15 -Entrando no meu verdadeiro mundo

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Pisquei absorvendo aquilo por um momento. Refleti e sorri com o nome. Engraçado como isso me surpreendeu mais do que eu saber que era da família real. Não sei bem o motivo, mas acho que era por Víctor ter uma expressão um tanto fechada, que me fez ficar surpresa quando me contou algo que eu não tinha a "obrigação" de saber.

-É bonito se quer saber. -falei com sinceridade.

-Obrigado. Mas prefiro apenas Víctor. -ele fez uma careta.

-Tudo bem. -dei de ombros. -Am... há mais alguma coisa que queira me contar?

Ele fez uma careta misturada a um sorriso.

-Quando seus pais disseram que eu havia conseguido uma bolsa na minha cidade... bem isso foi uma verdade.

Fiz careta para ele antes perguntar:
-Sério?

-Sim. Querem que eu me especialize na aeronáutica espacial.

-Isso deve ser tipo... fodástico não é? -murmurei impressionada e imaginando o tipo de tecnologia que essas pessoas desenvolviam. -Am... quero dizer, deve ser muito fantástico não?

Víctor franziu as sobrancelhas pelo termo usado por mim, mas logo riu compreendendo.

-Sim. É um bom futuro, admito.

-E você vai? -perguntei, o nível de curiosidade subindo.

-Estou pensando muito nisso, na verdade. -Confessou.

-Bem... foi uma ótima explicação. Obrigada... pela sinceridade. Me sinto um pouco... mais aliviada por estar entrando no eixo agora da história.

Ele sorriu e acenou com a cabeça.

-De nada. Também me sinto melhor, não tendo que enganá-la. -então Víctor se levantou.

-Aonde vai? -perguntei, um pouco decepcionada pela interrupção.

-Você deve estar com fome, e creio que Allan também. -ele olhou para a porta. Acompanhei seu olhar e encontrei Allan vestido com um blusão de tricô em gola v azul-marinho e uma calça escura. Estava um pouco larga, mas dera um aspecto bonito para meu amigo.

Ao seu lado, a irmã de Víctor nos observava, de novo com aquela expressão estranha.

-Estão prontos? -perguntou ela.

Acenei com a cabeça e me levantei da cama, indo em direção a porta, junto com Víctor. Ao chegarmos na cozinha, observei o lugar, surpresa por ele ser tão parecido e comum ao da minha antiga casa: praticamente, todos os utensílios e eletrodomésticos que haviam na cozinha da fazenda, havia ali, mas com aspectos muito mais modernos do que os "terráqueos".

Havia um balcão com alguns banquinhos e abri a boca ao ver os assentos flutuarem ao invés de possuírem pernas metálicas ou de madeira. Víctor sorriu de meu espanto e falou:

-Eletromagnetismo. Ótima via. Sem poluição, desmatamento...

-Ah...am... isso é.... uau. -murmurei por fim.

Allan apenas piscava, também incrédulo. Víctor riu baixinho e contornou o balcão indo parar em frente ao fogão cooktop.

-Sentem-se. -falou gentilmente.

Imediatamente quis testar a tecnologia. E caramba! Aquele banquinho era demais!! Mesmo com o nosso peso, ele continuava no lugar, flutuando como se não houvesse gravidade.

Sorri para Allan, o qual me devolveu um olhar deslumbrado. Nos viramos para Víctor, que já estava com uma panela em mãos, como um cozinheiro.

-O que vão querer comer?

Guerreiros de Argon -Floresta dos AnjosOnde histórias criam vida. Descubra agora