito mais modernos do que os "terráqueos".
Havia um balcão com alguns banquinhos e abri a boca ao ver os assentos flutuarem ao invés de possuírem pernas metálicas ou de madeira. Víctor sorriu de meu espanto e falou:
-Eletromagnetismo. Ótima via. Sem poluição, desmatamento...
-Ah...am... isso é.... uau. -murmurei por fim.
Allan apenas piscava, também incrédulo. Víctor riu baixinho e contornou o balcão indo parar em frente ao fogão cooktop.
-Sentem-se. -falou gentilmente.
Imediatamente quis testar a tecnologia. E caramba! Aquele banquinho era demais!! Mesmo com o nosso peso, ele continuava no lugar, flutuando como se não houvesse gravidade.
Sorri para Allan, o qual me devolveu um olhar deslumbrado. Nos viramos para Víctor, que já estava com uma panela em mãos, como um cozinheiro.
-O que vão querer comer?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Guerreiros de Argon -Floresta dos Anjos
Ciencia FicciónJack sempre se sentiu estranha entre as pessoas. Parecia não pertencer ao mundo como o resto das pessoas. Não se encaixava em um lugar. Todas as noites ela sonha tão nitidamente quanto a realidade, nos quais a silhueta do que parece ser um garoto -q...